Capítulo 3

Hugo se afastou, sem dizer uma palavra, e caminhou até a cozinha, a raiva visível em seu rosto. Sabrina ficou por um momento parada na sala, observando-o, mas logo decidiu seguir. Quando entrou na cozinha, encontrou Hugo de costas, abrindo uma garrafa de vinho com brutalidade, os dedos pressionando a rolha, como se quisesse descontar a raiva na garrafa.

Sabrina, em silêncio, se aproximou dele e, com um gesto suave, estendeu a mão até a dele. Seus dedos se entrelaçaram, um simples gesto, mas suficiente para acalmá-lo. Hugo respirou fundo, o movimento de seus ombros relaxando aos poucos. Ele olhou para a mão de Sabrina, depois para o rosto dela, e algo no toque dela o fez sentir uma paz que há muito não experimentava.

Hugo: (com a voz rouca) Eu não aguento mais, Sabrina. Não aguento mais essa situação.

Sabrina apertou sua mão, instintivamente sabendo que ele precisava desabafar.

Hugo: (com um sorriso amargo) Eu e Heitor… sempre fomos tão próximos, mas o que ele fez, o que Martha fez… Eu nunca imaginei que a traição viria deles dois. O pior é que minha mãe… Ela sempre foi do lado dele, mesmo depois de tudo. Ela nunca acreditou em mim, nunca me defendeu, e sempre preferiu apoiar Heitor.

Hugo se sentou no banco da cozinha, ainda segurando a garrafa de vinho, e Sabrina se sentou ao lado dele, olhando-o com carinho. A dor em seus olhos era clara, mas ele parecia precisar de um tempo para colocar em palavras o que estava sentindo.

Hugo: (passando a mão no rosto) Eles acham que têm direito sobre tudo… Martha, Heitor… Minha mãe sempre foi cega. Não importa o que eu faça, nunca vou ser bom o suficiente para ela. E com Sabrina, agora… com você, tudo parece mais difícil. Porque, no fundo, sei que a minha mãe nunca vai aceitar. Eles nunca vão aceitar.

Sabrina olhou para ele, seu coração apertado com a dor que ele estava sentindo. Ela sabia o quanto ele sofria com tudo aquilo. Era difícil ver a pessoa que ele mais amava, a mãe dele, sempre do lado de quem o traiu, de quem o feriu profundamente.

Sabrina: (suavemente) Hugo, você não precisa carregar isso sozinho. Eu estou aqui, ao seu lado. E, por mais difícil que seja, vamos enfrentar isso juntos. Não importa o que a sua mãe pense ou diga, o que importa é o que a gente tem. O que você tem, agora, é o que você escolhe construir para o futuro.

Hugo olhou para Sabrina, a sinceridade nos olhos dela trazendo um alívio momentâneo. Ele sabia que, com ela ao seu lado, as coisas poderiam melhorar. Mas, naquele momento, a luta interna era forte demais, e ele não sabia como seguir em frente, principalmente com a pressão da família.

Hugo: (com um suspiro profundo) Eu só queria que fosse diferente, Sabrina. Eu só queria que minha família visse a verdade, que vissem que eu não sou o problema aqui. Eu não sou o vilão.

Sabrina, com um olhar firme e compassivo, colocou a mão no rosto dele, afastando os pensamentos confusos.

Sabrina: (sorrindo de forma suave) Você não é o vilão, Hugo. Nunca foi. E as coisas vão melhorar. Talvez não agora, mas você vai ver. Eu acredito em nós.

Hugo olhou para ela, um sorriso fraco aparecendo nos lábios, mas ainda havia muita dor e confusão por trás de seus olhos. Mesmo assim, ele sentiu uma onda de alívio, como se, ao dividir seu fardo com ela, tivesse dado o primeiro passo para encontrar uma solução.

