Capítulo 4

Aitana acordou num quarto estranho, olhou para os lados, tudo estava decorado de maneira masculina, cores pretas e brancas, olhou para si própria, vestia um pijama de cetim de duas peças, era estranho pois ela não tinha esse tipo de roupa, muito menos cor preta, começou a recordar-se da noite anterior, todos aqueles homens que quiseram atacá-la, teve muito medo, olhou para as suas mãos, o calor no seu corpo ainda permanecia, mas era leve e suportável, a porta daquele quarto abriu-se e entrou aquele belo homem de olhos azuis.

-Companheiro-

Recordou aquela palavra que a sua loba tinha dito na noite anterior no momento em que os seus olhos se cruzaram com aqueles azuis.

-Como te sentes?- Perguntou o homem aproximando-se dela, Aitana reagiu assustada e cobriu o seu corpo com os lençóis, envergonhada por aquele pijama que mostrava muito o seu corpo.

-Onde estou?- Perguntou nervosa.

-No meu quarto- Respondeu, notou aquele olhar cheio de dúvidas nela - Estás a salvo aqui, o teu cio despertou durante a gala de ontem à noite, o teu aroma parece ser viciante para qualquer lobo, mesmo que já tenham companheiros, este é o único lugar seguro para ti- Explicou, continuou a aproximar-se e sentou-se ao lado dela, Aitana olhou para ele nervosa, o calor no seu corpo começou a aumentar. - Parece que a medicina está a perder o efeito, o teu aroma está a ficar mais forte - Disse, enquanto acariciava o seu rosto, Aitana sentiu um formigueiro em todo o seu corpo ao sentir o toque daquele homem. - Esperei por ti durante muitos anos... és muito bonita- Sussurrou fazendo com que o corpo de Aitana se estremece-se só de ouvir a sua voz.

-Por favor, não- Disse Aitana atemorizada, aquelas sensações eram novas para ela, não entendia o que lhe acontecia com aquele homem, mas sentia algum temor.

-É a primeira vez que tens o teu cio?- Perguntou, ela assentiu, normalmente o cio nas lobas despertava quando completavam a maioridade e se não tinham o seu companheiro predestinado, controlavam-no com medicamentos, mas nela não aconteceu assim e embora tenha sido estranho sentiu-se aliviada por não ter que passar por aquele acontecimento e depender de medicação.

-Por que despertou ontem à noite?- Sussurrou temerosa, aquele homem sorriu perante aquela pergunta, aquele sorriso deixou Aitana hipnotizada.

-A tua loba deve ter-te dito, somos companheiros predestinados- Disse o homem pegando na sua mão direita. - O teu nome é Aitana?- Perguntou, ela assentiu nervosa.

-Você é o rei alfa...- Sussurrou e ele assentiu.

-Podes chamar-me Byron- Disse-lhe enquanto beijava a sua mão, Aitana estremeceu perante aquele beijo.

-Não, você é o rei, sua majestade- Disse nervosa, Byron riu perante a reação da rapariga, antes de dizer algo mais bateram à porta.

Byron dirigiu-se para abrir a porta e encontrou o seu beta.

-Lamento, mas temos uma reunião com os Alfas e betas- Disse com um leve sorriso ao ver o incómodo nos olhos do seu rei.

-Já vou- Disse a contragosto, fechou a porta e aproximou-se da mesa onde havia um jarro com água, pegou num copo e serviu um pouco de água, depois aproximou-se de Aitana e deu-lhe o copo, pegou no móvel ao lado da cama um frasco de comprimidos, tirou dois e deu-lhos.

-O que é isto?- Perguntou nervosa ao ver aqueles comprimidos.

-Ajudarão a controlar o teu cio, deves tomá-los, enquanto não estiveres marcada continuarás a libertar esse aroma viciante para muitos e embora não me importe exercer a minha autoridade nos lobisomens, é doloroso para eles- Explicou, Aitana assentiu perante a sua explicação e tomou os comprimidos sem hesitar.

-Posso ver os meus pais?- Perguntou nervosa, Byron assentiu perante aquela pergunta.

-És filha de Beta Marcus, certo?- Perguntou, Aitana assentiu.

-Bem, neste momento estão à minha espera para uma reunião, vou ordenar que tragam a tua mãe para te fazer companhia- Pegou no copo de água.

-E a Sam também... é a minha melhor amiga e companheira do meu irmão- Sussurrou com temor, Byron assentiu perante as suas palavras.

-Bem, então vejo-te mais tarde- Inclinou-se para ela e beijou com ternura a sua bochecha, perto dos seus lábios. Aitana ficou imóvel perante tal ato as suas bochechas até ficaram muito vermelhas e o seu corpo começou a queimar por uns instantes.

Byron saiu do quarto a contragosto, não queria afastar-se de Aitana agora que a tinha encontrado, tinha sonhado tanto com tê-la ao seu lado que agora queria apenas estar com ela, recordou a noite anterior, quando entrou no grande salão e sentiu aquele doce aroma, não podia acreditar que a tinha encontrado naquele momento, olhou como todos estavam a ser afetados pelo aroma, não tardou muito em encontrá-la, ela afastava-se da multidão de lobos que queriam possui-la, embora notasse que alguns deles tentavam resistir e inclusive uns queriam protegê-la, conseguiu deduzir que eram a sua família, quando viu que aquele ruivo tinha chegado a ela e estava prestes a tocá-la, não hesitou em exercer a sua autoridade em todos os presentes para controlá-los, não permitiria que ninguém tocasse na sua tão esperada companheira, caminhou até ela, abrindo caminho entre os presentes, ao chegar à frente daquele ruivo exerceu a sua pressão mais nele, afastando-o e ficando finalmente perante aquela mulher bela, que desprendia aquele cheiro inebriante, tinha tantos desejos de possui-la naqueles momentos, mas ao tocá-la sentiu o seu tremor e o medo que invadia o seu rosto, sentiu tanta ternura, que desejava protegê-la inclusive dele mesmo.

