Ao cair da noite, Nina voltou para o hotel. Seu corpo estava exausto, mas sua mente estava acelerada. Joo-hyun estava começando a se mostrar mais humano, mas também mais distante do que ela imaginava. A conexão entre eles ainda estava no início, e ela não sabia se seria capaz de atravessar as barreiras da fama, das expectativas e da imagem pública que estavam sempre ao redor deles.
Mas uma coisa era certa: ela não podia voltar atrás. Agora que ela estava lá, ao lado de Joo-hyun, o mundo de Nina nunca mais seria o mesmo.
Nina estava atordoada. O que parecia ser o sonho de uma vida estava se transformando, rapidamente, em algo muito mais complicado do que ela jamais imaginou. Ao lado de Joo-hyun, que ainda sorria com aquele olhar intrigante, ela tentava se ajustar à realidade ao seu redor. O líder do Daebak Boys parecia, de fato, ser uma pessoa genuína, mas, ao mesmo tempo, havia algo distante nele, uma barreira invisível que tornava difícil alcançá-lo completamente.
Eles estavam caminhando pelas ruas de Seul, longe das câmeras e da pressão dos fãs, mas a tensão estava no ar. Nina não sabia bem como agir. Em teoria, deveria ser apenas uma conversa entre duas pessoas normais, mas tudo era surreal demais. Ela, uma simples fã, ao lado do homem que idolatrava há anos.
— Como está se sentindo até agora? — Joo-hyun perguntou de repente, quebrando o silêncio enquanto caminhavam entre as lojas e cafés iluminados pela noite. Ele olhou para ela com uma expressão sincera, mas que carregava um leve toque de curiosidade. Havia algo de acolhedor em seu olhar, mas Nina ainda não conseguia decifrar totalmente.
Ela parou por um momento, tentando organizar os pensamentos. Tudo o que conseguia sentir era uma mistura de euforia e medo. O medo de errar, de ser observada, de ser julgada. Mas, ao mesmo tempo, o desejo de aproveitar aquele momento, de viver aquela experiência ao máximo. Afinal, quem mais teria a chance de estar ao lado de um ídolo famoso, por tanto tempo?
— Eu… ainda estou tentando processar tudo isso. — Nina riu nervosamente, sem saber exatamente o que dizer. — Nunca imaginei que passaria tanto tempo com você, Joo-hyun. Não sei nem como me comportar. Não quero ser inconveniente.
Joo-hyun sorriu, mas não de uma forma forçada. Ele realmente parecia interessado no que Nina tinha a dizer. Ele estava tão próximo, mas ao mesmo tempo tão inatingível.
— Não se preocupe. Todos nós ficamos um pouco nervosos nas primeiras vezes que saímos de nossa zona de conforto. — Ele fez uma pausa, pensativo, antes de completar. — Eu sou o Joo-hyun, mas também sou só uma pessoa. Não precisa se sentir pressionada a agir de uma forma diferente por causa de quem sou. Pode ser você mesma.
O jeito como ele disse aquilo fez Nina se sentir, por um breve momento, mais tranquila. Será que ele realmente se importa com o que eu penso? O que ela não sabia era que essa era uma linha tênue entre sinceridade e o esforço de manter uma fachada. Eles estavam em um campo minado, onde cada palavra e gesto tinham um peso, e Joo-hyun, sendo um ídolo de sucesso, estava muito mais consciente disso do que ela.
À medida que caminhavam pelas ruas, mais membros da equipe e seguranças começaram a aparecer nas sombras, em lugares discretos. A sensação de liberdade logo foi substituída pela pressão constante. Não estava mais tão fácil ser ela mesma. Os olhares furtivos, as câmeras escondidas, o medo de ser vista, tudo aquilo criava uma atmosfera de vigilância.
— Vamos parar um pouco, o que acha? — Joo-hyun sugeriu, puxando-a suavemente para um café discreto na esquina. O local parecia uma espécie de refúgio, com suas luzes suaves e a música baixa. Ninguém parecia notar quem eles eram. Era o lugar perfeito para uma conversa mais tranquila.
Quando entraram, os garçons os cumprimentaram educadamente, mas sem aquele brilho nos olhos que os fãs normalmente tinham. O fato de Nina estar ali com Joo-hyun passou despercebido. Esse foi o primeiro sinal claro de que, embora ele fosse uma estrela, a vida dele fora dos palcos era bem mais mundana do que ela imaginava.
Eles se sentaram em uma mesa perto da janela, e o silêncio que se seguiu foi confortável, mas carregado de uma tensão palpável. Nina tentou, mais uma vez, se forçar a ser ela mesma, mas a verdade era que ela estava em uma situação que não sabia como controlar. Ela estava com Joo-hyun, sim, mas não apenas como fã. Ela era, de alguma forma, parte daquele universo agora. E isso a fazia se sentir ao mesmo tempo especial e impotente.
