Capítulo {3}

Eu estava muito cansado quando cheguei em casa. Tomei um banho demorado e fiz um macarrão instantâneo. A noite estava clara por causa da lua, então eu fiquei olhando pela janela.

Na sacada do meu apartamento, eu tinha a visão da praça central, de prédios vizinhos, e bem a frente, passando a praça, de um pequeno espaço livre, mostrando o céu.

...

De repente, a cena mais romântica que eu já vi, se fez a minha frente, quando, nada menos que; Alan Serrane estacionou na frente do prédio. Ele estava usando uma camisa verde água, e calça social preta. Em suas mãos, um buquê de rosas vermelhas.

Théo Urione: Caramba!? O que ele está fazendo aqui à uma hora da manhã?

Minha curiosidade, não se aguentou. Eu me estiquei para olhar, mas não sabia para onde ele iria, só sabia que tinha entrando no meu prédio.

Théo Urione: Essas flores... Claro, ele deve ter uma namorada. Um homem como ele não estaria sozinho.

Quando eu pensei em sair e bisbilhotar os corredores, vi ele voltando para o seu carro.

Théo Urione: Ué, já!?

O Alan entrou de volta no carro, mas sem o buquê de flores nas mãos.

Théo Urione: Já vai bonitão? Para quem era esse buquê? Me fala aí.

Sem as respostas que eu gostaria, eu fui dormir, esperando ansiosamente pelo dia da consulta com o Doutor Serrane. Quem sabe, eu conseguiria ver em um porta retratos, a foto de um casamento.

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Durante a manhã do dia da consulta, eu vivenciei vários sinais que deveriam me deixar alerta em relação as coisas, não darem certo.

Após um gato preto cruzar a rua, eu desviei por um atalho no beco e passei por debaixo de uma escada, o que me fez logo em seguida esbarrar e derrubar alguém.

...

Denny Camara: Será que dá para sair de cima de mim?

Théo Urione: Ah, sim. Me desculpa.

Denny Camara: Você é cego por acaso?

Théo Urione: Parcialmente, de um olho.

Denny Camara: Está brincando com a minha cara?

Théo Urione: Não! É verdade.

Denny Camara: Certo, Que se dane! Então só, sai de cima de mim cara!

Théo Urione: Eu já estava fazendo isso. É que a minha perna tem problema.

Denny Camara: Cego e aleijado? Você não deveria nem sair na rua!

Théo Urione: Eu escolheria não sair mesmo, mas sabe como é temos que trabalhar e tal e...

Eu olhei para ele, o tenista Denny Camara. Ele era bonito de rosto, mas senti cheiro de cigarro nele, e aquilo me decepcionou.

Théo Urione: Caramba! Você fuma? Porque você fuma, se você é um atleta?

Denny Camara: Aí, cara, cuida da sua

vida! Sai daqui aberração!

Ele continuou caminhando, e eu após ficar parado por alguns segundos, decidi voltar a si, e continuar o meu caminho também. Mas que senti uma vontade de dar um tapa na cara dele, por estragar um corpo de atleta assim, eu senti.

Entrei finalmente no consultório.

Alan Serrane: Olá Théo! Como se sente?

Théo Urione: Muito bem, e agora mais feliz do que pela manhã.

Alan Serrane: Que bom que você está feliz. E como foi a primeira semana da dieta que eu te passei?

Théo Urione: O que disse?

Alan Serrane olhou para mim sorrindo, com aqueles lindos dentes brancos.

Alan Serrane: Você esqueceu a dieta?

Théo Urione: Céus!? Acredita que eu esqueci mesmo? Sabe, ontem eu até comi bastante salada, mas no final do dia, foi um lanche que acabou me sustentado. Mas, isso porque era o único lugar aberto perto da minha casa, onde eu consegui comprar alguma coisa pra comer.

Alan Serrane: Sei. Só que você não pode repetir esse esquecimento essa semana ham? E agora, vou te passar um exercício de caminhada.

Théo Urione: Caminhada!? Eu não quero fazer esse. Será que não tem outro?

Alan Serrane: Porque? Qual o problema com a caminhada?

Théo Urione: Eu me sinto mal... Sabe, as pessoas ficam me olhando. Isso quando não me perguntam se eu sou assim desde que nasci.

Alan Serrane: Théo, você tem que superar isso. Você é forte, e é jovem ainda. Você consegue se recuperar, consegue melhorar esse quadro. Mas, você precisa ter iniciativa. Eu quero muito ajudar você.

Théo Urione: Eu agradeço. Mas, mesmo assim, é muito difícil.

Alan Serrane: Quer saber, vamos caminhar juntos. O que acha?

Naquele momento, eu fiquei completamente de boca aberta. Ele realmente me convidou para correr com ele!? Mesmo após pensar por alguns segundos, eu voltei ao meu juízo perfeito e aceitei a oferta.

Théo Urione: Acho uma ideia maravilhosa. É... Porque você estaria me dando o ponta pé, inicial. Muito obrigado!

Alan Serrane: Então vamos começar hoje mesmo. Vamos?

Théo Urione: Agora?

Alan Serrane: Sim, vamos lá.

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Àquele homem, Alan Serrane, era completamente maravilhoso dos pés a cabeça, por dentro e por fora. Eu fiquei completamente envolvido com o charme, e a gentileza dele. Aproveitei a tarde caminhando ao lado dele, e quando acabou, ele me deu carona até em casa.

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O carro de Alan estacionou e saímos.

Alan Serrane: Que legal! Você também mora aqui.

Théo Urione: Sim. Quer entrar e tomar um café ou.. uma água?

Alan Serrane: Quem sabe na próxima, tenho uma reunião para ir mais tarde.

Quando nos despedimos, Alan olhou diretamente atrás de mim, e deu uma passo a frente.

Alan Serrane: Denny!

Denny Camara: Ai, você de novo!? Para de me incomodar!

Alan esqueceu completamente de mim, poucos passos a sua frente.

Alan Serrane: Denny espera! Você... Recebeu o meu bilhete?

Denny Camara: O Bilhete!? Junto com àquele buquê horrível?

Alan Serrane: Horrível!? É... Você não gostou?

Denny Camara: Claro que não! Que porcaria! E depois eu odeio rosas! Só vê se me esquece!

Denny continuou seguindo o seu caminho, deixando Alan desconsolado, parado apenas o olhando.

Alan Serrane: Denny! Por favor, ao menos aceite jantar comigo! Será que é pedir muito!? Se quer assim, eu prometo que nunca mais volto a procurar você. Só aceita um jantar.

Denny Camara: Promete!? Nunca mais aparecer na minha frente? Ok, pode ser.

Alan Serrane: Isso! Eu fico muito Feliz.

Denny Camara: Eu vou pensar então, quando eu me decidir sobre o dia, eu aviso você.

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ಥ⁠_⁠ಥ O cenário era exatamente aquele; O meu cara, estava cortejando o meu vizinho. E era para ele, para o Denny Camara, Aquele buquê lindo.

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