Capítulo. 05

"Seus pais biológicos. Eles foram mortos por outros lobisomens."

Aila apenas olhou de volta para o homem atrás da mesa, suas palavras afundando lentamente. Movendo seus olhos para longe dos dele, ela olhou para a janela ao lado do sofá; seus pais morreram quando ela tinha oito anos e Mandy e Andy, seus padrinhos, imediatamente a acolheram. Eles a adoravam, e ela os adorava. Seu peito apertou enquanto ela pensava neles e no que eles deviam estar passando agora.

Mas não foi tão absurdo ouvir que lobisomens mataram seus pais.

Afinal, ela agora fazia parte deste mundo cheio de criaturas. Então não foi um choque para ela. O relatório policial declarou que seus corpos nunca foram encontrados, mas as evidências deixadas para trás indicavam um ataque animal.

"O ataque animal era na verdade de lobisomens..." Ela murmurou para si mesma, sem perceber que estava falando em voz alta.

"Sim. A polícia encontrou marcas de garras e sangue por todo lugar, não deixando nenhum outro vestígio delas." Silas confirmou o murmúrio dela.

Aila franziu a testa e então olhou para Silas,

"Por OUTROS lobisomens. Imagino que meus pais eram lobisomens?"

Silas olhou para ela com uma expressão perplexa no rosto.

"Você não sabia?" Os olhos dele se estreitaram. Ela podia ver as engrenagens girando atrás dos olhos dele enquanto ele pensava.

"Eu meio que adivinhei na semana que estou aqui. Antes de vocês me sequestrarem, eu não tinha ideia de que eu era um lobisomem. Então, obrigada por isso."

Aila desviou o olhar do olhar intenso dele, embora ainda sentisse os olhos dele em seu rosto, mesmo do outro lado da sala. Seus olhos piscaram para Chase, que parecia ter ficado mais pálido no pouco tempo em que ela olhou para ele pela última vez. Ele fixou o olhar à frente, sem olhar na direção dela novamente enquanto também parecia profundamente pensativo.

"Por que outros lobisomens os matariam? Eles não são animais de carga?" Aila duvidou.

"Eles são. Mas lobisomens são conhecidos por se voltarem uns contra os outros, especialmente se houver um lobo mais fraco. Diferentes matilhas também entram em conflito se não houver aliança entre elas, então elas não hesitam em matar um lobo que entra em seu território. Os ladinos, no entanto, estão no fundo da cadeia alimentar no mundo dos lobisomens. Eles não fazem parte de nenhuma matilha e tendem a se mover muito devido às suas chances de sobrevivência se ficarem muito tempo perto do território de uma matilha." Silas explicou.

"Mas meus pais devem ter estado no território de sua matilha. Nós vivemos lá desde que me lembro. Não nos mudamos nenhuma vez, então não poderíamos ter sido bandidos. Ou mortos por estar no território de outra matilha." Aila disse.

Havia algo na declaração de Silas que não fazia sentido para ela. Por que outros lobisomens matariam seus pais? A casa deles ficava no meio do nada, pelo que ela se lembrava.

"Não poderíamos ter sido desonestos..." Ela continuou.

"Você certamente não é um canalha", Silas zombou; até Chase deu uma risadinha.

Aila esperou que ele continuasse, mas a porta se abriu suavemente quando uma senhora mais velha, com cabelos grisalhos e um rosto gentil chegou carregando uma bandeja com suas bebidas. A senhora imediatamente colocou o primeiro café em um descanso de copos na frente de Silas, sorrindo para ele enquanto ele a agradecia. Então ela se virou para ir até a mesa de centro.

"Rogues são mais animais do que humanos. Eles confiam mais em seus sentidos como um lobo e tendem a permanecer em sua forma de lobo 98% do tempo. Eles são sanguinários e matam humanos para sobreviver. Não há como argumentar com eles." Chase falou enquanto olhava pela janela, sem encontrar o olhar dela.

Aila então sentiu outro par de olhos queimando buracos em seu rosto. Ela olhou para cima para ver que a gentil senhora estava olhando para ela com desgosto; um olhar de puro ódio queimava por trás de seus olhos castanhos. Parece que as aparências realmente enganam. Aila presumiu que ela agiria tão bem com ela quanto agiu com Silas e Chase porque ela era uma senhora mais velha e de aparência mais gentil.