— Eu sei que você deve ter muitas perguntas sobre como as coisas funcionam por aqui, e o que será o próximo passo para nós — disse Joo-hyun, quebrando o silêncio. Sua voz tinha um tom mais suave, e ele parecia genuinamente interessado em tornar aquele momento mais tranquilo para Nina.
Nina olhou para ele, observando seus olhos, que estavam mais distantes agora, como se ele estivesse pensando em algo que não queria compartilhar. Mas, ao mesmo tempo, havia algo reconfortante na maneira como ele falava. Ele estava tentando, de alguma forma, torná-la mais à vontade, mas o peso da situação ainda estava presente.
— Como assim? — Nina perguntou, tentando soar mais casual. Mas, por dentro, estava ansiosa. O que ele queria dizer com "próximo passo"? Ela não sabia ao certo se estava pronta para ouvir.
Joo-hyun hesitou por um momento, olhando para o café em sua mão, como se estivesse escolhendo as palavras certas. Finalmente, ele olhou para ela e disse:
— Eu só quero que você aproveite esse tempo. Não se preocupe com nada além disso. Mas… — Ele pausou, como se ponderasse sobre algo mais importante. — Não podemos deixar que as coisas saiam do controle, certo? Afinal, o nosso relacionamento… não é algo que pode ser visto publicamente ainda.
Nina sentiu uma onda de compreensão e, ao mesmo tempo, uma pontada de frustração. Ela sabia que ele estava se referindo àquela situação delicada: o segredo. O que começou como um sonho parecia agora uma equação impossível de resolver. A cada passo, a verdade sobre quem eles eram se tornava mais difícil de sustentar. Manter esse segredo será mais difícil do que eu imaginava...
Ela respirou fundo, tentando manter a compostura.
— Eu entendo. Eu também não quero que nada saia do controle. Eu só… não quero te incomodar, sabe? Não quero ser um fardo. — Nina disse, o medo aparecendo em sua voz.
Joo-hyun sorriu suavemente, inclinando-se para frente. Seus olhos, que pareciam ser tão distantes de um ídolo de palco, agora estavam mais próximos de Nina, mais humanos.
— Você não é um fardo, Nina. Não precisa se preocupar com isso. Eu te chamei para estar aqui porque, ao contrário do que você possa pensar, você não está sozinha. Todos nós temos nossos próprios fardos para carregar, e eu entendo como é difícil estar em um mundo assim, tão cheio de expectativas.
Mas a sinceridade de Joo-hyun foi logo interrompida por um toque em seu ombro. Min-seo estava ali, novamente, interrompendo o momento.
— Desculpe, mas temos uma reunião daqui a pouco. — A empresária estava com uma expressão de pura seriedade. Ela olhou para Nina com uma rápida análise, como sempre fazia. — Precisamos seguir o cronograma, Joo-hyun. Você sabe como isso é.
O sorriso de Joo-hyun desapareceu por um segundo, e ele se levantou, colocando uma nota no balcão. O peso da responsabilidade que ele carregava, embora tentasse escondê-lo, era evidente. Nina viu isso em seu olhar, e, por um momento, ela se sentiu como se estivesse invadindo o espaço dele. Mas, ao mesmo tempo, ela não queria sair. Não agora, não depois de tudo o que ele havia compartilhado.
Enquanto a reunião acontecia, Nina se sentou ao lado, tentando se manter discreta. Ela sabia que seu papel ali não era participar das conversas, mas apenas acompanhar. Contudo, a cada troca de olhares entre Joo-hyun e Min-seo, ela sentia um peso crescendo em seu peito. Ela não sabia se estava preparada para as repercussões disso tudo. O que parecia ser uma chance única de estar com seu ídolo, aos poucos, se transformava em uma responsabilidade e uma pressão que ela não havia previsto.
Naquele momento, Nina compreendeu que o que era um sonho, para ela, era apenas mais uma parte da complexa vida de Joo-hyun. E como ele, ela teria que aprender a lidar com o segredo, com as expectativas e, principalmente, com a linha tênue entre o que era real e o que era apenas fachada.
O tempo parecia estar correndo mais rápido do que ela poderia acompanhar. E, assim, o caminho que ela pensava ser claro começava a se tornar nebuloso. Onde começava a amizade?
Enquanto a reunião prosseguia, Nina observava de longe, sentada ao canto da sala, tentando se manter discreta. O que havia começado como um sonho — estar ali, ao lado de Joo-hyun, em Seul — agora parecia um labirinto de regras não ditas e expectativas que ela mal compreendia. A cada palavra trocada entre Joo-hyun e Min-seo, ela sentia o peso do mundo deles, que não era, de fato, o que ela imaginava ser.
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Atualizado até capítulo 26
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