Olhando por sua janela, Katt observa a imponente casa de Ulka. Seu instinto diz-lhe que ali se encontra algo extraordinário, uma aventura esperando para ser vivida. Sem pensar duas vezes, ela corre até a janela e, com um salto ágil, lança-se para fora. Pelos galhos das árvores, ela avançava com movimentos graciosos, saltando de um ramo ao outro com a leveza e destreza de uma felina. Do chão, seus vizinhos observavam com atenção, admirando a bela performance acrobática, mas, ao final de tudo, ainda a julgavam sem conhecer seu verdadeiro potencial.
Ao chegar na casa do chefe da vila, Katt se abaixa, movendo-se silenciosamente como uma sombra até alcançar uma grande janela que dava para a sala de reuniões de Ulka. Com os ouvidos atentos, ela tentou captar o que aqueles homens importantes estavam discutindo. Aproximando-se ainda mais da janela, ela escuta os aventureiros falando de algo terrível que havia surgido no reino dos Demônios. A tensão no ar era palpável. Antes de terminarem a frase, puxaram duas armas, os olhos arregalados e a respiração pesada, e gritaram para que quem estivesse escondido se apresentasse, ameaçando com consequências severas.
Katt prendeu a respiração, o coração disparado, enquanto ponderava seus próximos movimentos. O medo e a adrenalina pulsavam em suas veias, mas a curiosidade e a sede por aventura a mantinham firme em seu lugar. Ela sabia que estava prestes a se envolver em algo grandioso e perigoso.
A Sacerdotisa do grupo dos aventureiros, com uma voz que ressoava pela sala, gritou de dentro do cômodo: "Uma elfa de cabelos cor de rosa está escondida ao lado direito da janela!" Seus olhos brilhavam com uma mistura de autoridade e certeza, como se tivesse acabado de receber uma revelação divina. "Deus me revelou o seu nome..." Continuou, mas antes que pudesse concluir, Ulka bateu na mesa com um estrondo, o som ecoando pelo salão. Os aventureiros trocaram olhares perplexos, tentando entender o que estava acontecendo. Ulka, com a voz trêmula e os olhos arregalados, completou: "Nunca diga esse nome em voz alta..."
Katt, que estava escondida, sentiu o coração apertar. A adrenalina corria em suas veias, e ela não conseguia compreender a gravidade da situação. Quando colocou a mão no rosto, sentiu algo escorrendo. Ao olhar, percebeu que era uma gota de suor vermelha como sangue. O temor a tomou de assalto. Algo muito sério estava acontecendo. Desesperada, ela gritou por ajuda, chamando por Ulka com berros angustiados, mas antes que pudesse fazer mais qualquer coisa, seus sentidos a abandonaram e ela desmaiou.
Em meio à total escuridão, uma luz suave e brilhante apareceu à sua frente. A luz parecia flutuar, emanando um calor reconfortante, e dela emergia um feixe pequeno e pulsante. Katt ouvia, com dificuldade, palavras que falavam sobre um dos quatro generais do Lorde Demônio ter declarado guerra à província de Ryoro, um lugar conhecido por sua abundante agricultura, graças ao solo abençoado pelos deuses.
Enquanto Katt observava aquela luz mística, tentando processar tudo que estava acontecendo, uma voz profunda e imponente, que parecia se assemelhar ao som de muitas águas, começou a falar: "Eu sou o Criador dos Sete Anciãos, aqueles que os seres viventes chamam de deuses. Hoje te consagro com minha bênção para que derrotes o Lorde Demônio e todos os seus generais, e traga a paz de volta à terra." Katt, amedrontada, gritou em desespero: "Eu não sou capaz de fazer isso!" Mas antes que pudesse continuar, foi puxada de volta para seu corpo.
Ela acordou com Ulka sentado ao seu lado, passando um pano úmido em seu rosto. Os olhos de Ulka estavam cheios de preocupação e, talvez, um pouco de esperança. Katt piscou algumas vezes, tentando se situar, enquanto as palavras da voz divina ainda ecoavam em sua mente..
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Atualizado até capítulo 54
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