O silêncio dentro da cabana era sufocante.
Xīyán sentia seu coração martelando no peito, os olhos fixos na pequena criatura diante dela. A gata branca realmente havia falado.
Ou… talvez não?
Ela engoliu em seco. Devo ter imaginado… certo?
Mas então, como se para acabar com qualquer dúvida, a gata bocejou longamente e se espreguiçou, abrindo os olhos azuis brilhantes antes de encarar Xīyán com uma expressão sonolenta.
— Está me olhando assim por quê?
Xīyán tremeu dos pés à cabeça.
Seus olhos se arregalaram, seu corpo se afastou instintivamente para trás, derrubando uma cadeira no processo.
— O QUE?!
Ela apertou as laterais da cabeça, piscando várias vezes, como se pudesse acordar de um sonho.
A gata apenas inclinou a cabeça, a cauda balançando de um lado para o outro.
— O que foi? Nunca viu um gato falar antes?
Xīyán ficou pálida.
— NÃO!
A gata soltou um som que quase parecia uma risada.
— Bem, agora já viu.
Xīyán levou a mão ao peito, sentindo a respiração descompassada.
— Isso não faz sentido… Isso não faz sentido! Gatos não falam! Você… você está possuída?! É uma maldição?
A gata suspirou.
— Eu pareço um espírito maligno para você?
Xīyán ficou sem resposta. De fato, não havia nada de ameaçador na gata. Se fosse algo sombrio, já teria mostrado suas intenções.
Mas isso não significava que aquilo era normal!
— Você sempre falou assim?! — Xīyán cruzou os braços, tentando manter uma aparência de calma, embora seu interior estivesse um caos.
A gata piscou devagar.
— Hmm… digamos que eu apenas… nunca tive necessidade de falar antes.
Xīyán franziu a testa.
— Você não respondeu minha pergunta.
A gata ronronou, rolando de barriga para cima como se estivesse se divertindo com a situação.
— Isso importa?
Xīyán sentiu um arrepio estranho.
Algo estava errado.
Essa gata… não estava apenas falando.
Ela estava escondendo algo.
Mas, por enquanto, Xīyán não insistiu.
Seja lá o que fosse essa criatura, ela não parecia pronta para revelar a verdade.
E Xīyán, apesar do medo e confusão, não podia negar uma coisa:
Lá no fundo… uma parte dela queria descobrir.
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O Momento da Verdade
Dias se passaram.
Xīyán, ainda abalada com a revelação, começou a se acostumar (ou pelo menos tentava) com a ideia de que sua nova companheira era um animal falante.
A gata nunca explicou exatamente por que podia falar. Sempre desviava do assunto, mudava de conversa ou simplesmente fingia que era normal.
Xīyán, apesar da curiosidade, decidiu esperar.
Ela sabia que, cedo ou tarde, essa criatura mostraria quem realmente era.
E esse momento chegaria mais rápido do que imaginava.
Uma noite tempestuosa.
O vento soprava forte lá fora, fazendo as árvores vergarem. O fogo da lareira tremulava, lançando sombras dançantes pela cabana.
Xīyán estava sentada em sua mesa, analisando ervas medicinais, quando ouviu um som estranho atrás de si.
— Xīyán…
Ela se virou, sentindo um arrepio subir por sua espinha.
A gata não estava mais no chão.
Estava flutuando.
E, naquele instante, seu corpo começou a brilhar.
O tempo pareceu desacelerar.
Xīyán prendeu a respiração quando a imagem da gata começou a se desfazer, como névoa dissolvendo-se na luz.
Em seu lugar, uma mulher apareceu.
A mesma do seu sonho.
Cabelos brancos longos como a neve, olhos azul profundo, vestes leves e etéreas que pareciam dançar com o vento invisível.
Xīyán sentiu o chão sumir sob seus pés.
E então, a mulher falou, sua voz suave como o eco da floresta.
— Agora você sabe quem eu sou.
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Atualizado até capítulo 27
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