O dia estava chegando ao fim, o céu começando a adquirir um tom alaranjado suave, e as ruas de Tóquio, sempre agitadas, começaram a suavizar um pouco com a chegada da noite. No armazém, o som das caixas sendo carregadas e descarregadas continuava, mas já sem a mesma intensidade do começo do dia. Satoshi olhou para o relógio e fez uma última conferida nas tarefas antes de se despedir de seus colegas de trabalho.
— Amanhã nos vemos, pessoal! — ele disse com um sorriso cansado, mas genuíno. Todos acenaram de volta, e ele deu uma última olhada no armazém antes de sair, pronto para encerrar mais um longo dia de trabalho.
O caminho para casa era, como sempre, uma pequena jornada cotidiana. Satoshi não tinha pressa, gostava de absorver a tranquilidade do fim do dia. Ele sempre passava por um pequeno mercado antes de seguir para sua casa, por mais simples que fosse, o mercado sempre estava ali para atender suas necessidades diárias. Com sua rotina bem estabelecida, ele sabia exatamente o que precisava comprar — leite, arroz, vegetais frescos, algumas frutas para o café da manhã de amanhã. Nada extravagante, mas tudo o que ele e Emi precisavam para se manter.
Ele pegou as compras e seguiu para o caminho de casa. O trânsito estava mais suave, mas o ruído da cidade ainda estava presente, uma melodia de sons que fazia parte de sua vida. Enquanto caminhava, ele não podia deixar de pensar em Emi. Sabia que ela passava o dia se preocupando com ele, e mesmo que as inseguranças dela ainda fossem um obstáculo, ele sentia uma alegria profunda ao saber que podia voltar para sua casa e encontrar seu lugar seguro ali com ela.
Chegando em sua rua, o familiar cheiro de jantar começou a invadir suas narinas, e ele sorriu ao imaginar Emi já ocupada na cozinha, preparando algo especial para o jantar. Ao abrir a porta, um calor acolhedor o envolveu, e ele imediatamente tirou os sapatos, deixando-os na entrada, como de costume.
— Estou em casa! — Satoshi gritou para a casa silenciosa.
Do fundo da casa, a voz doce de Emi respondeu, sem sequer olhar para ele.
— Bem-vindo de volta. — Ela disse com um tom carinhoso.
Ele se dirigiu até a cozinha, onde a viu de pé, mexendo uma panela. A luz suave da cozinha iluminava o seu rosto, destacando o sorriso tímido que ela dava a ele ao vê-lo entrar. Ela estava usando um vestido simples e confortável, algo que ela geralmente usava quando estava em casa. Emi tinha os cabelos soltos, e seus movimentos na cozinha eram naturais, como se o simples ato de cozinhar fosse uma maneira de expressar o carinho que sentia por ele.
Satoshi a observou por um momento antes de falar.
— O que está preparando hoje? — perguntou ele, aproximando-se dela e colocando as compras na mesa.
Emi olhou para ele, um sorriso quase tímido surgiu, antes que ela olhasse para o prato em questão.
— Preparei algo simples... Uma sopa de legumes com arroz. Nada de mais. — Ela respondeu, um pouco insegura.
Satoshi sorriu e se aproximou dela, colocando a mão nas costas dela.
— Simples, mas perfeito para nós dois. — Ele disse, antes de se afastar para tomar um banho rápido.
Ele sabia que Emi ficava preocupada com a simplicidade das coisas que preparava, mas para Satoshi, o mais importante era o gesto, o carinho por trás da comida que ela preparava com tanto cuidado. Ele não ligava para o quão elaborada era a refeição, pois para ele, nada poderia ser melhor do que a companhia dela.
Após o banho, ele se sentiu revigorado, e rapidamente fez uma geral na casa. Passou um pano nas superfícies, arrumou alguns objetos espalhados e se certificou de que tudo estava em ordem para que o jantar fosse mais agradável. Embora a casa fosse simples, ela tinha um aconchego que só se sentia ao estar ali com Emi.
A mesa estava posta com o prato de sopa e arroz já pronto. Ele sentou-se à mesa, observando Emi, que estava agora se aproximando com uma bandeja. Seus olhos brilharam ao ver a forma como ela olhou para ele, como se estivesse se esforçando para que o dia fosse perfeito para ambos.
— Está delicioso. — Ele disse sinceramente, pegando uma colherada de sopa.
Emi sorriu, sentando-se ao lado dele e começando a comer também.
— Eu fico feliz que tenha gostado. — Ela disse, embora ainda parecesse ligeiramente apreensiva.
Enquanto comiam, a conversa foi se tornando mais leve. Falavam sobre como foi o dia de cada um, como o trabalho estava indo, e até mesmo sobre planos futuros. Conversas sobre coisas pequenas e significativas, o tipo de conversa que os casais costumam ter ao final de um dia comum.
Depois do jantar, ambos se dirigiram ao sofá, o lugar onde passavam as noites relaxando juntos. Emi se aconchegou ao lado de Satoshi, e ele a envolveu com o braço, dando-lhe uma sensação de segurança. Ela descansou a cabeça no peito dele, fechando os olhos enquanto assistiam a um programa qualquer na televisão.
— Satoshi, você já pensou sobre o futuro? — Ela perguntou, de repente, quebrando o silêncio confortável.
Ele olhou para ela, um sorriso suave aparecendo no rosto.
— Claro que já. Mas o futuro, Emi, não é algo que precisamos planejar em cada detalhe. O que importa é o agora. — Ele respondeu, acariciando seus cabelos suavemente.
Ela assentiu, sentindo-se confortável e segura ao lado dele, como sempre se sentia.
O resto da noite passou em paz, com os dois trocando algumas palavras descontraídas sobre seus sonhos, suas ambições e até mesmo sobre coisas mais triviais, como filmes e comida. Satoshi sabia que, enquanto estivesse com Emi, nada mais importava tanto quanto o tempo que passavam juntos, o que eles construíam como casal.
Finalmente, o relógio marcou a hora de dormir, e ambos se levantaram para ir para o quarto. Satoshi apagou as luzes e, de mãos dadas, conduziu Emi até a cama.
— Boa noite, Emi. — Ele sussurrou, antes de beijá-la na testa.
— Boa noite, Satoshi. — Ela respondeu, com um sorriso suave, antes de se deitar ao lado dele.
E ali, nos braços um do outro, o mundo lá fora desapareceu. O estresse, as inseguranças e os desafios da vida cotidiana não pareciam mais importantes. Eles tinham tudo o que precisavam naquele momento: o conforto da companhia um do outro, o amor silencioso que compartilhavam, e a certeza de que, no final do dia, sempre poderiam voltar para casa.
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Atualizado até capítulo 26
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