Capítulo 2

Joane ficou ali somente encarando os dois, pareceu uma eternidade - mas foi apenas cinco minutos - não conhecia o irmão de Bia, mas também não precisava ele ir junto. E porque afinal ele precisava ir junto, só pra estragar o passeio delas. Conhecia a fama dele de galanteador e chavequeiro de mão cheia. Podia jurar que já escutava a voz dele no seu ouvido enchendo o seu saco quando ela atendia ao telefone. A voz era incrivelmente sexy, só não lembrava muito bem a aparência dele, somente os olhos verdes e nada mais.

Lembrou-se do dia em que tinha doze anos, ela e Bia passavam a maior parte do dia juntas, iam e voltavam da escola juntas e ainda passava o resto da tarde trancadas no quarto brincando e fazendo fofocas sobre garotos. O irmão dela quase não passava o tempo em casa, vivia na rua desfilando com seu carro que naquela época era ser o maioral ter um carro só para conseguir garotas e se lembrava bem, ele já era bem mais que um adolescente sem escrúpulos naquela época.

Todas as duas vezes em que o vira ele parecia adorar em irritá-la, pois naquela época ela usava óculos e usava aparelho nos dentes - o que era um horror - ele havia colocado um apelido horrível nela "Jojoane a Feia", da personagem da novela "Beth a Feia". Odiava só de pensar que chorou várias vezes ao lembrar-se do apelido idiota que aquele imbecil a chamava.

Mas como Deus é bom, agora graças à tecnologia ela não usava mais aqueles óculos e nem o aparelho, só tinha o problema do cabelo que era difícil domar os enrolados e os frizz.

- E aí?

Joane voltou para o mundo real e piscou.

- Eu sei que você não gosta dele e coisa e tal, mas só podemos ir se ele for junto. - comentou Bia, já fazendo bico decepcionada.

- Tem razão, eu não gosto dele...

- Por favor, não diga não. É a única oportunidade que teremos de visitar a cidade da luz. E que estamos loucas para conhecer, você sabe que é nosso sonho desde criança.

Não gostava nem um pouco quando Bia ficou nervosa, ela começou a tagarelar.

- Bia, você sabe que não seria nada legal. Seu irmão me atormenta pelo telefone quando eu atendo. - Ainda bem que era só por telefone. - Não quero ver aquele idiota.

- Mas você vai vê-lo hoje à noite. Faz tempo que você não o vê.

Ela fez careta para em seguida dar uma bela mordida em seu pão.

- Isso, come desse jeito na frente dele que ele arruma logo outro apelido em você.

- Não sou mais criança, posso arrumar um apelido para ele também, se ele vier fazer graça.

Jack ficou só na escuta, apenas sorria quando viu que o assunto era divertido.

- Dominic colocou um apelido em você, Joane?

Então esse era o nome dele, não se lembrava do nome do idiota.

- Sim, quando era criança eu usava óculos e aparelho. - Ela contou emburrada. - E até hoje ele me chama pelo apelido por telefone.

Jack riu.

- Como era mesmo que ele lhe chamava? - Bia perguntou.

Joane não queria divulgar esse fato justamente para Jack, mas também não tinha nem como esconder, já que logo ele ia descobrir.

- Jojoane a feia.

Jack e Bia riram. Enquanto ela ficou ali emburrada, então levantou-se pronta para se retirar da cozinha, quando Bia falou.

- Não fica assim, você já deveria ter superado isso, Joe.

- Se ele não me lembrasse, eu já teria superado. - Ela disse. - Mas creio que não vou superar tão cedo, já que vou vê-lo por dias.

Bia saltou para cima dela e a abraçou tão forte que pensou que não sobreviveria mais.

- Aí amiga, eu te amo. Você sabe que te amo, mas agora eu te amo muito mais.

- Está ok. Eu também te amo. Mas eu amo mais Paris do que você.

Joane desgrudou da amiga e saiu andando até o seu quarto e pôde ouvir Jack perguntar "Será que essa viagem vai prestar?".

Não. Com certeza não iria, mas faria o possível para aproveitar Paris o máximo que pudesse, mesmo com uma mala sem alça junto.

Joane aproveitou a manhã para dar uma arrumada em seu quarto e claro no guarda-roupa para ver se achava alguma coisa decente. Não queria impressionar ninguém, mas pelo menos mostraria para aquele idiota que não era mais a Jojoane a feia.

