Capítulo 3

Aitana subiu ao seu quarto, sentia-se um pouco desconfortável, seu corpo estava tendo reações estranhas, pensou que talvez estivesse ficando doente por tudo o que havia acontecido, sentia seu corpo pesado e quente, deitou-se na cama, começou a dar voltas por toda a cama, o calor era insuportável e até sentia que a roupa era incômoda, tirou-a ficando só de roupa íntima, baixou a temperatura do ar condicionado ao máximo, continuou se sentindo assim até que adormeceu totalmente.

- Aitana, acorde - Ouviu que a chamavam, abriu seus olhos e encontrou sua amiga - Caramba, está muito frio - Disse Sam, desligando o ar condicionado - Você está bem? - Perguntou, Aitana assentiu enquanto se sentava na cama, o calor em seu corpo havia diminuído até ser tolerável.

- Que horas são? - Perguntou olhando para a janela, já havia escurecido.

- É hora de nos arrumarmos, a festa começará em breve... A propósito, fiquei sabendo que esta festa não é só para celebrar o aniversário do rei, mas também para que ele escolha uma parceira, seja predestinada ou por eleição, já se passaram muitos anos desde que ocupou o trono e desde então não há rainha lua, isso já está preocupando, pois dizem que o rei está perdendo o controle do seu lobo e está se tornando selvagem - Disse Sam enquanto tirava os vestidos que usariam naquela noite.

- Selvagem? - Sussurrou Aitana, havia escutado sobre isso, aqueles que não encontravam seus parceiros em certo tempo se tornariam selvagens ou até podiam morrer - Mas, segundo sei, ele não tem mais de trinta anos, ou seja, ainda tem tempo para encontrar sua parceira - Disse a garota enquanto se levantava e pegava seu vestido.

- Lembre-se que o rei é de ascendência licantropo, é diferente de nós, os lobos, que temos uma vida normal, diferente deles que podem viver centenas de anos sem sequer envelhecer, por isso encontrar sua parceira predestinada é essencial para eles uma vez que atingem a maioridade, se isso não acontecer, eles devem escolher uma e fazer um pacto de sangue para que seu lado selvagem seja controlado - Explicou Sam, enquanto começava a tirar a roupa.

- Oh, é assim... pobre do rei então - Disse Aitana enquanto pegava uma toalha - Vou tomar um banho, ainda estou com muito calor - Entrou no banheiro deixando Sam um pouco surpresa, pois ela até sentia frio e não só pelo fato de que há uns minutos o ar condicionado estava com a temperatura muito baixa, mas também a noite estava muito fria.

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- Você está bem? - Perguntou um homem de cabelos castanhos e olhos avelã, vestia um terno preto elegante.

- Não sei, meu lobo tem estado muito irritado o dia todo, mais do que o normal - Disse um homem alto e corpo muito bem definido, seus olhos eram azuis e seu cabelo desordenado era preto, estava pondo uma camisa branca que ficava justa marcando seus braços bem definidos.

- Você deve manter a calma, haverá muitos convidados e esperemos que encontre sua parceira predestinada ou escolha uma, tudo está pronto inclusive para o pacto de sangue - Explicou o castanho.

- Bem, espero que não tenhamos que chegar a isso - Sussurrou enquanto terminava de abotoar a camisa, aproximou-se do espelho e olhou-se, fazia muitos anos que procurava sua parceira predestinada, ainda tinha a esperança de encontrá-la e não recorrer ao pacto de sangue com uma parceira de eleição, embora também não quisesse que seu lobo se apoderasse dele e destruísse tudo o que seus antecessores haviam criado, um reino poderoso com grandes matilhas que o respaldavam. - Por favor, deusa lua... - Sussurrou, seu fiel amigo e beta suspirou ao escutar aquela súplica do seu rei.

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A festa começou, as famílias de diferentes matilhas desfrutavam aquele grande banquete que oferecia o rei, todos dançavam e conversavam, inclusive alguns haviam encontrado seus parceiros predestinados naquele lugar, Aitana observava tudo, aquele vestido rosa ouro em corte sereia acentuava muito bem suas curvas, de decote reto e sem mangas seu cabelo solto e bem definidos seus ondulados, os olhares estavam nelas não só por sua beleza, pois aqueles que não tinham parceiro sentiam um cheiro que ela desprendia e que podia se tornar uma droga adictiva para eles.

- Merda - Disse Damián cobrindo seu nariz, olhou para os lados em busca da pessoa que desprendia aquele aroma, ele estava sendo afetado pois não havia marcado sua parceira e ela tampouco a ele.

