Harper
A vida não é justa, perdi minha mãe em um acidente de carro, meu pai não sei nem quem é e a última familiar viva de nossa pequena família está morta. Agora somos só Lilly e eu nessa cruzada que se chama destino lutando sozinhas para que tudo dê certo.
Lilly e eu somos gêmeas idênticas, sempre muito unidas, não conseguimos ficar longe por mais de um dia e sem se falar por mais de meia hora.
Tenho problemas com ex, ele não aceita o fim do relacionamento. Me separei por ele ser agressivo verbalmente e fisicamente, fora a tortura psicológica. Estou aqui em meu apartamento arrumando a mala para ir enterrar minha avó que morava na cidade vizinha e Nikko conseguiu mais uma vez invadir o meu apartamento.
— Vai para onde sua vadia cretina? — começaram os insultos — Está pensando que pode sair assim sem me avisar? Olhe para mim quando eu estiver falando com você!
Ele me puxa violentamente pelo braço e dá um tapa forte em meu rosto com as costas da mão fazendo o sangue descer em meu lábio na mesma hora. Coloco a mão onde dói e sangra e falo para ele:
— Seu maldito desgraçado, você já não faz mais parte da minha vida e não te devo satisfação de nada... Vai embora! — quase grito enquanto choro.
Mas ele me segura pelos cabelos, me puxa para ele e me dá outro tapa enquanto dispara um monte de palavrões e ofensas dolorosas. Começo a gritar por socorro e meu vizinho com seu marido ao lado entram e colocam Nikko para fora.
— Querida, você está bem? — Hernan pergunta preocupado me levantando do chão.
— Vamos na delegacia dar parte daquele troglodita agora mesmo! — Marcius fala indignado.
— Não... Eu não posso! Minha irmã está me esperando para dar o último adeus a nossa avó. Mas quando eu voltar de lá vou até a delegacia e se vocês ainda estiverem dispostos a ir comigo como testemunhas, serei grata.
— É claro que vamos, querida. E meus pêsames por sua avó. — Hernan lamenta.
— Vai lá, meu anjo... Se cuida e manda um beijo para a minha borboletinha. — Marcius pede.
— Claro, obrigada amores. — pego minha mala e os dois me acompanham até meu carro.
Me acompanham somente para ter certeza que Nikko não está por lá para me fazer mais mal ainda. Depois de agradecê-los entro no carro e dirijo até o apartamento da minha irmã, enquanto faço isso tento cobrir com maquiagem parte das marcas em meu rosto.
— Lilly, me atrasei por causa do... Do meu carro, ele deu problema de novo. — falo sem olhá-la nos olhos.
— Seu carro também machucou sua boca? — ela pergunta me fazendo olhar para ela sem saber o que dizer.
— Isso? — aponto para onde está dolorido no meu lábio — Eu me machuquei mais cedo, estava tomando banho e desastrada como sou escorreguei e caí.
— Harper... — a interrompo e mudo de assunto.
— Vamos espalhar as cinzas da vovó no jardim de rosas brancas que ela tanto amava? Tenho certeza que ela vai ficar feliz se colocarmos suas cinzas ali.
Ela me responde afirmando que seria uma boa, a viagem de três horas dentro do carro foi estranha já que volta e meia ela queria saber o que aconteceu com meu rosto por estar muito maquiada.
Mas isso tudo passou quando vimos nossa querida e amada avó no caixão, ficamos ali por duas horas abraçadas e chorando olhando para a única pessoa que ficou ao nosso lado quando a nossa mãe faleceu. Nós éramos apenas duas meninas de nove anos que teriam que aprender a viver sem a nossa mãe.
Nós nos mudamos quando completamos vinte anos, há um ano, por causa do trabalho. Foi no trabalho que conheci Nikko e poucos meses depois decidimos morar juntos... Pior decisão da minha vida.
Mesmo morando longe não deixamos de visitar nossa avó, ainda não acredito que um mal súbito a levou embora para sempre. Depois de duas horas velando o corpo sem vida de nossa avó, o pessoal do crematório chegou.
Acompanhamos tudo em silêncio e abraçadas, quando as chamas começaram a consumir nossa avó um grito de dor e saudade escapou de nossas gargantas ao mesmo tempo... Choramos até nossos olhos doerem.
Levamos as cinzas para a velha casinha e jogamos suas cinzas entre suas rosas favoritas. Passamos na imobiliária e deixamos a casinha para alugar, já era noite quando estávamos no carro voltando para nossa realidade.
— Harper... Você precisa ir na delegacia denunciar o Nikko, pedir uma medida protetiva e sair daquele apartamento. Volta para o nosso, vou te proteger. — volto a chorar.
— Eu não queria te chatear com isso justo hoje, um dia tão difícil para nós. Mas amanhã vou na delegacia, até mais tarde levo minhas coisas para o nosso apartamento e entrego o que estou morando.
Minha irmã sorriu, tirou o cinto de segurança e me abraçou, nesse momento minha visão embaçou com as lágrimas e quando ela se sentou no banco para colocar o cinto de segurança novamente um farol alto veio de encontro com nosso carro.
Só consegui virar o volante para o outro lado, batemos em algo e eu assisti em câmera lenta o corpo da minha irmã ser arremessado contra o vidro da frente do carro e eu bati a cabeça com toda força no volante.
— Lilly... — tudo escureceu para mim.
Lilly e Harper
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Atualizado até capítulo 31
Comments
Mclaudia Oliveira
cretino 😡😤
Elas são lindas 😍😍
2025-03-16
6
Josigg Gomes Galdino
São lindas, é uma pena que,por imprudência da Lilly, ela morreu, se não tivesse tirado o cinto de segurança
2025-04-08
1
Maria Aparecida
esse ex namorado tem que ser denunciado sim.
2025-03-18
1