O Labirinto da Verdade

A manhã seguinte amanheceu com um céu cinza, coberto por nuvens pesadas que pareciam refletir o peso sobre os ombros de Breno. O evento de ontem à noite ainda ecoava em sua mente como um pesadelo doce e confuso. Ele tinha ido, como prometido, e havia se encontrado no centro de um turbilhão emocional. Min-Ji, Hana e So-Young... todas estavam ali, cada uma buscando sua atenção de maneira única e intensa. Ele sabia que precisava fazer algo, mas, naquele momento, não sabia exatamente o quê.

Breno acordou cedo, com os pensamentos a mil, e por um momento se perguntou se talvez tivesse sido melhor não ir ao evento. Mas ele também sabia que não poderia fugir para sempre dos sentimentos que estavam tomando conta dele. As três garotas não eram apenas figuras distantes em sua vida, agora, elas estavam entrelaçadas em seus dias, e ele sabia que tinha de lidar com isso, de alguma forma.

A Caminhada Pela Escola

Ele se arrumou rapidamente e foi para a escola, tentando encontrar alguma normalidade no meio dessa bagunça emocional. O caminho para a escola parecia mais longo do que o normal. As ruas da cidade de Seul, sempre movimentadas, pareciam mais opressoras naquele momento, com a pressão crescente de ter que tomar decisões sobre as coisas que estavam fora de seu controle.

Ao chegar, a primeira pessoa que ele viu foi Hana. Ela estava no portão da escola, esperando-o com um sorriso largo e os braços abertos. Ela sempre tinha esse jeito despreocupado, como se nada no mundo pudesse afetá-la, e Breno admirava essa confiança.

"Ei, Breno! Como você está?" perguntou Hana, com a voz cheia de entusiasmo, como se já tivesse esquecido o que acontecera na noite anterior.

"Eu... estou bem", respondeu Breno, tentando esconder a confusão que ainda o assolava.

"Você veio cedo hoje! Vamos tomar café juntos?" Hana sugeriu, puxando-o para a cantina. Ela parecia não perceber o tumulto interno que ele estava sentindo.

Breno olhou ao redor, procurando por Min-Ji ou So-Young, mas não as viu. Ele ficou aliviado, mas sabia que não poderia evitar por muito tempo. Hana, sempre tão animada, começou a falar sobre as coisas que aconteceriam durante o dia, sem dar a Breno a chance de pensar. Ela estava fazendo isso intencionalmente, como se soubesse que ele estava perdido em seus próprios pensamentos e tentasse distraí-lo.

"Eu estava pensando... quem você vai convidar para o festival de cultura da escola? Todo mundo está falando sobre isso", Hana comentou enquanto saboreava seu café.

Breno engoliu em seco. O festival estava chegando, e todos estavam ansiosos para ele. Mais uma decisão que ele teria de tomar, e logo. Quem ele convidaria? Ele nem sabia se estava preparado para estar ao lado de uma das garotas, quanto mais para escolher entre elas.

"Ah... ainda não sei", Breno respondeu, sem ter ideia de como lidar com a situação.

Hana sorriu, mas algo no olhar dela dizia que ela sabia mais do que estava mostrando. Ela provavelmente não acreditava na resposta dele, mas, por algum motivo, resolveu não pressioná-lo. O silêncio entre os dois se instalou por alguns segundos, mas foi quebrado por uma voz familiar.

"Oi, Breno."

Era So-Young. Ela apareceu silenciosamente, como sempre fazia, sua presença calma contrastando com a energia contagiante de Hana. Ela se sentou ao lado de Breno, sem dar muita atenção a Hana, mas com um sorriso sereno no rosto.

"Oi, So-Young", Breno respondeu, surpreso por vê-la ali. "Tudo bem?"

"Sim, tudo ótimo. Só passei para ver como você estava depois do evento de ontem à noite", So-Young disse, sua voz suave, mas com uma sinceridade que Breno não pôde ignorar.

Breno sentiu um calor subir em seu rosto. A menção ao evento o fez lembrar do desconforto que sentiu naquela noite. Ele olhou para Hana, que parecia um pouco irritada, mas manteve sua postura amigável.

"Eu... estava bem", Breno respondeu, tentando dar uma resposta genérica.

Hana, percebendo o ambiente começar a se tornar mais tenso, se levantou rapidamente. "Bom, vou deixar vocês dois conversando. Tenho um monte de coisas para fazer!" Ela sorriu e se afastou, mas Breno percebeu que havia algo em sua expressão que ele não conseguia decifrar.

