5

James

Sexta feira era o dia em que menos trabalho eu tinha, o Josh durante a semana fazia a questão de despachar tudo o que eu tinha pendente para depois às sextas eu poder conseguir estar sossegado, sem me chatear com nada. Mas naquela sexta feira tive uma visita que eu não esperava.

Ivan, o detetive que tinha ficado responsável pelo caso do acidente que tinha terminado na morte do meu pai apareceu no meu gabinete sem avisar. Desde o acidente que eu não o tinha visto mais, o caso tinha sido dado como acidente e não havia grande coisa a investigar, mas naquele dia ele apareceu no meu gabinete com o semblante carregado, vi na cara dele que ele estava tenso.

- Peço desculpa pela minha intromissão, mas precisava de lhe fazer uma pergunta senhor James.

- Não podia ser feita ao telefone?- perguntei quando comecei a perceber que algo se passava,convidei ele a sentar-se e pedi ao Josh que nos trouxesse um café.

- Prefiro falar pessoalmente quando são situações destas, não me vou demorar muito tempo não se preocupe.

- Diga então.

- O seu pai tinha algum inimigo?

- Que eu saiba não.- aquela pergunta deixou-me logo em estado de alerta, endireitei-me na cadeira e olhei muito sério para Ivan.

- O caso estava prestes a ser encerrado quando alguém deu pela falta do cartão de memória da câmara de segurança que estava dentro do carro.

- Como assim?

- Desapareceu.- ele disse quando encolheu os ombros.

- Então e é por isso que vos leva a pensar que há algo suspeito?

- Eu fiquei com dúvidas e decidi vir perguntar, ainda não é nada em concreto, por isso não fique alarmado.

- Já fiquei.- respondi sem mesmo conseguir pensar numa resposta mais diplomática.

- Não deve ser nada, com certeza alguém levou o cartão como prova, ou até as vítimas podiam ter tirado o cartão por algum motivo...

- O meu pai não ia fazer isso, ele preocupava-se com a segurança sempre, além dele saber que é uma coisa obrigatória!

Ivan passou a mão no cabelo e suspirou.

- Percebe agora a minha pergunta? Não tinha chovido, a estrada era iluminada...algo se passou para eles terem batido na árvore.

- Pergunte ao pai do Josh, ele sabe de certeza, ele estava lá...

- O meu pai diz não ter memórias do acidente.- disse Josh entrando na sala sem ser convidado.- Lamento ter entrado ou estar a escutar a conversa, mas o meu pai desde o acidente que já tentou por diversas vezes recordar o porquê do acidente, mas nunca recuperou as memórias desse dia. Foi um grande choque para ele.

- Pelo menos sobreviveu...- saiu da minha boca, pensei que tinha pensado em voz alta mas afinal acabei mesmo por falar para que todos ouvissem. Josh olhou para mim como se eu tivesse acabado de lhe dar um tiro e Ivan olhou para mim espantado.

- Deve ser complicado aguentar a minha presença...- Josh disse de cabeça baixa. Eu tinha acabado de meter a pata na poça e em grande.

- Nada disso, falamos sobre isso depois Josh, mas agora senhor Ivan, não sei mais o que lhe dizer sobre o acidente.

- Posso investigar um pouco mais?

- Por mim pode, mas desde que não envolva a minha mãe no assunto, ela já tinha finalmente ultrapassado a perda, não quero que ela volte a sofrer.

Ivan acenou com a cabeça, Josh nem se deu ao trabalho de pedir o mesmo, afinal o pai dele não tinha memória do dia do acidente e não ia ser ele de certeza a resolver o mistério.

Ivan saiu do meu gabinete e Josh ia acompanhá-lo, eu chamei-o antes que ele saísse.

- Acompanha-o e depois vem aqui ao meu gabinete se e fazes favor.

- Okay.- ele respondeu. Consegui ver no olhar dele que ele já se estava a preparar para o confronto. Fiquei ali á espera dele, impaciente levantei-me e comecei a andar de um lado para o outro dentro da sala a olhar para os meus pés. Ele estava a demorar tanto tempo porquê?

Abri a porta do meu gabinete para ver se o via e fui literalmente contra ele.

- Bolas, não vê por onde anda?!- ele perguntou irritado. A amabilidade tinha sido deixada de lado e eu até podia perceber porquê.

- Ia ver se te via, estavas a demorar...

- Ah, okay...- ele respondeu corando levemente.

- Entra e senta-se se fazes favor.

Ele sentou-se no sofá perto da minha secretária e eu sentei-me no canto do sofá. Aquela conversa tinha tudo para acabar numa discussão, mas eu precisava de acalmar as coisas, pois só assim eu conseguia que ele me ouvisse.

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