Duas semanas haviam se passado desde a morte de Lucas mas para William parecia que o tempo tinha parado. Ele mal saía do quarto ignorava as mensagens no celular e quase não comia. As palavras dos pais ecoavam em sua mente como uma maldição constante.
Pai: Você não faz nada de útil. Por que continua aqui? Não tem nem coragem de sumir não é?
As feridas emocionais se aprofundavam a cada dia. William estava afundando em um abismo do qual parecia impossível escapar.
Naquela noite ele encarava a banheira cheia de água o rosto refletido na superfície trêmula. As lágrimas desciam silenciosas enquanto ele se lembrava das últimas palavras de Lucas.
William
*sussurrando para si mesmo* Eu devia estar com você Lucas... Eu não consigo mais. Me espera... eu tô indo.
Com mãos trêmulas ele entrou na banheira e deitou-se submergindo lentamente. O peso da culpa e da dor parecia desaparecer enquanto a água o envolvia. Era como se ele finalmente tivesse paz.
Do lado de fora três batidas rápidas ecoaram na porta. Dois amigos de Lucas Daniel e Sofia estavam lá. Preocupados com o silêncio de William nas últimas semanas decidiram visitá-lo.
Daniel: *batendo mais forte* William...Está aí? Vamos abre a porta
Sofia: Isso não tá certo. Ele sempre responde. Precisamos entrar.
Com um empurrão forte Daniel conseguiu abrir a porta. Eles correram pela casa até encontrarem o banheiro. A porta estava trancada.
Sofia: *gritando* William...Abre a portavpor favor
Sem alternativa Daniel arrombou a porta. Eles encontraram William submerso na banheira imóvel.
Daniel: *gritando* Meu Deus.. Sofia..ajuda
Eles puxaram William para fora tentando reanimá-lo. Ele tossiu água voltando à consciência mas estava fraco e confuso
William
*murmurando* Por que vocês me trouxeram de volta? Eu só queria... ficar com ele...
Sofia: *segurando o rosto de William com os olhos cheios de lágrimas* E o que Lucas iria pensar William? Ele nunca quis isso pra você...Você acha que ele estaria feliz vendo o que você está fazendo?
Daniel: *com firmeza* Você ainda está aqui por uma razão William. Não desiste agora. Vamos te ajudar.
No hospital William foi tratado tanto fisicamente quanto emocionalmente. Os médicos recomendaram acompanhamento psicológico mas o maior apoio veio de Daniel e Sofia que se recusaram a deixá-lo sozinho.
Enquanto olhava pela janela do quarto do hospital William começou a refletir sobre as palavras de Sofia.
William
*pensando* O que Lucas realmente pensaria? Ele me queria vivo... ou isso é só o que eu quero acreditar?
Apesar da dor algo dentro dele começou a se acender novamente. Talvez ele ainda pudesse encontrar um caminho para seguir.
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