Ao Mínimo Toque do Amor *Melancolia*

✶☆Continuando☆✶

Algumas horas haviam se passado, mas Giovanni continuava observando Aspen, perdido em pensamentos que não conseguia controlar. Algo no garoto o incomodava profundamente, não de forma irritante, mas de uma maneira que mexia com partes dele que preferia ignorar

Aspen, sem perceber à intensidade do olhar de Giovanni, moveu-se lentamente pelo quarto. Ele recolheu a almofada e o livro em braile do chão, colocando-os com cuidado sobre a cama. Seus movimentos eram meticulosos, cada um dos seus gestos eram cuidadosos

Giovanni cruzou os braços, encostando-se na parede, observando em silêncio. Ele esperava que Aspen pedisse algo, qualquer coisa, mas o garoto não disse uma palavra

Aspen caminhou até o banheiro, as mãos deslizando pelas paredes para se guiar. Giovanni o seguiu com o olhar atento, mas sem se mexer. Pouco depois, Aspen voltou com uma pequena vasilha cheia de água

Ele caminhou com cuidado até um canto do quarto, onde dois pequenos vasos repousavam lado a lado, cada um contendo três pequenos lírios brancos

Giovanni observou enquanto Aspen se ajoelhava diante dos vasos, derramando a água com cuidado, como se temesse afogar as frágeis plantas. Ele permaneceu ali, em silêncio, os dedos tocando suavemente os vasos, como se buscasse conforto em sua textura

Por um momento, o quarto ficou pesado. Giovanni percebeu que Aspen estava sussurrando algo, mas sua voz era tão baixa que ele não conseguia distinguir as palavras. O italiano estreitou os olhos, tentando entender o que estava acontecendo. Então, viu...

Uma lágrima silenciosa escorrer pelo rosto de Aspen, seguida por outras... Era um choro silencioso, sem soluços ou gemidos, mas carregado de uma dor que Giovanni desconhecia... Ele não sabia o porquê, mas aquilo mexeu com algo dentro dele

Aspen permaneceu ajoelhado diante dos vasos, os dedos deslizando pelas bordas como se tentasse manter algo vivo ou, talvez, impedir que algo morresse. Giovanni não sabia a história por trás daquelas flores, mas percebeu, pela expressão do garoto, que elas carregavam um peso enorme

Giovanni não conseguiu se conter e quebrou aquele silêncio

Giovanni Mancini

O que essas flores significam pra você? *voz grave*

Aspen virou o rosto na direção da voz, mas não respondeu imediatamente. Ele parecia surpreso pela pergunta e, ao mesmo tempo, relutante em responder

Aspen Miller

São... tudo o que sobrou... *com a voz baixa limpando as lágrimas*

Giovanni Mancini

Tudo o que sobrou do quê? *com os olhos fixos no garoto*

Aspen respirou fundo, como se estivesse reunindo coragem. Ele não podia ver o olhar de Giovanni, mas podia sentir sua presença imponente, a pressão da pergunta pairando sobre ele é mesmo assim, as palavras pareciam presas, incapazes de sair...

Giovanni percebeu o conflito interno de Aspen, mas não o pressionou. Em vez disso, deu um passo para trás, permitindo que o garoto tivesse seu espaço

Giovanni Mancini

Você não precisa me dizer agora, Mas um dia, quero ouvir sua história... *fala com a voz baixa*

Aspen não respondeu, mas as lágrimas continuaram a deslizar por seu rosto

Giovanni não conseguia explicar por que aquilo o afetava tanto. Ele estava acostumado a lidar com sofrimento o mundo em que vivia era cheio dele. Mas o sofrimento de Aspen parecia diferente. Puro, solitário, e incrivelmente injusto

Enquanto o silêncio voltava a preencher o quarto, Giovanni percebeu algo que não queria admitir: Havia algo naquele garoto que fazia o mafioso querer estender a mão, não para controlá-lo, mas para protegê-lo é isso assustava Giovanni

✶Continua✶