CAPÍTULO 4

O Encontro Inesperado

Estávamos nos divertindo, fofocando sobre a vida alheia enquanto comíamos. Fazia alguns minutos que nosso pedido havia chegado.

— Não me diga que ele terminou mesmo com ela! — falei, fingindo surpresa. Logo, caímos na risada.

Kitty era uma daquelas pessoas ricas que faziam questão de passar por cima de quem tivesse menos. Se você não estivesse no nível dela, ela fazia questão de te humilhar .Ela estava namorando Henrique, um riquinho mimado de caráter duvidoso se assanharva pra qualquer mulher. Mas, para o azar dela, Kitty tinha mais chifre que o pobre coitado boi do canteiro. Porém, como eram chifres trocados, tudo parecia certo. Ainda assim, ela adorava exibir o tal do Henrique como se ele fosse um troféu.

— Sim, terminou! Você precisava ver a cara dela! — Naty comentou, rindo alto.

— Minha nossa, quero só ver qual vai ser a desculpa dela dessa vez — acrescentei, sorrindo.

— Com certeza vai dizer que foi ela quem terminou, porque ele não a merecia — Naty disparou, gargalhando.

Rimos juntas, como sempre fazíamos. Estar com Naty era sempre divertido. Além disso, era um alívio saber que Kitty, com toda sua arrogância, nunca conseguiu nos atingir. Ela já tentou ser amiga de Naty, afinal, Naty e de uma das famílias mais ricas da cidade, mas só havia interesse nessa aproximação. Kitty sempre tentou me humilhar, mas Naty nunca deixou que ela passasse dos limites.

Levantei-me para ir ao banheiro. Ao sair, com a cabeça baixa, ajeitando minha blusa, acabei esbarrando em alguém que vinha do banheiro masculino. Suspirei. Eu parecia um imã para esse tipo de situação.

— Me desculpe! Não foi minha intenção — falei automaticamente, levantando o olhar. Foi então que o vi.

Henrique. Como se tivesse sido invocado pelas nossas fofocas, ele apareceu. Não posso negar: ele era bonito. Mas o charme acabava aí. Ele não passava de um galinha mimado. Assim que percebeu quem eu era, abriu um sorriso cínico.

— Olá, Sofia, não é mesmo? Não se preocupe, foi um prazer esbarrar em você! — Ele piscou para mim, ainda exibindo aquele sorriso irritante.

“Como se não soubesse meu nome”, pensei. Mas, apesar disso, mantive a educação.

— Sim... mais uma vez, desculpa. — Virei-me para sair, mas senti quando ele segurou meu pulso. Me virei e olhei pra ele sentido meu sangue ferver

— Pois não? — perguntei, tentando manter a calma.

Henrique continuava com aquele sorriso insuportável.

— Você esbarrou em mim. Bem que podia me compensar, não acha? — disse, com o tom de deboche que fazia meu sangue ferver.

Foi nesse momento que não me contive. Meu joelho encontrou o alvo, e ele se curvou de dor.

— Você está doida? Sua maluca! Venha cá! — gritou, alterado, enquanto tentava se aproximar novamente.

— Maluca, eu? Pelo que estou vendo, o maluco aqui é você! Não ouse chegar perto de mim! — respondi com firmeza, recuando. Foi quando percebi que, sem notar, já havia me afastado para dentro de uma sala. Parecia o depósito de limpeza.

Henrique parecia cada vez mais irritado. Ele riu de um jeito perturbador.

— Quem você pensa que é para me chamar de maluco? Só quero uma casquinha, você é casca grossa e eu gosto de mulheres assim.

Quando ele deu mais um passo em minha direção, ouvi uma voz masculina atrás de mim.

— O que você acha que está fazendo? Assédio é crime! Deixe a moça em paz.

Senti minhas costas tocarem algo firme — um peito masculino. Virei-me para olhar quem era e,por um segundo, fiquei sem palavras.O homem era lindo.Parecia familiar,mas não conseguia me lembrar de onde o conhecia.

Henrique riu, tentando disfarçar o desconforto.

—Assédio?Que exagero!Só estou cobrando por ela ter esbarrado em mim.Não faz mais do que a obrigação dela.

Nesse momento,me aproximei e dei um tapa em seu rosto.

—Seu escroto miserável! — gritei.

Henrique levantou a mão para me bater,mas o homem atrás de mim foi mais rápido.Segurou o braço dele com firmeza.

— Pelo o que vejo você não tem educação,onde já se viu querer bater em uma mulher.Não encoste um dedo nela ou vai se arrepender.

Henrique parecia prestes a explodir,mas não teve coragem de reagir.O homem soltou o braço dele,e Henrique saiu dali bufando de raiva.

— Não ouse nunca mais se aproximar de mim! Você mereceu o tapa que levou! — gritei enquanto ele desaparecia pela porta.

Virei-me para o homem, ainda surpresa com tudo o que tinha acontecido.

— Muito obrigada! O senhor foi como um anjo.Como posso lhe agradecer?

Ele me analisou por um momento antes de perguntar:

— Você se machucou?

Olhei para mim mesma, conferindo rapidamente,e neguei com a cabeça.

— Não.Estou bem, obrigada!

— Que bom.Não se preocupe.E tome cuidado com homens como ele — disse com seriedade, acenando antes de se retirar.

Fiquei ali, sozinha, pesando em tudo o que havia acabado de acontecer.Não fazia ideia de onde aquele homem tinha saído,mas ele realmente foi como um anjo. Ainda assim,a confusão em minha mente era tanta que parecia difícil acreditar em que tudo aquilo era real.

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