As lágrimas acompanham o crepúsculo

Antes de se despedir para ir para casa, Ulka se ajoelhou na frente de Katt. A brisa suave da tarde soprava delicadamente, fazendo com que seus cabelos rosados dançassem com o vento. Ulka, com sua voz serena, aconselhou Katt a deixar a adaga com ele pois conseguia imaginar o que aconteceria se os pais da pequena vissem ela segurando aquilo. Em troca, ele lhe emprestaria uma adaga de madeira para que ela, ja que estava tão ansiosa para mostrar sua nova conquista a seus pais. Ouvindo o conselheiro, Katt aceitou de bom grado. Ulka, qinda completou dizendo que convenceria os pais da pequena para que ele a pudesse buscá-la todas as manhãs. sem contar-lhes que era para treinar, preparando-a para a grande missão que ela havia recebido.

Ulka a despediu com um abraço apertado e sussurrou ao seu ouvido, dizendo que, a partir daquele dia, Katt deveria se tornar forte para proteger os mais fracos. Era mais um objetivo a ser alcançado. Com lágrimas nos olhos, Katt acenou e começou sua jornada de volta para casa, caminhando pelas estradas de terra iluminadas pelo pôr do sol.

o céu começava a se tingir de tons alaranjados e rosados. Katt caminhava distraída, pensando nas palavras de Ulka e na sensação do abraço caloroso. De repente, Gordon, um garoto rebelde, surgiu do meio das árvores com um sorriso malicioso. Gordon era conhecido na vila por humilhar os mais fracos, principalmente katt por sua aparência tão única. Ele sempre agredia a pequena de forma verbal e física, as crianças sempre tinham medo mede e os adultos nunca tomavam decisão contra ele por ser filho de um dos conselheiros da vila.

Antes que Katt pudesse reagir, ele empurrou-a com força, fazendo-a cair no chão. A terra fria e dura machucou as suas mãos e joelhos, mas foi a dor da humilhação que mais doeu. Gordon, rindo, tomou a adaga de madeira das mãos de Katt e lágrimas de raiva começaram a se formar nos olhos dela que não brilhavam mais. Sentindo uma mistura de frustração e desespero, e relembrando de tudo que já havia passado pelas mãos daquele garoto, uma força diferente tomou a pequena, que soltou um grito do fundo do seu coração, e algo diferente aconteceu, o chão onde ambos estavam começou a tremer e Gordon mudou a sua expressão demonstrando que estava assustado, katt sem pensar duas vezes se levantou rapidamente e o empurrou com todas as suas forças, o derrubando. Ao cair no chão, Gordon soltou a adaga. Gordon, que sempre a humilhava, ficou paralisado, sem entender o que estava a acontecer.

Katt, com o seu coração acelerado, recuperou a adaga que estava no chão, e saiu correndo, com as suas pernas mal conseguindo acompanhar a velocidade dos seus sentimentos.

Antes que a escuridão envolvesse completamente a floresta, Katt finalmente chegou em casa. A luz fraca do crepúsculo iluminava a pequena cabana, onde seus pais estavam à sua espera na porta, os rostos marcados por uma mistura de preocupação e raiva. Assim que a viram, a expressão de seus pais endureceram.

“Katt, onde você esteve?” O tom severo de seu pai cortou o ar, e Katt sentiu seu coração se apertar. Ela tentou explicar, dizendo que estava com Ulka, mas seus pais não quiseram acreditar. "Isso não é hora de uma menina da sua idade estar fora de casa," sua mãe afirmou, cruzando os braços. A voz dela tremia, não só de raiva, mas de medo pelo que poderia ter acontecido.

A pequena recebeu uma bela bronca, cada palavra machucando mais do que a última. Seus pais a castigaram, ordenando que ela ajudasse seu pai nas vendas das mercadorias por uma semana inteira. Katt, com os olhos marejados de lágrimas, simplesmente balançou a cabeça em concordância. Subiu as escadas para seu quarto com passos pesados, cada degrau ecoando sua tristeza.

Quando finalmente chegou ao seu quarto, a porta se fechou atrás dela, abafando os sons da discussão entre seus pais. Katt se jogou na cama, sentindo o peso do dia. Ela queria contar tudo o que havia acontecido, todas as suas aventuras, suas conquistas, e até seu encontro com Gordon. Mas agora, sozinha em seu quarto, só conseguia abraçar sua tristeza, deixando as lágrimas correrem livremente pelo rosto.