O Conclave das Sombras

Numa noite chuvosa, quando o vento cortava as árvores da floresta com uma intensidade que parecia pressagiar algo sombrio, Isabela foi chamada por uma presença que ela não podia ignorar. Sentiu-se atraída para a antiga torre de obsidiana, um lugar que havia sido esquecido pelo tempo, onde ninguém ousava ir. Uma torre que, segundo as lendas, havia sido construída pelos primeiros feiticeiros que buscaram controlar a própria essência das sombras.

Isabela não sabia exatamente o que a esperava lá, mas algo dentro de seu ser a guiava até aquele lugar. À medida que se aproximava, a sensação de que algo estava prestes a acontecer tornava-se cada vez mais palpável. O vento parecia sussurrar seu nome, e sombras se estendiam ao seu redor, como se estivessem ganhando forma.

Ao entrar na torre, Isabela encontrou uma sala vasta, com paredes forradas por antigos símbolos e runas. No centro, uma grande mesa de pedra estava rodeada por figuras encapuzadas, com olhos que brilhavam como estrelas distantes. Eles eram os Guardiões das Sombras, uma ordem secreta que existia desde os primórdios de Altharion, protegendo os segredos das trevas e, ao mesmo tempo, garantindo que elas não consumissem o mundo.

"Bem-vinda, Isabela", disse uma voz suave, mas cheia de autoridade. Um dos encapuzados se levantou e, ao retirar o capuz, revelou um rosto envelhecido, mas com um olhar penetrante. "Sabíamos que você viria. A Dama Sombria não é mais uma simples lenda. Agora, ela e você, de algum modo, estão entrelaçadas. A verdade sobre o equilíbrio precisa ser revelada."

Isabela sentiu o peso de suas palavras, mas também uma sensação de curiosidade. "O que vocês sabem sobre o que está por vir? O Senhor das Sombras não foi destruído... então, quem ou o que o traz de volta?"

O Guardião a olhou com um misto de pesar e compreensão. "Você não pode derrotar o mal simplesmente com poder, Isabela. As sombras são uma parte essencial do mundo. Elas não podem ser eliminadas. Você deve aprender a controlá-las — mas não como a Dama Sombria fez, nem como o Senhor das Sombras tenta. O equilíbrio será mantido apenas se você se tornar a verdadeira guardiã, alguém que entende tanto a luz quanto a escuridão, sem se deixar consumir por uma delas."

Isabela sentiu que suas palavras eram mais do que conselhos. Era uma convocação. O Conclave sabia algo que ela não compreendia totalmente, mas o tempo estava se esgotando. Algo ainda mais poderoso estava despertando nas sombras — algo que poderia destruir tudo o que ela amava.

A visão do futuro que o Conclave lhe deu foi perturbadora. Em um sonho vívido, Isabela viu uma figura se erguendo das profundezas do abismo, mais antiga e mais poderosa do que qualquer sombra que ela já enfrentara. O ser era como uma enorme serpente de trevas, com olhos que refletiam o caos primordial e uma presença que gelava a alma.

Ele era o Criador das Sombras, a entidade que existia antes do próprio tempo e que havia sido aprisionada por civilizações antigas. O Senhor das Sombras era apenas um de seus filhos, uma extensão de seu poder. E agora, a entidade ancestral estava se preparando para romper os selos que a mantinham confinada.

Ao acordar do pesadelo, Isabela sabia que seu destino estava finalmente selado. Ela não poderia mais ser apenas uma guardiã do equilíbrio. Ela teria que ser a chave para impedir que a entidade antiga retornasse e destruísse tudo o que existia.

No entanto, para isso, ela precisaria entender a verdade por trás de seu próprio coração, do poder que havia herdado da Dama Sombria. O que a tornava capaz de controlar a escuridão sem se perder nela? O que significava ser verdadeiramente humana, enquanto se carregava a sombra dentro de si?

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