Eles ficaram em silêncio por um momento, as palavras trocadas entre eles sendo mais do que suficientes para começarem a enfrentar a tempestade juntos. E, naquele momento, embora a situação com sua família fosse ainda uma batalha difícil, ele sabia que não estava mais sozinho. Sabrina estava ali, pronta para caminhar ao lado dele, como sempre prometeu.

Sabrina se aproximou de Hugo, com uma confiança renovada. Ela sabia que o momento de agir tinha chegado. Ela o encarou, com os olhos brilhando de determinação e um sorriso travesso no rosto.

Sabrina: (olhando-o com firmeza) Não podemos ficar por baixo mais. Eles invadiram a sua casa, tomaram seu filho, e agora estão lá se divertindo como se nada tivesse acontecido.

Hugo olhou para ela, surpreso. Sabrina estava, de fato, em outro nível agora. Ela estava séria, mas ao mesmo tempo, havia algo de cômico em sua atitude. Ela deu um passo à frente, fazendo um gesto como se estivesse tirando uma capa invisível.

Sabrina: (fazendo uma pose exagerada) Olha, Hugo, a capa do modo vadia foi ativada! Agora, é hora de mostrar para esses imbecis quem realmente manda aqui.

Hugo não pôde conter a risada. A forma como Sabrina falou, sua postura exagerada, estava arrancando até ele um sorriso. Ele ficou mais relaxado, vendo que ela estava tomando controle da situação de uma forma que só ela sabia fazer.

Hugo: (rindo) Então você vai ser minha vadia agora? De forma estratégica, é claro?

Sabrina sorriu maliciosamente, aproximando-se dele e tocando o peito dele com a ponta dos dedos.

Sabrina: (brincando) Eu não sou só sua vadia, Hugo. Eu sou a vadia que vai colocar esses dois no lugar deles, com toda a classe, claro. Nada de reboliço, só ação!

Hugo: (rindo) Classe e vadia não combinam muito, mas vou confiar em você. Só toma cuidado, não quero que levante suspeitas sobre a gente.

Sabrina deu uma risadinha, dando um empurrãozinho brincalhão em Hugo.

Sabrina: (com tom sério agora) Olha, isso não é só sobre vingança. É sobre recuperar o que é seu. Eles acham que podem brincar com você, mas quem está no controle é você, Hugo. Eu vou fazer isso do meu jeito, e você vai ficar ao meu lado, porque, francamente, ninguém mais sabe lidar com essa situação melhor do que eu.

Hugo olhou para ela, impressionado com a confiança dela. Algo em Sabrina tinha mudado, ou talvez fosse a força dela que sempre esteve lá, mas que agora estava mais visível do que nunca.

Hugo: (assentindo, com um sorriso) Você tem razão. Vamos fazer isso. Eles não podem invadir minha casa.

Sabrina: (determinada) Vamos mostrar quem é que manda aqui. Vamos recuperar tudo. Você percebeu que Mateo me deixou de lado? Eu quero ele de volta, vamos começar por ele.

Hugo: (olhando com mais determinação) Agora, eu estou com você. Vamos colocar esse plano em ação. Não podemos mais esperar.

Sabrina sorriu de forma estratégica, colocando sua mão na cintura e fazendo um gesto como se estivesse se preparando para entrar em um campo de batalha.

Sabrina: (com um sorriso de confiança) Hora de conquistar o que é nosso. E ninguém vai parar a gente.

Com isso, Hugo e Sabrina estavam mais unidos do que nunca. A luta estava apenas começando, mas eles sabiam que tinham um ao outro e estavam prontos para enfrentar tudo juntos.

Mais populares

Comments

patricia033096@gmail.com

patricia033096@gmail.com

essa mãe precisa de uma ligação, estou achando que Hugo não é filho dela

2025-03-27

1

Rosangela Martins

Rosangela Martins

amandooo

2025-03-25

1

Edinetes Alves

Edinetes Alves

eu não acho certo o Hugo precisa ter mais posição eu colocava ate minha mãe para fora junto dos dois ninguém merece uma mãe igual essa

2025-03-25

2

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!