So-Young o observou com atenção, os olhos como se vasculhassem sua alma. Breno se sentiu desconfortável sob seu olhar penetrante.

"Você está passando por um momento complicado, não é?" So-Young perguntou, com um tom mais sério.

Breno tentou esconder sua surpresa. "Eu... não sei do que você está falando", respondeu, desviando o olhar.

"Não minta para mim", So-Young disse calmamente. "Eu sou boa em perceber quando alguém está com problemas, Breno. Não precisa se esconder de mim."

Breno suspirou profundamente. Ele sabia que não poderia mais fugir. "Eu só não sei o que fazer", ele disse, mais para si mesmo do que para ela. "Eu gosto de todos vocês, mas... eu não sei o que sinto. Eu não quero magoar ninguém."

So-Young o olhou por um longo momento, seu rosto impassível, mas seus olhos transmitindo uma compreensão silenciosa. Ela não disse nada por alguns segundos, e quando falou, sua voz era suave, mas firme.

"Não se apresse. O coração, às vezes, precisa de tempo para entender o que quer. Não é algo que você possa forçar."

Breno olhou para ela, surpreso com a sabedoria nas palavras de So-Young. Ele se perguntou se ela realmente sabia o que estava dizendo ou se estava apenas tentando acalmá-lo. Mas algo dentro de Breno sentiu um alívio ao ouvir aquelas palavras.

"Você tem razão", ele respondeu, finalmente sentindo que havia dado um pequeno passo em direção à clareza.

O Encontro com Min-Ji

Quando a aula terminou, Breno saiu para o pátio da escola e, para sua surpresa, encontrou Min-Ji esperando por ele perto do portão. Ela estava sorrindo, mas havia algo de estranho em sua expressão, como se ela estivesse esperando que Breno tomasse uma atitude.

"Breno, você tem um momento?" Min-Ji perguntou, aproximando-se com o olhar gentil.

Breno hesitou por um momento, mas não queria ser rude com ela. "Claro, Min-Ji, o que aconteceu?"

Ela sorriu, mas havia algo nos olhos dela que parecia mais sério do que ele estava acostumado a ver. "Eu estava pensando sobre o evento de ontem à noite. Quero pedir desculpas se fiz você se sentir pressionado."

Breno ficou surpreso. Min-Ji, que sempre parecia confiante e dominante, estava se desculpando?

"Não foi nada disso", Breno respondeu, tentando suavizar a situação. "Eu só estava... um pouco confuso."

"Eu entendo", Min-Ji disse, seus olhos suaves e sinceros. "Mas quero que saiba que não quero te pressionar a tomar uma decisão agora. Só... só não quero que você pense que não sou sensível aos seus sentimentos. Eu realmente gosto de você, Breno."

As palavras de Min-Ji atingiram Breno como um golpe silencioso. Ele não sabia como reagir. Ele sempre tinha a impressão de que ela era uma pessoa segura de si, talvez até imune a esse tipo de confusão emocional. Mas ali estava ela, se mostrando vulnerável, e isso fez Breno questionar ainda mais seus próprios sentimentos.

"Eu... eu não quero fazer nada precipitado", Breno disse, tentando expressar o que sentia. "Eu só preciso de tempo para entender o que realmente quero."

Min-Ji sorriu suavemente. "Eu entendo, Breno. E vou esperar."

O sorriso dela parecia sincero, mas Breno não sabia se estava preparado para lidar com isso. Ele não sabia se tinha as respostas que ela procurava.

O Peso das Decisões

Naquela noite, ao chegar em casa, Breno estava exausto. O dia havia sido longo, e ele sentia o peso de tudo o que havia acontecido. Ele entrou em seu quarto, sentou-se na cama e deixou a cabeça cair contra o travesseiro. Ele não sabia o que fazer. Min-Ji, Hana, So-Young... todas essas emoções e expectativas estavam se acumulando dentro dele.

Ele desejava poder escapar para algum lugar onde tudo fosse mais simples, onde ele pudesse entender o que sentia. Mas a realidade era que ele estava no meio de uma confusão que ele mesmo tinha criado, e agora ele tinha que lidar com isso.

"Eu preciso de uma resposta", ele sussurrou para si mesmo. "Mas, por onde começo?"

E assim, sob a luz suave de seu abajur, Breno se deitou, tentando encontrar algum tipo de paz em meio ao turbilhão que era sua vida. O labirinto dos sentimentos estava apenas começando, e ele sabia que, para sair dele, precisaria não só de tempo, mas de coragem para encarar a verdade.

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