Mas assim como os caçadores, a senhora parecia odiar qualquer coisa que não fosse inteiramente humana. Era uma pena ver pessoas com essa mentalidade. Estar cheio de tanto ódio os cegava. Esta senhora não sabia nada sobre ela, mas imediatamente lhe deu um olhar maligno porque ela provavelmente sabia que ela era um lobisomem.

Pois então, chupa essa, bruxa!

Aila internamente lhe enviou o dedo do meio enquanto ela segurava seu olhar sem piscar, deixando sua raiva ferver sob a superfície de seus olhos. A boca da moça se abriu, e ela imediatamente saiu. Pegando sua xícara, ela não pôde deixar de se sentir um pouco presunçosa. Uma risadinha do outro lado dela chamou sua atenção; Chase estava escondendo-a atrás de sua própria xícara. Seu olhar era tão severo?

"Por favor, tente não assustar minha equipe. Especialmente Milly, a pobre velha, ela trabalha aqui há anos." Silas a repreendeu.

"Assustar?" Aila murmurou para si mesma antes de olhar para seu chá e tomar um gole hesitante. Ela nunca assustou ninguém antes com um olhar; aquela mulher era muito sensível. Não lance olhares malignos e recue quando um for devolvido a você, então!

"Seus olhos brilharam", Chase falou calmamente, olhando para a xícara da qual tomou um gole.

Os olhos de Aila se arregalaram em choque. Eles brilhavam? Nunca brilharam antes!?

O que a fez mudar na última semana para que ela agora estivesse rosnando e seus olhos brilhassem quando ela estava com raiva? Eles ficaram com uma cor âmbar como os de Finn? Antes que ela pudesse perguntar, seus pensamentos foram interrompidos por Silas,

"Chase. Você esqueceu que existem dois tipos de bandidos. Mas o último não é importante. Talvez você devesse estudar mais sobre as criaturas desta terra e a história da Hunters Association, SUA herança, do que ir para a universidade todo dia e obter um diploma que você não usará."

Chase revirou os olhos abertamente, ainda de costas para o pai. Ele olhou de volta para a janela, no entanto, tomando seu café depois que Aila pegou seu pequeno ato. Ela continuou a encará-lo, no entanto.

Esse estilo de vida foi imposto a ele? Ela continuou recebendo sinais confusos dele durante a semana. Ela presumiu que estava apenas se apegando à forma como ele a tratava normalmente às vezes; ela ficava encantada com a gentileza em seus olhos naquela época. Mas então ele a fechava, seus olhos ficando frios novamente e um olhar de desgosto mascarando suas feições.

No entanto, mesmo com o olhar duro que ele dava a ela, ele sempre a tratava com gentileza. Ele parou de empurrá-la e agarrá-la rudemente; ela até o ouvia assobiar ocasionalmente do lado de fora dos banheiros. Ela balançou a cabeça para se livrar de seus pensamentos sobre ele. Não era hora de mergulhar na psique de Chase.

Voltando à conversa original, Aila perguntou novamente:

"Eu ainda não entendi. Por que lobisomens matariam meus pais?"

"Eu me faço essa pergunta o tempo todo. É uma coisa animal. Uma matilha matará sua espécie se o alfa e a luna forem muito fortes ou muito fracos. Eu suponho que você tem que estar nesse meio termo." Silas riu.

Mas Aila ainda estava confusa; o que ele disse não fazia sentido. Certamente quanto mais forte um alfa é, mais forte é o bando?

"Com seus pais, foi um caso diferente", ele continuou. Aila o encarou, esperando que ele continuasse.

Durante a maior parte de sua vida, ela questionou a morte de seus pais. Animais os mataram, segundo o relatório policial, o que a fez questionar como eles estavam na casa em primeiro lugar e não deixaram vestígios deles, exceto pelo sangue. Mas agora, na frente dela, ela finalmente estava obtendo algumas respostas.

Os lobisomens fizeram isso, mas por que eles matariam os seus?

Os pais dela fizeram algo que justificasse a morte deles?

"Eles não estavam atrás apenas dos seus pais..."

Aila sentiu vontade de jogar um dos livros idiotas dele da estante idiota nele. Era como se ele estivesse gostando do seu contorcer-se com suas respostas vagas. O que diabos eles estavam procurando que justificasse matá-los?

