CAPÍTULO 5

Voltei para a mesa onde estava com a Naty, e ela percebeu meu embalo.

— O que houve? Por que demorou tanto, minha gata, gatona? — perguntou ela, brincando, com aquele sorriso característico.

— Meu nome ainda está salvo assim no seu celular? — falei, sorrindo para mostrar que estava bem.

— Com certeza! Aliás, você é mesmo — respondeu piscando, antes de continuar: — Mas e aí, o que houve, minha linda?

Contei tudo o que tinha acontecido. Naty ficou furiosa com o Henrique, mas ao mesmo tempo completamente encantada com a atitude do homem desconhecido.

— Ele é tipo aqueles príncipes encantados de filme? — perguntou empolgada, os olhos brilhando.

— Sim! Ele era muito bonito e educado. Você tinha que ver.

— Ai, que coisa mágica! Amei! — ela exclamou, cheia de entusiasmo.

Terminamos a noite contentes. Naty me deixou em casa, e assim se passou uma semana desde aquele dia. Durante esse tempo, pesquisei mais sobre meu curso, e preciso confessar que estou muito empolgada. Não só eu, mas a Naty também está quase pulando de alegria. Hoje, combinamos de ir ao shopping às duas da tarde para comprar roupas para a universidade. É claro que a Naty sempre arranja uma desculpa para renovar o guarda-roupa.

Mesmo com a correria da semana, às vezes me pego pensando no meu "salvador" – o homem dos olhos castanhos e cabelos loiros. Não que eu esteja apaixonada. Afinal, só o vi uma vez. Acho que é mais gratidão. Mas, se pudesse escolher, ele seria o tipo de homem que eu gostaria como amigo.

Enfim, me arrumei para o shopping. Meus pais estavam na loja, então esperei a Naty chegar. Não demorou muito, e ela apareceu. Assim que entrei no carro, ela abriu aquele sorriso de sempre:

— Oi, minha gata, gatona!

— Oi, minha linda — respondi, sorrindo de volta.

Colocamos uma música e cantamos o caminho todo, como de costume. Quando chegamos, entramos em várias lojas. Naty fez a festa, enquanto eu comprei algumas coisas. Mesmo dizendo que não precisava, ela me encheu de presentes, dizendo que era para comemorar minha entrada na universidade. Fiquei sem jeito, mas ela insistiu. Como agradecimento, comprei uma pulseira para ela.

Depois, fomos lanchar e pedimos o de sempre. Foi quando notei Kitty em uma loja do outro lado da praça de alimentação.

— Naty, olha para trás disfarçadamente — pedi, tentando não rir.

Mas ela, praticamente, quebrou o pescoço ao virar de uma vez. Caímos na risada.

— Essa é sua ideia de "disfarçadamente"? — perguntei, rindo mais ainda.

— Desculpa! Na minha cabeça, você mandou virar com tudo — justificou, ainda rindo. — Ela viu?

— Acho que não. Espero que não.

Naty suspirou.

— Essa menina sempre traz coisa ruim com ela. Que isso não aconteça agora.

— Espero o mesmo. Mas e aí, ansiosa? — perguntei, mudando de assunto.

— Demais! Eu e minha best friend vamos começar com tudo! — respondeu, fazendo uma pose engraçada.

Rimos juntas, mas, para nossa infelicidade, a "bela" da Kitty passou na frente da lanchonete naquele exato momento. Nós, por reflexo, nos abaixamos para nos esconder. Infelizmente, graças a isso, ela nos viu. E lá veio ela, desfilando como se estivesse em um tapete vermelho.

— Oi, Natália! Como você está? Fiquei sabendo que entrou na universidade. Vamos nos ver muito! Vou fazer moda — disse, com um sorriso tão estranho quanto forçado.

Antes que a Naty pudesse responder, ela continuou, me lançando aquele olhar debochado:

— Ah, você também está aqui. Quase não vi. Sabe como é, quando as pessoas são tão baixinhas e... bem, digamos, discretas. Quase passam despercebidas. Me desculpe, mas a culpa não é minha.

Respirei fundo para não perder a paciência. Essa garota adora me provocar.

— Olá! Que bom para você. Mas, com licença, temos que ir — respondeu Naty, com um sorriso claramente forçado.

Concordei prontamente.

— Pois é. Infelizmente, temos um compromisso. Parabéns pela sua conquista! — completei, já me levantando junto com a Naty.

— Que pena! Mas teremos muitas oportunidades de nos vermos — disse Kitty, naquele tom que só ela sabe fazer, enquanto suas amigas se aproximavam para abraçá-la.

Nós as cumprimentamos rapidamente e praticamente fugimos dali. Porque, sinceramente, nenhuma delas é flor que se cheire.

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Comments

Alice Miesse

Alice Miesse

estou gostando

2025-01-31

0

juan carlos vasquez paredes

juan carlos vasquez paredes

Impressionante! 😲

2025-01-21

0

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