capítulo 5

Capítulo 5 – Primeiras Impressões

Paulo estacionou o carro na frente da mansão com elegância e desceu, indo ao encontro de Smith com aquele jeito calmo e charmoso de sempre.

— Fala, irmão — cumprimentou ele com um leve sorriso.

Antes mesmo que Sofia pudesse perceber, Aline já estava cutucando seu braço discretamente, os olhos brilhando.

— Sofia... olha esse homem e me diz se não é o cara mais lindo que você já viu?

Sofia olhou, disfarçadamente, e teve que admitir.

— É... realmente ele é bonito. Mas, Aline, ele deve ter a idade do seu tio!

— E daí? — respondeu Aline, dando de ombros com um sorrisinho safado. — Panela velha é que faz comida boa. E eu não quero mais saber desses moleques que não sabem satisfazer uma mulher e no fim ainda fazem a gente sofrer.

Sofia desviou o olhar, lembrando do que a amiga tinha passado.

— Você ainda tá falando do Igor, né?

— Lógico! Depois daquela, aprendi. Agora eu prefiro os mais velhos. Chega de me iludir.

— É... mas deixa o seu tio saber disso.

— Ele não precisa saber de nada, né? — riu, travessa.

Nesse momento, Paulo se aproximou.

— Vamos, meninas?

— Vamos sim — respondeu Aline, animada.

No Carro

O motor ronronava suave enquanto Paulo dirigia com tranquilidade.

— E aí, Aline... fiquei sabendo que a senhorita dirigiu muito bem hoje. Quer dizer que só tava tirando com a nossa cara esse tempo todo, né, menina?

Aline franziu a testa.

— Já falei que não gosto que me chamem de "menina", Paulo. Eu já sou mulher, tá?

— Aline... — sussurrou Sofia, constrangida. — Para com isso.

Paulo riu, mudando de assunto.

— E você é a Sofia, certo? Muito prazer.

— O prazer é meu, senhor — respondeu ela, educada.

Aline e Paulo caíram na risada.

— O que foi? O que eu falei de tão engraçado? — perguntou Sofia, confusa.

— Nada não, Sofia — disse Paulo, ainda rindo. — É que você tem um jeitinho bem diferente da Aline. Essa aqui parece que nasceu ligada no 220.

— Verdade — respondeu Sofia, rindo junto. — Ela é fogo!

— Eu só vivo intensamente — disse Aline, piscando. — Quero aproveitar tudo o que a vida tem pra dar!

— E você tá certa, amiga. — Sofia sorriu. — Queria ser mais como você, minha doidinha linda.

— Doidinha nada! Aqui a brava é você!

Todos riram juntos, o clima estava leve e gostoso.

— Sabe, Sofia... gostei de você. A Aline tá até mais comportada hoje, só porque você tá por perto — brincou Paulo.

— Tá sentindo falta do meu jeito? — Aline provocou. — Você vive fugindo das meninas mesmo...

— Aline! — repreendeu Sofia, morrendo de vergonha. — Ele é amigo do seu tio. Se comporta!

— Relaxa, Sofia. Já tô acostumado com a língua afiada dessa aí — respondeu Paulo, rindo.

Logo chegaram ao apartamento, pegaram tudo que precisavam, e voltaram à mansão.

Na Mansão

— Obrigado, Paulo — disse Smith assim que eles chegaram. — E aí, a Aline deu dor de cabeça?

— De boa, irmão. Hoje ela tava até... comportada.

Smith riu, desconfiado.

— Milagre.

Ele se virou para Maria, uma das funcionárias da casa.

— Maria, leve a Sofia até o quarto ao lado da Aline. Será o quarto dela a partir de agora.

Sofia interveio, rapidamente.

— Não, senhor... posso ficar no quarto de empregada. Aqui eu tô como funcionária...

— Ai, Sofia, para com isso — disse Aline, já impaciente. — Você é minha melhor amiga!

— Eu só não quero dar trabalho... nem me aproveitar por ser sua amiga.

Smith a encarou, sério, mas com gentileza no olhar.

— Sofia, a Maria já arrumou tudo pra você. Vai querer dar mais trabalho pra ela?

— Não, senhor...

— Então vá lá. Seu quarto já está pronto.

— Obrigada, senhor...

No Quarto

Assim que entraram, Sofia ficou sem palavras.

— Amiga... esse quarto é enorme. E tão lindo...

— E tem banheiro com banheira, um closet só pra você... Tá feliz?

— Maravilhoso... — sussurrou Sofia, tocando os lençóis macios da cama com carinho.

— Mas... trocaria tudo pelo amor e a proteção da minha mãe... — completou baixinho, com os olhos marejando.

Aline se aproximou e abraçou a amiga pelos ombros.

— Não fica assim, amiga... Pensa nas coisas boas. Vamos aproveitar tudo que a vida tá oferecendo e esquecer quem nos machucou. Quem perdeu foram eles, não a gente.

— Obrigada por tudo, Aline... Você sempre dá um jeito de me levantar.

— Assim como você faz comigo, minha doidinha brava...

As duas riram, abraçadas, em meio a esse novo começo que prometia muito mais do que elas poderiam imaginar.

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