Alice ajeitou a bolsa no ombro e entrou na cafeteria da faculdade, onde suas melhores amigas, Emy e Sam, já a aguardavam em uma mesa no canto. O cheiro de café fresco misturado ao burburinho do ambiente era quase reconfortante, mas ela ainda estava irritada.
“Você está com uma cara hoje, amiga,” Emy comentou, empurrando uma xícara de cappuccino na direção de Alice.
“Deixa eu adivinhar,” Sam brincou, apoiando o queixo nas mãos. “Seu pai te deu outro motivo para surtar, né?”
Alice bufou e se jogou na cadeira. “Vocês não têm ideia. Ele contratou um guarda-costas para me seguir por aí como se eu fosse incapaz de respirar sozinha.”
“Guarda-costas?” Emy arregalou os olhos. “Tipo um segurança parrudo que usa terno preto?”
“Algo assim,” Alice murmurou.
“Ok, mas ele é feio ou…” Sam deixou a frase no ar, com um sorriso malicioso.
Alice hesitou. “Ele é… ok, eu acho.”
“Ok?!” Emy exclamou. “Se você está tentando esconder alguma coisa, já sabemos a resposta. Me conta: ele é gostoso, não é?”
Alice suspirou, mas não pôde evitar o sorriso tímido que escapou. “Ele é bonito, tá bom? Mas isso não importa. Ele é insuportável.”
Sam jogou a cabeça para trás, rindo. “Ah, amiga, se fosse eu no seu lugar, já estaria nos braços desse homem. Imagina ter um deus grego te protegendo o tempo todo.”
“Vocês não estão ajudando,” Alice resmungou, tentando ignorar as imagens que a piada de Sam plantou em sua cabeça.
“Ajuda? Não, querida, isso aqui é um aviso,” Emy disse, piscando. “Se você não aproveitar, alguém vai. Então, melhor pensar bem.”
Alice revirou os olhos, mas não pôde evitar a sensação de que, talvez, suas amigas estivessem certas em alguma coisa.
Enquanto isso, no carro…
Henrico fechou a porta do carro e se encostou na lateral, esperando por Alice. Ao seu lado, André, o novo motorista, dava risada enquanto ajustava o retrovisor.
“Você tem sorte, cara,” André comentou, olhando para Henrico de soslaio. “Trabalhar com uma garota como essa? Não vou mentir, ela é bem bonita.”
Henrico cruzou os braços e olhou para frente, tentando manter a postura profissional. “Ela é bonita, sim. Mas também é teimosa como ninguém.”
André riu. “Ah, então já está conhecendo o lado difícil dela. Boa sorte.”
Henrico deu um sorriso discreto. “Ela tem um jeito… complicado, mas eu admiro isso nela. Não se curva fácil, sabe?”
“Então, tá encantado já,” André provocou.
“Não viaja,” Henrico respondeu, balançando a cabeça, mas a expressão dele denunciava mais do que ele queria admitir.
Antes que André pudesse continuar a conversa,
Alice descia os degraus da faculdade com Emy e Sam ao seu lado. O sol estava se pondo, tingindo o céu de tons alaranjados, e o campus começava a esvaziar.
“Você tem certeza que não quer passar no shopping com a gente?” Emy perguntou, ajustando a bolsa no ombro.
“Não, meu pai colocou um motorista novo e um guarda-costas me esperando. Se eu atrasar, é capaz de mandarem um relatório para ele,” Alice respondeu com um sorriso forçado.
Sam apontou discretamente para o outro lado da rua, onde André e Henrico estavam encostados no carro. “É daqueles dois ali que você tá falando? Porque, olha, eu trocaria um shopping por uma carona com eles qualquer dia.”
Alice seguiu o olhar da amiga e viu Henrico de braços cruzados, a postura rígida, enquanto André mexia no celular. O contraste entre os dois era óbvio — Henrico parecia imponente, enquanto André tinha um ar mais descontraído.
“É, Alice, se você não quer, posso ir no seu lugar,” Sam brincou, passando a mão nos cabelos e sorrindo de maneira provocante. “Mas, sério, Henrico é um daqueles tipos de homens que… bem, não se encontra em qualquer esquina, né?”
Emy se juntou à conversa, mexendo no celular. “Amiga, ele é um espetáculo. E eu não sou de me jogar nos braços de qualquer um, mas com ele… quem sabe? Não custa tentar.”
Alice tentou ignorar o comentário e se afastou ligeiramente. Ela sentia o olhar de Henrico sobre ela, mesmo à distância, e isso a incomodava. Mas também havia algo que a atraía. Ela não sabia o que era, mas a tensão entre os dois era palpável.
“Vocês estão viajando,” Alice disse, tentando parecer indiferente. “Ele é só… um segurança, nada mais.”
Sam deu uma risadinha e cruzou os braços. “Só um segurança? Amiga, se ele for só isso, então todos os homens do mundo têm o mesmo potencial. Porque, meu Deus… Esse corpo, essa tatuagem…”
“É, ele é bem de tirar o fôlego,” Emy completou, olhando para Henrico novamente. “Mas sei lá, acho que você deveria aproveitar. Ryan está tão… distante.”
Alice congelou por um momento. As palavras de Emy acertaram em cheio. Ryan, seu namorado de tantos anos, estava sempre ocupado com a família, mais preocupado em agradar aos pais do que em prestar atenção nela.
“Ele nunca fez o pedido,” Alice murmurou, mais para si mesma. “Nunca me pediu em casamento.”
As amigas ficaram em silêncio por um momento, trocando olhares significativos.
“Então, amiga,” Sam finalmente disse, “quem está te fazendo sentir viva agora? Quem está ao seu lado, mesmo que não queira? Porque, olha, se não for o Ryan, já sabemos quem pode ser.”
Alice sentiu uma pontada no coração, mas, ao mesmo tempo, uma emoção que não queria reconhecer. Ela sabia o que estava acontecendo — estava começando a se atrair por Henrico. Algo que nunca havia imaginado, mas que agora parecia inevitável.
“Vamos embora,” Alice disse, tentando não mostrar a confusão interna. “Senão o motorista vai acabar nos deixando.”
As três se despediram e, enquanto Alice caminhava em direção ao carro, as palavras de Sam e Emy ecoavam em sua mente. O que ela faria agora? Estaria pronta para se entregar ao que fosse crescer entre ela e Henrico, ou continuaria a esperar algo de Ryan que nunca chegava?
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Luana Mendes
nem pra terminar logo com o namorado, nhã namorado réi podi
2025-03-16
2
Nene Fiennes
Alice tem que terminar com esse namorado dela, ele não a valoriza.
2025-03-06
4