-Estão todos presentes, como está a lua?- Perguntou o seu fiel amigo, olhou para ele e assentiu ele tinha sido dos poucos que não foi afetado pelo aroma de Aitana, talvez porque também tinha ascendência licantrópica e inclusive tinha a sua companheira predestinada.

-Pede que levem a mãe e a amiga com ela e também quero que mantenhas vigilância com ela, mas que não sejam homens, não quero que sejam afetados pelo seu aroma- Disse com preocupação, sabia que, embora o medicamento controlasse o seu cio não seria cem por cento seguro.

-Claro, vou pedir à Irina que se encarregue- Disse com um leve sorriso- Agora volte a ser o rei rude que conhecemos por favor- Disse em tom de troça.

-Cala a boca, Emilio- Soltou enquanto ajeitava o seu casaco e esperou que Emilio, o seu Beta lhe abrisse a porta para entrar naquela sala onde se reuniria com os líderes das matilhas do reino Greyson.

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-Oh, minha menina, estava tão preocupada contigo- Disse Andrea ao entrar naquele quarto olhou que a sua filha ainda estava de pijama, mas já sentada naquela cama.

-Estou bem, mãe- Disse Aitana ao ser abraçada pela sua mãe.

-Deste-nos um grande susto, ontem tudo estava a sair do controlo, até que o rei exerceu a sua autoridade em todos os homens, foi surpreendente ver como todos se vergavam perante aquele homem- Disse Sam emocionada- Amiga, estou tão feliz por ti, olha que encontrar o teu companheiro aqui e que é o rei, isso converte-te na nossa rainha lua- Sam aproximou-se tão emocionada, Aitana ficou pensativa perante aquelas palavras, não tinha pensado nisso e era verdade, o seu companheiro era o rei licantrópico do reino Greyson, isso convertia-a a ela em rainha lua, olhou para a sua mãe com surpresa quem sorria com doçura.

-Vou ter que ficar aqui?- Perguntou assustada Aitana.

-Sim querida, mas calma, não deves temer o teu destino- Disse Andrea ao ver que Aitana começou a tremer, entendia-a pois a sua filha jamais imaginou afastar-se da sua família.

-Mas não quero, não quero afastar-me de vocês- Disse com os seus olhos lacrimejantes.

-Então pensas rejeitá-lo?- Perguntou Sam, aquela pergunta fez com que um arrepio percorresse o corpo de Aitana, só de pensar em rejeitar Byron, sentia muito mais medo que o que sentia ao afastar-se da sua família.

-Vamos, não penses nisso agora, deves tomar um banho e comer algo, depois vamos ver o teu pai e o Alain, eles estavam preocupados contigo- Disse Andrea enquanto ajudava a sua filha a pôr-se de pé.

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A reunião com os alfas e betas finalizou depois de duas longas horas, para Byron tinha sido uma eternidade, queria ir já com a sua preciosa lua, olhou para os líderes da matilha lua azul.

-Elias, Marcus- Disse, os dois homens detiveram-se, enquanto que o resto saiu- Gostaria de falar convosco, com respeito a Aitana- Disse olhando para Marcus, aquele homem era o pai da sua companheira predestinada.

-Claro- disse Elias.

-Estou agradecido convosco pelo de ontem à noite, protegeu a minha pequena- Disse Marcus com sinceridade.

-Não tem que agradecer, como sabem levo muitos anos à procura do meu companheiro, ontem à noite era decisivo, senão a encontrasse então tinha que escolher um companheiro e fazer um pacto de sangue, felizmente não tivemos que chegar a isso- Disse com um leve sorriso.

-Estamos felizes por você, majestade e também por Aitana, ela é muito querida por todos os da matilha lua azul, inclusive o meu lua e eu queríamos que fosse a futura lua e companheira do nosso filho Damián- Disse Alfa Elias, embora essas palavras inquietassem um pouco Byron.

-Majestade, sei que a minha preciosa filha, não poderá voltar connosco à matilha lua azul, pelo que estou preocupado por ela, não está acostumada a estar afastada da sua família, é mais do único membro da família que se afastou por oito anos foi do seu irmão mais velho e custou-lhe muito trabalho acostumar-se à sua ausência- Explicou Marcus, temia por como reagiria a sua filha quando eles regressassem à matilha e ela ficasse aqui.

-Sei, vejo que a minha bela rainha foi criada numa família e matilha muito unida, mas não tem que se preocupar, vocês poderão visitá-la quando quiserem, mas temo que ela não possa regressar à matilha e devem entender o motivo- Falou Byron com seriedade, Marcus assentiu perante as suas palavras e entendia perfeitamente ao que se referia Byron.

-Por favor, cuide da minha filha- Disse Marcus fazendo uma reverência, Byron assentiu perante tal pedido, embora não fosse necessário que o pedisse pois agora para ele Aitana era tudo na sua vida.

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