- O que acontece? - Perguntou Melissa preocupada, olhou para os lados e notou que inclusive seu irmão estava no mesmo estado que Damián, embora ele parecesse desfrutar.

A música parou, tudo ficou em silêncio, aqueles que eram afetados por aquele aroma tratavam de se manter controlados, o rei fez presença acompanhado do seu fiel Beta, todos fizeram uma reverência, estava em presença do rei licantropo mais poderoso que haviam conhecido.

Aitana observou aquele homem de olhos azuis, sua respiração começou a acelerar, o calor em seu corpo se fez mais intenso, sentia que se queimava, inclusive sua língua estava demasiado quente, começou a abanar-se com suas mãos, mas foi inútil, sua mirada começou a se nublar, colocou ambas as mãos em seu pescoço sentia que a respiração lhe faltava, sua garganta queimava, não entendia o que estava acontecendo com ela, todo seu corpo fervia, sobretudo sua zona íntima.

- Que cheiro é esse? - Sussurrou Alfa Elías, inclusive ele tendo parceira, começava a se sentir atraído por aquele aroma.

- Aitana? - Falou Marcus olhando para sua filha, dela provinha aquele doce aroma - Alfa - Disse olhando para Elías quem cobria seu nariz.

- Temos que tirá-la daqui, está entrando no cio - Disse o Alfa olhou para os lados todos estavam sendo afetados pelo aroma que soltava Aitana, inclusive ele estava sendo afetado, mas o apreço que tinha a Aitana não lhe permitiria danificá-la e tampouco deixaria que ninguém a danificasse - Dafne, afaste Damián - Disse o Alfa ao ver seu filho quem parecia que estava perdendo o controle e seu lobo o tomava.

Aitana começou a se afastar, embora cambaleava de um lado para outro, sentia que suas pernas deixavam de responder, pediu ajuda à sua loba, mas ao que parece estava igual a ela ou inclusive pior, olhou para os lados sua vista apenas conseguia ver como todos começavam a se aproximar dela de maneira luxuriosa, teve medo, caiu no chão sentada e começou a arrastar-se para trás, até topar contra um dos pilares do grande salão, abraçou-se a si mesma e olhou assustada, buscou com o olhar seu pai, quem tratava de passar sobre aqueles homens para chegar a ela, inclusive pode ver Alfa Elías golpear uns homens, e seu irmão afastando outros, buscou Damián ele parecia estar afetado da mesma maneira que aqueles homens, lua Dafne e Melissa tratavam de mantê-lo sob controle.

- Que caramba... -Sussurrou Aitana, aquele calor era insuportável, os desejos de ser tocada por um homem começavam a invadir sua mente, o calor em sua intimidade era tão intenso que não podia evitar roçar suas pernas para tratar de se acalmar, olhou que um ruivo já estava a escassos centímetros dela, o medo a invadiu apesar de seus desejos sexuais, aquele homem lhe causou nojo, não queria que ele a tocasse.

- Que delícia você é... - Escutou dizer aquele homem quem relambeu os lábios.

Aitana fechou seus olhos com força e agarrou-se a ela mesma, escutou seu pai, seu irmão, Alfa Elías e inclusive Damián gritar seu nome, mas suas vozes se escutavam tão distantes dela.

- Não quero... -Sussurrou ela, suas lágrimas começaram a molhar suas bochechas, de repente tudo ficou em silêncio.

Todos os presentes sentiram uma forte pressão sobre eles, seus corpos se debilitaram, olharam para a pessoa que exercia essa pressão neles, começaram a abrir caminho por onde ele passava e baixavam suas miradas atemorizados, o homem de cabelos negros e olhos azuis chegou até onde estava aquela mulher que não deixava de soltar aquele doce aroma, olhou para o ruivo que estava a ponto de tocá-la, queria castigá-lo, acabar com sua vida, mas não valia a pena nesses momentos gastar seu tempo nele, exerceu mais seu poder de autoridade nele, o ruivo não pode fazer mais que apartar-se e liberar o caminho para aquela castanha, ajoelhou-se frente a ela e acariciou seu rosto, limpou aquelas lágrimas que haviam molhado suas bochechas, sentiu como ela tremia, abriu seus olhos lentamente e esses cinzas escuros olhos se cruzaram com aqueles azuis profundos como o mar.

-Parceira - Escutou dizer sua loba.

- Te encontrei - Disse o rei com um sorriso, admirando a beleza de sua parceira.

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