Ela estava vestida com um robe de seda preto, e seu rosto estava sério, mas não necessariamente zangado. Seus passos eram firmes, e o som de seus saltos altos ecoava pela sala.
— Senhora, por favor, isso é um engano! Eu não peguei o colar!
Ela levantou a mão, silenciando-me com um gesto autoritário. Seus olhos, fixaram-se nos meus, e eu senti um calafrio percorrer minha nuca.
— Como você se chama? Sente-se. — ela disse, com uma voz que não permitia desobediência.
— Me chamo Eleonor — respondi, com voz trêmula.
Eu me sentei em uma cadeira próxima, minhas mãos tremendo no colo. A senhora Walton caminhou até a mesa num canto da sala. Segurando o calor entre seus dedos finos e delicados, como se fosse uma relíquia sagrada.
— Eu sou a senhora Walton. Você sabe o que isso é? — ela perguntou, olhando para o diamante rosa que brilhava sob a luz fraca da sala.
— Um colar, senhora...— Sussurrei.
Ela riu, a risada ecoando pela sala.
— Isso não é apenas um colar qualquer. Esta é uma das peças mais valiosas da minha coleção. E ele foi encontrado na sua bolsa.
— Eu não coloquei ele lá, eu juro! — gritei, sentindo as lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto. Meu corpo tremia, e eu me sentia presa em uma armadilha da qual não conseguia escapar.
Ela ficou em silêncio por um momento, seus olhos fixos em mim, como se estivesse tentando decifrar meus pensamentos, cruzou os braços e inclinou a cabeça levemente.
— Então, como ele foi parar na sua bolsa?
— Não faço ideia! Alguém deve ter colocado lá! — minha voz tremia, e eu sentia as lágrimas começarem a se formar novamente. Meu peito apertava, e eu lutava para manter a compostura.
— Você faz ideia de quanto custa essa pedra? — ela perguntou, ignorando minha defesa.
— Não, senhora. — respondi, balançando a cabeça.
— De um palpite — insistiu, seus olhos brilhando.
Eu não estava entendendo por que ela estava perdendo tempo me fazendo perguntas. Se fosse me mandar para a cadeia, que fizesse isso de uma vez. Mas, relutantemente, eu dei um palpite.
— Um milhão? — disse, hesitante.
Ela riu, jogando a cabeça para trás em uma risada que parecia quase genuína, mas ainda assim carregada de ironia.
— 71,2 milhões de dólares. Foi um mimo do meu marido. — ela revelou.
Meu coração parou por um instante. 71,2 milhões de dólares?
— Eu não peguei o colar! — disse com minha voz falhando, as lágrimas começando a escorrer pelo meu rosto. — Eu juro que não fiz isso!
Ela caminhou até mim, segurando o colar com uma mão enquanto a outra repousava no encosto da cadeira onde eu estava sentada.
— E como ele foi parar na sua bolsa, Eleonor?
— Eu não sei! — chorei, minhas mãos apertando minhas coxas. — Alguém deve ter colocado lá para me incriminar! Eu não faria isso, senhora, eu não faria!
Ela ficou em silêncio por um momento, seus olhos fixos em mim.
— Cuidado, Eleonor — disse, finalmente, com sua voz baixa, mas cheia de autoridade. — Essa é uma acusação muito séria.
— Só pode ser isso! — insisti, minha voz tremendo. — Não tem outra explicação! Eu não faria isso, eu não sou uma ladra!
A senhora Walton me observou por mais um momento, seus olhos estreitando-se levemente. Então, ela respirou fundo e falou, com voz calma, mas carregada de uma ameaça velada.
— Bom, para acabar com tudo isso, eu vou te dar duas opções — ela disse, caminhando até a mesa. — Eu posso chamar a polícia, te acusar de roubo e te mandar para a cadeia...
— Por favor, não! — interrompi, minha voz cheia de desespero. — Eu não fiz isso, eu juro!
— Você poderia me deixar terminar de falar?
Engoli em seco, sentindo um nó se formar na minha garganta.
— Sim, senhora. — respondi, baixinho.
— Ótimo! Continuando. Ou você escolhe ir para a cadeia, ou trabalha para mim.
Fiquei surpresa, meus olhos arregalados e minha boca ligeiramente se abriu.
— Trabalhar para a senhora? — perguntei, incrédula.
— Exatamente — respondeu, sentando-se na cadeira em frente a mim, suas mãos repousando sobre o colo. — Eu preciso de uma governanta para casa, ótimo salário, alimentação, plano de saúde familiar e mais algumas vantagens. Acredito que você pode ser útil para mim.
— Senhora Walton, eu não tenho experiência!
— Não se preocupe com isso, você é bem apresentável e vai agradar.
Fiquei em silêncio por um momento. Eu não tinha escolha. A ideia de ir para a cadeia era aterrorizante.
— E... e o que eu teria que fazer? — perguntei, hesitante.
— Tudo o que os seus senhores mandarem. — ela respondeu, seus olhos fixos nos meus.
Engoli em seco, sentindo o peso da decisão esmagar meus ombros.
— Eu... eu aceito. — murmurei baixinho.
A senhora Walton sorriu. Um sorriso frio, que não chegava aos olhos.
— Excelente — disse, levantando-se e caminhando até a porta. — Então, vamos começar. Temos muito o que fazer.
E, com isso, ela abriu a porta. Uma mulher entrou carregando uma pequena bandeja com instrumentos médicos. Ela usava um uniforme branco. Seus cabelos estavam presos em um coque firme e seu rosto era inexpressivo, quase mecânico.
A senhora Walton virou-se para mim, com um olhar calmo.
— Antes de qualquer coisa, precisamos garantir que sua saúde está em perfeitas condições.
Franzi a testa.
— Minha saúde?
— Sim. Não posso permitir que alguém doente trabalhe para mim.
A enfermeira já estava ao meu lado, segurando uma pequena seringa e uma tira de borracha.
— Só um instante. — tentei recuar, mas a senhora Walton ergueu uma sobrancelha e fixou seus olhos em mim. Um olhar que me prendeu no lugar.
— Algum problema?
Eu queria dizer que sim. Que aquilo não fazia sentido. Que eu nunca tinha ouvido falar de um empregador que exigia um exame de sangue antes de começar um trabalho. Mas as palavras se prenderam na minha garganta. Se eu questionasse, se eu parecesse hesitante, ela poderia mudar de ideia. Poderia me mandar direto para a cadeia.
Então, balancei a cabeça.
— Não, senhora.
A enfermeira aproximou-se de mim, colocando a bandeja sobre a mesa ao meu lado.
— Por favor, estique o braço?
Meu coração acelerou, mas eu obedeci, esticando o braço hesitante. Ela amarrou a tira de borracha em meu braço e limpou a pele com um algodão embebido em álcool. O cheiro forte invadiu minhas narinas, e eu desviei o olhar quando a agulha perfurou minha pele.
O sangue escorreu para dentro do pequeno tubo de vidro. Fiquei olhando para ele, sentindo uma estranha inquietação se espalhar pelo meu peito. Por que aquilo era necessário?
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Atualizado até capítulo 24
Comments
Bela Black
Mana tu sabe que Aldo de errado não está certo. E ela tá te enganando.
Minha suposição pelo título da história è que vão usar ela talvez como escrava " sexual" ou " barriga de aluguel ". Também pode ser par barbaridades ou hobby pra passar o tempo.
2025-05-02
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Ana
Muito estranho o comportamento dessa mulher
2025-03-24
2
•♫•♬•Íris Lunar•♫•♬•
com certeza alguém colocou/Grievance/
2025-04-23
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