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Olá, meu confidente silencioso. Hoje foi um dia

excepcionalmente diferente dos outros. Meu pai, Felipe Augusto Windson,

retornou para casa depois de um período ausente devido ao seu trabalho

misterioso. A notícia da sua chegada repentina trouxe uma mistura de emoções, e

eu me vi ansiosamente esperando sua chegada.

Enquanto eu me encontrava em meu quarto, o som familiar da

porta da frente se abrindo ecoou pela casa. Os passos seguros de meu pai se

aproximaram, e quando ele entrou no meu campo de visão, meu coração pulou uma

batida. Felipe Augusto Windson era uma figura imponente, com uma presença que

parecia preencher a sala.

Fisicamente, meu pai era alto e esbelto, sua postura rígida

transmitindo uma aura de autoridade. Seus olhos, tão profundos quanto oceanos

inexplorados, eram da cor de um azul intenso, capazes de prender a atenção de

qualquer um que se atrevesse a encará-los. Uma expressão séria e concentrada

era sua marca registrada, algo que sempre me deixava curiosa sobre os

pensamentos que se escondiam por trás daquela fachada.

"Oi, pai", murmurei enquanto ele se aproximava.

Ele respondeu com um aceno de cabeça e um sorriso discreto que mal tocava seus

lábios. Seu sorriso, assim como seu semblante misterioso, sempre me deixava

intrigada. Era como se houvesse camadas e camadas de segredos que ele guardava

consigo mesmo.

Ao nos sentarmos na sala de estar, ele abriu sua maleta com

movimentos precisos. Dentro dela, eu sabia que havia documentos confidenciais e

talvez até mesmo equipamentos relacionados ao seu trabalho. Era uma rotina que

eu já conhecia bem, mas o que acontecia além desses gestos familiares

continuava a ser um enigma.

"Você se comportou bem na minha ausência, Duda?"

perguntou meu pai, seus olhos fixos em mim.

"Sim, pai. Tudo correu como de costume", respondi,

tentando manter a naturalidade, embora por dentro eu sentisse a necessidade de

saber mais sobre o que ele fazia, sobre a vida que ele levava longe de mim.

Ele assentiu, satisfeito com minha resposta. Era difícil

decifrar o que se passava em sua mente. Felipe Augusto Windson era um homem de

poucas palavras, mas suas ações carregavam um peso significativo. Enquanto ele

trabalhava em seus documentos, aproveitei a oportunidade para abrir meu diário,

querendo registrar esse momento único.

"Diário, hoje meu pai está em casa. Ele é uma figura

intrigante, com uma presença que comanda respeito. Seus olhos azuis são como

janelas para um mundo que eu não consigo compreender completamente. Sua

personalidade misteriosa, seu sorriso discreto, tudo nele desperta minha

curiosidade."

Passei a descrever suas características físicas

detalhadamente, tentando capturar a essência daquele homem enigmático.

"Seu cabelo escuro, sempre impecavelmente penteado, contrasta com a

palidez de sua pele. Os traços de seu rosto são marcantes, revelando uma vida

cheia de experiências que ele escolhe manter em segredo."

Ao mesmo tempo em que eu escrevia sobre sua aparência

física, minha mente divagava sobre sua personalidade. "Ele é reservado,

sempre mergulhado em seus pensamentos. Seu sorriso, mesmo que raro, carrega

consigo um mistério que me intriga. Eu me pergunto sobre as batalhas que ele

enfrenta, sobre os motivos que o levam a manter sua vida tão distante da

minha."

Enquanto meu pai continuava seu trabalho, eu me perdi nas

linhas do diário, compartilhando meus pensamentos mais íntimos sobre a relação

complicada que tínhamos. "É difícil saber o que se passa na mente dele. Às

vezes, sinto que sou apenas uma peça periférica em seu mundo, uma filha

distante que ele visita de tempos em tempos."

À medida que a noite avançava, as palavras fluíam como uma

cascata de sentimentos contidos. "Diário, meu pai é um enigma. Eu o amo,

mas também desejo entendê-lo melhor. Quero saber sobre sua vida, seus desafios,

suas alegrias. No entanto, ele permanece tão inatingível, como um mistério que

nunca será completamente revelado."

Quando meu pai finalmente fechou sua maleta, sinalizando o

fim do seu expediente caseiro, eu olhei para ele com uma mistura de emoções.

"Pai, como foi seu dia? O que você faz além desses documentos?"

Ele apenas sorriu de forma enigmática, acariciando minha

cabeça. "Duda, há coisas que você não precisa saber agora. Um dia

entenderá."

Aquelas palavras pairaram no ar, deixando-me com mais

perguntas do que respostas. Meu pai se levantou, pronto para se retirar para

seu quarto. Enquanto ele se afastava, eu me vi novamente encarando o diário,

pronto para registrar esse encontro fugaz com o homem que permanecia como o

maior mistério da minha vida.

"Diário, meu pai é um homem de poucas palavras, mas

cada gesto, cada olhar, carrega consigo a complexidade de uma vida que ele

escolheu manter escondida. Eu me pergunto se um dia conseguirei desvendar os

segredos que ele guarda tão zelosamente. Até lá, continuarei a observar, a

escrever, e a buscar respostas neste diário que se tornou meu confidente mais

fiel."

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