Capítulo 4

Enquanto isso, em outro lugar, Facundo Romagnoli chegava ao meio-dia em sua mansão totalmente bêbado e com um olho roxo, ao entrar bufou incomodado ao ver seu pai esperando-o no começo da escada.

- Para o meu escritório agora!! - ordenou o homem claramente incomodado e cansado da má atitude de seu filho mais novo.

- Agora não\, quero dormir\, talvez mais tarde ou amanhã - disse despreocupado o jovem e ignorando seu pai.

Mas quando ia subir o primeiro degrau da escada um forte puxão o deteve.

- Quando digo agora é agora... Facundo\, tens cinco segundos para mover essa bunda para o meu escritório.

- Deixe-me em paz\, quero dormir.

- EU DISSE AGORA!! - Eduardo gritou tão forte que até os quadros se moveram\, seu grito causou que até a bebedeira passasse para seu filho.

De má maneira caminhou para o escritório de seu pai que parecia furioso, sentou-se e esperou que seu pai falasse.

- Estou farto\, realmente farto da sua péssima atitude\, Facundo\, você se tornou uma verdadeira vergonha para esta família\, todo o mundo está falando do herdeiro Romagnoli e não são palavras boas\, falam da merda que você se tornou e não penso em continuar escutando tanta besteira\, nem em continuar vendo sua mãe chorar pelo dano que você se faz diariamente\, nem penso em continuar deixando que você continue destruindo sua vida.

- Que se foda o que digam as estúpidas pessoas sem vida que vivem tão miseravelmente que precisam criticar os demais para se sentirem um pouco menos merda e mamãe? Mamãe passa o tempo chorando desde que aconteceu o que aconteceu há anos\, não queira jogar a culpa em mim pela depressão dela - um forte golpe no rosto do jovem o fez calar.

- Não se atreva a falar assim da sua mãe\, maldito desgraçado\, nós te demos tudo desde que nasceu\, jamais te faltou nada\, mas chega\, Facundo\, ou você muda ou sai desta casa e sem nada\, vou tirar todo o meu apoio e dinheiro\, não vou te deixar nem uma única nota para que você compre nem um pão.

- E com isso eu teria que ter medo? Você não vai me dar ordens do que tenho que fazer\, já tenho vinte e cinco anos.

- Mas você continua se comportando como se tivesse cinco\, estou farto do desfile de prostitutas cada manhã\, farto de que todos os meus sócios\, amigos e até a servidão desta mansão falem do seu mau comportamento\, somos a piada de todo o mundo por sua má conduta e não estou disposto a continuar suportando nem mais uma estupidez da sua parte\, muito em breve você terá que tomar o meu lugar na empresa e como você acha que meus sócios vão aceitar isso? Claro que não vão aceitar porque você é um irresponsável que só pensa em transar e usar drogas\, você não pode continuar assim\, você está destruindo a vida sozinho e não penso em ficar só olhando como você se mata lentamente - O homem deu um forte golpe na mesa\, realmente estava cansado do mau comportamento de seu filho\, mas ao mesmo tempo doía demais ver como dia a dia ele ia se matando lentamente\, estava disposto a fazer o que fosse para ajudá-lo a se recompor e voltar a ser o doce e educado garoto que foi uma vez.

O jovem soltou uma forte gargalhada, era muito óbvio que não se importava com o que seu pai lhe dizia.

- E o que você pensa em fazer? Ilumine-me com suas grandiosas ideias\, pai? - disse em tom zombeteiro.

Facundo Romagnoli costumava ser o jovem mais amável, educado e responsável de todo o seu grupo de amigos, era um excelente filho, mas tudo mudou naquela noite na qual não só o havia afetado, mas isso não parecia importar, já que desde essa noite o jovem doce e responsável morreu para dar lugar a um jovem grosseiro, mulherengo, irresponsável, amargurado, onde seus dias começam e terminam em festas onde só há álcool, drogas e sexo.

Facundo vem de uma das famílias mais milionárias do país, seu pai, Eduardo Romagnoli, é considerado o segundo homem mais rico e poderoso de todo o país, enquanto sua mãe, Evelyn de Romagnoli, era uma das melhores organizadoras de casamentos do mundo, costumava ser contratada por mulheres de muito poder e até chegou a organizar o casamento do presidente, apesar de ter muito dinheiro, poder, elegância e status social, jamais mudou sua forma de ser, costumava ser uma mulher doce, caridosa e risonha, mas tudo isso mudou quando aconteceu essa terrível tragédia, desde então Evelyn caiu em uma grande depressão, deixando-a morta em vida, não só que jamais voltou a trabalhar, como também jamais conseguiu voltar a sair na rua, adoeceu de agorafobia, por mais especialistas que seu esposo contratou, nada conseguiu curá-la.

- Você vai se casar!! Já é hora de você pensar como um homem adulto e maduro!!

- Você está demente se pensa que vou fazer isso!! Isso deve ser uma piada. Onde estão as câmeras? Porque só se fosse uma brincadeira você diria tamanha idiotice - disse o jovem e o que se seguiu foi um terrível golpe em seu rosto\, seu pai o havia voltado a golpear.

- Fale comigo com mais respeito\, que mesmo que te pese\, sou seu pai e me deve respeito!! - o homem estava realmente furioso\, seu filho parecia não ter solução\, mas ele não se renderia\, ia fazer o que fosse para recuperar seu filho\, o garoto bom e educado que era antes dessa terrível noite.

- Vou dormir\, estou com dor de cabeça\, que ninguém me incomode até amanhã\, que quero dormir.

- Se você se atrever a ir embora e me deixar falando sozinho\, você vai se arrepender\, Facundo Romagnoli!!

- Ui\, olha como estou tremendo - zombou o jovem e saiu do escritório sem se importar com o que seu pai lhe havia dito.

O garoto, antes de ir para seu quarto, passou pelo bar que tinham na incrível mansão e pegou uma garrafa de vodka, subiu as escadas bebendo do bico da garrafa, para quando chegou ao seu quarto já havia esvaziado a garrafa completa, a atirou contra a parede provocando que explodisse em mil pedaços e logo se trancou em seu quarto como todos os dias...

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