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Josh voltou do almoço em pouco tempo, parecia preocupado com alguma coisa. Andava de um lado para o outro e ao fim de algum tempo veio ao meu gabinete.

- Preciso de sair mais cedo...estou com um problema pessoal em mãos e preciso de o resolver.

- Okay, mas posso ajudar?- perguntei sem querer envolver -me muito ainda no assunto. A minha esperança era que ele não falasse o que se passava,pois ia haver mais conversa e íamos estar e entrar num campo mais pessoal, um campo que sempre tentei não ultrapassar.

- O meu sobrinho está doente, a mãe dele está fora em viagem volta hoje e eu fiquei de tomar conta dele, mas a ama ligou para mim e disse que precisa de sair, por isso tenho de ir para casa para tomar conta dele...

- Os teus pais não podem ajudar?- amaldiçoei-me logo de seguida por ter feito aquela pergunta, ia haver mais um motivo de conversa.

- Não, desde que houve o acidente que mal se falam, o meu pai está sempre ocupado fora do país em cirurgias e a minha mãe em festas, duvido que algum deles quisesse tomar conta da criança.

- Que idade tem ele?- se eu batesse em mim mesmo à frente dele ele ia achar estranho?

- Tem nove. Senhor, eu preciso mesmo de ir...- ele disse aflito quase aos pulinhos de ansiedade. Fiz sinal para ele ir. Se eu voltasse a abrir a boca podia ser mais motivo de conversa e eu não queria isso.

Eu sempre tinha pensado que apenas a minha vida tinha sido afetada pelo acidente em que o meu pai tinha falecido, mas na realidade haviam outras pessoas que também tinham sofrido e eu estava constantemente a esquecer isso. Abri a minha gaveta da secretária e tirei de lá uma moldura onde tinha a ultima foto que eu tinha tirado com o meu pai antes dele morrer: era o jantar de celebração da formatura do Josh, ele tinha acabado de regressar dos Estados Unidos e nesse dia eu ia assumir também o cargo de CEO da empresa. O meu pai tinha decidido finalmente que estava na hora de se reformar e eu ia ficar á frente dos negócios da família.

No final do jantar fomos todos para a nossa mansão, mas ele e o pai do Josh decidiram que queriam ir buscar mais vinho, eles foram no carro do meu pai e foi assim que horas depois de espera e de intermináveis tentativas de contacto descobrimos que tinha havido um acidente...

Atirei com a moldura para dentro da gaveta e fechei novamente, não era por olhar para a foto que o meu pai ia regressar a vida!

Terminei o meu trabalho e fui para casa, pelo caminho devo ter olhado para o telemóvel várias vezes na esperança de ver uma mensagem do Josh, mas nada, não havia nada e eu também não lhe queria ligar, era a vida dele pessoal.

Cheguei a casa, fui direito a casa de banho, um bom banho de água fria ia ajudar a tirar aquelas ideias idiotas da minha cabeça. Ele era meu funcionário, filho do melhor amigo do meu pai, tudo motivos para manter tudo a nível profissional, mas confesso que essas ideologias desapareceram da minha cabeça durante alguns momentos quando ele instantes depois apareceu na minha porta.

Com um amavel sorriso que me fazia tremer as pernas, e uma garrafa de vinho tinto, foi assim que ele apareceu á minha porta e eu que ainda nem tinha acabado de me vestir...Era karma? Forças de atração? O que raio se estava a passar que quanto mais eu fugia dele mais ele se aproximava?!

- Que se passa?- falei mal dei de caras com ele.

- Passei para agradecer ter-me deixado sair mais cedo,  a minha irmã veio de viagem, ela sabe que eu sou um desastre com crianças e não me quis dar mais trabalho, por isso vim agradecer. Vi esta garrafa de vinho, lembrei-me que gosta desta safra...

Olhei para a garrafa, sim, ele sabia que eu gostava pois já me tinha visto pedir aquele vinho no restaurante onde eu tinha almoçado com a minha mãe, mas ele não sabia era que eu pedia aquele vinho sempre ao mesmo garcon, o tipo que eu andava a comer nas minhas horas mais entediosas. Não pude deixar de sentir uma certa pena dele por não saber o significado daquele vinho, mas agradeci na mesma quando sorri para ele.

- Amanha já vais trabalhar?

- Sim, lá estarei!- ele sorriu para mim entusiasmado. Caramba homem, não sorrias assim para mim que fico logo arrepiado! Foi logo o que me apeteceu dizer-lhe, segurei -me apenas, mas havia partes do meu corpo que se estavam a manifestar e eu não podia continuar ali muito mais tempo com aquela conversa. No entanto, eu estava frustrado, havia ali uma pergunta que me fazia querer falar. Como é que ele me estava ali a ver de calças de fato de treino e tronco nu e não me dizia nada?! Ele era cego? Ou isso ou não gostava de homens, sim, era essa a melhor explicação, mas eu conhecia vários tipos hétero que depois de uma noite passada comigo tinham mudado de equipa, mas este não, o Josh não podia ser metido nesse lote, por isso suspirei e agradeci mais uma vez o vinho, mas ao fechar a porta reparei que ele estava a olhar para o meu corpo. Foi de relance, mas eu juro que percebi que ele passou os olhos dele pelo meu tronco e mordeu o lábio de baixo...eu estava a ficar maluco?!

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