Ela passou a parte da tarde dentro do quarto, enquanto sua amiga ficava no outro quarto com Jack. Tentou manter sua mente longe dos barulhos. Odiava o dia dos namorados, na verdade não odiava e que ela não tinha com quem compartilhar esse dia. Não era do tipo de mulher que gostava de sexo casual, era do tipo que gostava de curtir várias noites de companhia para depois quem sabe rolar alguma coisa para não ficar sempre enferrujada - como se ela já não estivesse enferrujada - ela riu dela mesma ao pensar em como fazia tempo que não sabia o que era sexo. Não que não quisesse alguém, é que a maioria dos homens hoje em dia não queria nada sério.

Afastou esses pensamentos e decidiu pensar em Paris, ela havia juntado uma grana para quando fosse a Paris, desde que começara a trabalhar na revista "For Girls" , quando conseguirá entrar lá acho que conseguiria um cargo bom, mas para sua tristeza conseguira o cargo de recepcionista, o que era chato pra caramba, o salário era uma merda e ainda tinha que aguentar os telefonemas, agendas e manter a boca fechada para cada fofoca que acontecia ali, até mesmo do seu chefe idiota que não parava de perturbá-la chamando a para sair. Não que ele não fosse bonito, mas era muito safado e já havia saído com a maioria das garotas da revista.

Quando foi às quatro horas, correu para o banheiro e tratou de se arrumar antes que Bia entrasse e não saísse mais do banheiro. Ao voltar para o quarto vestiu seu vestido preto de renda sem manga e rodado abaixo da cintura, era um ótimo vestido - já que era o único que ela tinha - calçou sua sandália de salto Melissa com asas desenhadas na parte de trás.

Ela foi até o espelho e ficou surpresa em ver que não estava mal, seu cabelo ficou perfeito, deixou ele solto e passará fixador nele para não armar os enrolados nas pontas.

Uma batida na porta a fez voltar a realidade, sem muito tempo pediu que Bia entrasse.

- Uau Joane, você está linda! - Bia aproximou.

- Estou?

- Sim. Mas está faltando uma coisa... A maquiagem.

Nossa, como pude esquecer-me da maquiagem, sabia que estava faltando alguma coisa. Mas foi bom Bia lembrar ela, sentou em sua penteadeira e começou a se maquiar.

- Ei vocês duas, já estão prontas? - Jack chamou-as da porta.

- Sim. Espera só um minuto que já vamos.

A noite demorou aparecer, estavam na metade do caminho para casa dos pais de Belatriz e ainda havia um pouco do pôr do sol. Os pais de Bia moravam um pouco distante da cidade e levava meia hora para chegar lá, ainda bem que Jack tinha um carro para levá-la junto, já que sua motocicleta estava dando problema na partida - e também não ficaria bem indo de moto de vestido - não que já não estivesse acostumada a andar de saia na sua moto. Mas não queria chegar descabelada num jantar na casa dos Hughes, uma família respeitada e generosa que a tratava como filha desde criança.

Quando finalmente chegaram, ela olhou para a CBR 300 vermelha que estava estacionada na frente da casa e ficou toda boba ao olhar a bela moto que estava ali. Desejava muito andar numa moto daquela desde que ela soube da existência.

Desceram do carro e mal ponharam os pés no asfalto a porta da frente da casa abriu e lá viu a Sra. Hughes descer um degrau e vir ao nosso encontro, abraçou a filha e depois o genro e finalmente ela.

- Joane, você está linda. O que você fez no cabelo que está tão bonito hoje?

A resposta era simples: "puro fixador".

- Ah, nada demais, Sra. Hughes.

A Sra. Hughes sorriu. E só então os chamou para ir para dentro, pois já estava começando a anoitecer. Sempre achou a casa encantadora e acolhedora demais para ela, mas nunca deixava de olhar para o teto da sala que havia desenhos gregos desenhados com tanta perfeição. Era a parte da casa que ela mais gostava, além do quarto que ela costumava brincar com Bia quando criança.

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Comments

Helen Oliveira

Helen Oliveira

Nossa que desagradável falar do cabelo da menina aff

2025-04-16

0

Adriane Alvarenga

Adriane Alvarenga

Ansiosa para o reencontro dos dois....

2025-01-26

0

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