"O que era tão importante que eles mataram por isso?"

"Você."

A resposta dele a fez parar de respirar. Ela era a causa da morte dos pais? Seu peito apertou, mas em vez de tristeza, ela sentiu raiva.

"O que você quer dizer? Eu? Pare com as respostas vagas e me dê o que eu preciso saber!" Ela sabia que seus olhos estavam brilhando dessa vez; suas emoções estavam se tornando cruas.

Silas se levantou e virou as costas para ela. Cruzando as mãos atrás das costas novamente, ele olhou pela janela atrás de sua mesa.

"Seus pais eram líderes do Silver Crescent Pack, ou em termos de lobo: Alpha e Luna. Eles eram o bando mais forte conhecido, mas seus pais começaram a se tornar sanguinários, quase como ladrões. Eles queriam mais e mais territórios, matando centenas que estavam em seu caminho. O bando se tornou enorme, com os bandos que se renderam e foram forçados a se juntar a eles. O que, claro, é onde eles erraram." Ele levantou a mão e apontou o dedo enquanto falava de uma forma prática.

"Seus pais estavam cercados por seus inimigos. Mas a arrogância deles não tinha limites; eles não achavam que eles se voltariam contra eles. Foi assim que eles foram facilmente mortos. Agora. Você entra em cena porque, bem, você é filho deles. Você assumiria a responsabilidade deles quando tivesse idade, então, naturalmente, eles queriam matá-lo também. Depois que seus pais morreram, a força deles imediatamente passou para você. Ou seja, você é um lobisomem poderoso de uma forte linhagem de alfas."

A cabeça de Aila estava girando com todas as informações que ela tinha acabado de receber. Seus pais mataram centenas, por territórios de matilha. Sua carranca se aprofundou entre seus olhos; pelo que ela se lembrava, suas memórias deles eram sempre boas.

Sua mãe, com quem ela sabia que quase se parecia agora, sempre pareceu ser gentil e amável. Seu pai era rigoroso, mas ela nunca viu maldade ou maldade nele. Mas como ela saberia? Ela era uma criança de 8 anos; ela pode ter visto o que eles queriam que ela visse.

Mas ela poderia confiar no que esse homem disse? Não. Ela não confiava. Seus pais adotivos, Mandy e Andy, nunca lhe contaram sobre essa história. Seu sequestrador foi quem lhe contou sobre seus pais. Ela não sabia no que acreditar, mas estaria interrogando seus pais adotivos se escapasse daquele lugar.

De repente, seus olhos se voltaram para a figura parada na frente da janela. Os caçadores a sequestraram porque ela era importante, mas o que diabos eles queriam?

"Então, para que você precisa de mim? Como essa pequena história que você me conta te beneficia?" Sua voz saiu fria, seus olhos endurecidos.

Silas riu com vontade,

"História? Não era uma história de ninar. Eram fatos. E infelizmente, querida, são fatos sobre seus pais. Lamento que você tenha tido assassinos em massa como pais, mas pelo menos você não cresceu se tornando como eles."

Aila ainda não sabia no que acreditar, mas cada palavra que saía da boca dele agora a enfurecia.

"Continue." Ela disse com os dentes cerrados.

"Precisamos do seu sangue, Aila. Como expliquei, você vem de uma forte linhagem de alfas. Depois que seus pais morreram, tentamos pegar os lobisomens mais fortes que pudemos, mas não adiantou. Robert deduziu que era genética. Por anos, experimentamos, mas nada funcionou. Um dia, minha equipe estava rastreando uma matilha de lobisomens e encontrou você. Uma garota que parecia exatamente a mesma que Alexandra, sua mãe. É realmente estranho." Silas se virou agora, olhando-a de cima a baixo.

Aila olhou para ele enquanto seu rosto lentamente se transformava em perplexidade.

"Para que você precisa do meu sangue?"

Silas olhou para ela incrédulo, inclinando a cabeça para o lado.

"Para fazer nossos próprios lobisomens, é claro. A batalha entre nossas espécies está em andamento há séculos e, francamente, está ficando um pouco chata. Nosso objetivo sempre foi eliminar todos os lobisomens, vampiros e metamorfos. Mas não somos o suficiente. A população das criaturas está aumentando e não conseguimos acompanhar."

A resposta deles às criaturas foi cometer genocídio.

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