Desabamento

Luke: Eu não a conheço. Ponto final.

Capitão Rodrigues: Tudo bem, não precisa se exaltar.

Dia Seguinte

Diana Narrando

- Estou cada dia mais trabalhando, pegando horas extras, fazendo de tudo para não arrumar tempo para pensar e a única saída é fazer o que eu sei fazer de melhor.

- Estão de plantão novamente, chego lá o meu celular não para de tocar, a minha mãe, acredito que não consigo recusar mais.

(Chamada de celular On)

Mãe: Onde você está que não atendeu as minhas ligações? Você ao menos vai contar-me onde é a sua imprestável casa?

Diana: Bom dia para senhora mãe. Estou ocupada trabalhando.

Mãe: Trabalho e mais trabalho desnecessário.

Diana: Preciso desligar mãe, estou trabalhando e sim, eu vou para o almoço de família amanhã, não precisa se preocupar com isto, tenha um bom dia!

(Chamada de celular OFF)

Enfermeira Amália: Problemas Dra.?

Diana: Oi! Enfermeira Amália, almoço de família amanhã.

Enfermeira Amália: Faço de tudo para não ir, afinal, eu não tenho tempo mesmo.

Diana: Somos duas.

(Microfone Do Hospital)

- Todos os médicos, enfermeiros de plantão, técnicos de enfermagem por favor para as alas de emergência.

Enfermeira Amália: Iiih a coisa ficou feia.

Diana: Vamos descer rápido.

- Seguimos para ala de emergência e ficamos a saber que houve um desabamento de uma escola com vários feridos e precisávamos ficar atentos a todos os pacientes que desse entrado no hospital.

Chefe do hospital Lyong: Vamos disponibilizar duas, equipes para ir às ruas. Equipe da Dra.Diana e a equipe da Dra. Lility, com suas enfermeiras e a técnica que estará a vossa disposição.

Técnica de Enfermagem Kendra: Eu posso ir Chefe, estou a disposição.

Chefe do hospital Lyong: O que estão esperando ainda? Vão embora.

- Peguei as nossas bolsas de emergência e seguimos até o local do desabamento, muitas vítimas sendo tiradas dos muros.

Capitão Rodrigues: As equipes do hospital chegaram para nos ajudar com o atendimento.

Diana: Tem noção de quantas vítimas?

Capitão Rodrigues: Algumas salas estavam desocupadas os alunos estavam no horário do intervalo, apenas alguns alunos estavam na sala de aula, os alunos que não ficaram feridos já tiramos todos, mas 6 alunos estão soterrados.

Bombeiro Dylan: Capitão? Achamos mais um.

- Os bombeiros como sempre estão fazendo um trabalho árduo, vejo ele tirando pedras e dando o seu máximo para retirar os alunos soterrados. Início meu trabalho atendendo alguns alunos que ficaram feridos superficialmente.

Dra.Lility: Como vamos classificar os pacientes?

Amália: Não faço ideia, e está saindo mais um aluno soterrado.

Diana: Técnica Kendra? Dentro da nossa ambulância tem fitas de três cores, verde, amarela e vermelha.

Técnica de Enfermagem Kendra: Vou buscar agora mesmo.

Diana: Pacientes que já foram atendidos levemente traumatizados, pulseira verde. Pacientes feridos e precisando de cuidados com atenção, pulseira amarela e os pacientes que precisam de cuidados de emergência e não tem condições de esperar, pulseiras vermelhas. Vamos dar o nosso melhor.

- Foi o que eu consegui pensar na hora da agonia. O primeiro paciente soterrado foi retirado, o bombeiro o põe no chão e logo inicio o tratamento, ele estava desacordado, de início coloquei logo o oxigénio nele fazendo compressão na ferida até estabilizar e mandar ele para o hospital na ambulância.

- Assim foi feito, estabilizei e o mandei na ambulância para o hospital quando é retirado mais dois pacientes. Eu e a Dra. Lility estamos a dar o nosso melhor para mandarmos as vítimas estáveis para o hospital, pelo menos até chegarem ao hospital para um atendimento humanizado completo.

Capitão Rodrigues: Dra. Ajuda...

Diana: O que posso ajudar?

Capitão Rodrigues: Temos uma menina em baixo das pedras, mas está a comprimir a sua perna.

Luke: E o que a Dra pode fazer em relação a isso Capitão?

Diana: Posso colocar oxigénio para ela não descompensar, pegar um acesso no membro superior e quando a pedra for retirada não prejudique tanto evitando uma embolia pulmonar.

Capitão Rodrigues: Faça isso Dra. Iremos te auxiliar e assim que tudo estabilizar retiramos a pedra.

Luke: Ela não vai descer até lá Rodrigues.

Capitão Rodrigues: É a única forma de preservarmos a última vítima tenente.

Luke: Não , não é.

Capitão Rodrigues: Vamos fazer desta forma Tenente.

Diana: Eu estou aqui.

Luke: Ela não vai descer sozinha, eu vou com ela.

Capitão Rodrigues: Vai?

Luke: Vou.

— Não entendi o porquê ele falou desta forma, mas de um jeito ou de outro, saber que ele está ao meu lado me dá uma segurança. Ele retira o seu capacete e sem falar nada coloca em mim apenas.

— Ele vai entrando primeiro no buraco até eu conseguir entrar por completo, a enfermeira Amália joga a bolsa de socorros e eu consigo fazer o que era para ser feito até que eles tiram a primeira pedra de cima e em seguida a segunda nos deixando dessa vez livre de pedras.

— A enfermeira e a técnica vem-me ajudar a colocá-la na maca para levar até a ambulância.

Dra. Lility: Dra Diana, pode deixar que eu a levo até o hospital, essa é nossa última paciente, nos encontramos mais tarde no hospital.

Diana: Obrigada Dra. Logo chegamos.

— Eu fiquei para recolher o nosso material, e os bombeiros batem palmas uns abraçando os outros, acredito que pelas conquistas das vidas que foram retiradas por eles. Vejo uma mulher se aproximando do Luke e o abraçando com um belo sorriso, ela tinha a meviue ele, nunca tinha visto essa mulher, mas provavelmente é a sua...

- Termino de recolher os materiais e sigo com as meninas para a ambulância, a Amália e a Kendra.

Capitão Rodrigues: Obrigado por nos ajudar hoje. São incríveis.

Enfermeira Amália: Vocês que são incríveis. Parabéns pelo trabalho.

Diana: Fizemos um bom trabalho. Até logo.

- Entramos na ambulância e pelo vidro dela despeço-me dele como apenas um olhar, um aperto no peito como nunca antes. Talvez em saber que ele está comprometido com outra bombeira linda.

- Talvez nossa história tenha mesmo acabado e ele conseguiu construir outra história. Talvez eu jamais consiga tirar ele da minha cabeça, mas o que posso fazer, eu fui uma idiota que largou tudo pra não passar por cima da vontade da mãe.

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