Capitulo-5: O Primeiro Desafio

Os dias seguintes foram uma combinação de estudo e prática. Vladimir e eu passamos horas na biblioteca, lendo antigos manuscritos e aprendendo mais sobre a maldição e os segredos que a mansão escondia. Sentia que estava mergulhando cada vez mais fundo em um mundo que até então parecia existir apenas em lendas.

Uma noite, quando estávamos prestes a encerrar nossos estudos, um som estranho ecoou pela mansão. Era um ruído baixo, quase um sussurro, vindo do porão. Vladimir e eu trocamos um olhar de preocupação.

— Algo está errado, — disse ele, levantando-se rapidamente. — Precisamos verificar o porão.

Descemos as escadas em silêncio, a tensão crescendo a cada passo. Quando chegamos ao porão, vimos que o círculo que desenhamos havia se alterado. As velas estavam apagadas e o medalhão de minha mãe brilhava com uma luz sinistra.

— Fique atrás de mim, Louise, — disse Vladimir, avançando com cautela.

De repente, uma figura sombria emergiu do círculo. Era alta e etérea, com olhos que pareciam poços sem fundo. A criatura sibilou, sua voz como o vento frio em uma noite de inverno.

— Vocês não podem me deter, — disse a criatura, seus olhos fixos em nós. — O portal será aberto.

Vladimir se posicionou entre mim e a criatura, seu olhar determinado.

— Você não pertence a este mundo, — declarou ele. — Volte para as sombras de onde veio!

A criatura riu, um som gélido que fez minha pele arrepiar.

— Sua luta é inútil, Vladimir. A escuridão sempre vence.

Senti um medo profundo, mas também uma determinação crescente. Peguei o medalhão que ainda brilhava intensamente e dei um passo à frente.

— Volte para as sombras! — gritei, segurando o medalhão com força.

A criatura hesitou, parecendo surpresa com minha ação. Vladimir aproveitou o momento e começou a recitar uma antiga incantação. A luz do medalhão se intensificou, e a criatura recuou, seus olhos cheios de ódio.

— Isso não acabou, — sibilou a criatura antes de desaparecer, deixando um rastro de escuridão.

O silêncio voltou ao porão, mas a sensação de perigo persistia. Vladimir se virou para mim, seu rosto sério.

— Precisamos estar preparados, — disse ele. — Esse foi apenas o primeiro de muitos desafios que enfrentaremos.

Assenti, ainda sentindo a adrenalina correr pelo meu corpo. Sabia que ele estava certo. A criatura havia deixado claro que a luta estava longe de acabar.

— O que foi aquilo? — perguntei, tentando entender o que acabara de acontecer.

— Uma das entidades das sombras, — respondeu Vladimir. — Elas estão sempre tentando romper o selo e atravessar para o nosso mundo. Precisamos fortalecer nossos laços e continuar aprendendo para manter o portal selado.

Enquanto subíamos de volta para o andar principal, senti uma mistura de medo e determinação. Sabia que os desafios que enfrentaríamos seriam difíceis e perigosos, mas também sabia que não estava sozinha. Com Vladimir ao meu lado, tinha esperança de que poderíamos vencer a escuridão.

Naquela noite, enquanto o vento soprava lá fora, jurei a mim mesma que faria tudo ao meu alcance para proteger a mansão e aqueles que amava. A luta estava apenas começando, mas eu estava pronta para enfrentá-la.

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