Ela saiu e voltou ao quarto, resolvendo que iria se informar sobre toda a situação do seu pai, covarde para assumi-la, mas corajoso para eliminar vampiros.
Olhou o fichário, encontrando as pastas sobre famílias de vampiros espalhadas pelo mundo e todos os seus descendentes, assim como os negócios de cada uma. Não se interessou por aquilo, não lhe dizia respeito ou pelo menos, achava que não.
Continuou observando tudo, olhou para as prateleiras, gavetas e um pequeno armário, que compunham a escrivaninha e encontrou vários diários, escritos à mão.
— Nada digitalizado, dará trabalho, organizar esse acervo. Além dos diários e arquivos, tem todas essas armas, estacas e potes com sei lá o quê. Precisaria de ajuda de quem entende.
— Que tal Morgana?
— Mas que inferno! O que faz aqui?
— Você é o meu amor, não consigo ficar longe — disse ele, olhando tudo com interesse e percebendo algo que, com certeza, ela não entendia.
— Além de minha vampiresa, quem é você, minha vida? — murmurava pensativo.
— O quê? — questionou ela, intrigada com o interesse dele.
— Quero que me conte tudo sobre você, agora que somos um.
— Ai, lá vem você, toma — deu a ele, o envelope com os dados sobre ela — coloquei tudo aí, é só ler.
Ele abriu e retirou os documentos do envelope e se preocupou ao ler o nome escrito na certidão de nascimento dela.
— Você é uma descendente de Von Dietrich?
— Ele engravidou minha mãe, por quê?
— Você é uma caçadora de vampiros…
Ele olhou para ela, com um misto de dor e mágoa no olhar. Sua amada vampiresa, era filha do assassino de sua família. Virou-se devagar e saiu, andando devagar, mal se dando conta de por onde ia. Precisava de um tempo, para digerir tudo aquilo. Andou sem rumo e foi parar no mausoléu de seus pais, que ficava no cemitério da família, no interior e suas terra, afastado da casa
Desceu as escadas de pedras e entrou no quarto, com piso e paredes de mármore. Não havia caixões, só uma prateleira, com urnas, onde estavam as cinzas de seus pais. Na parede, por trás de cada uma, as pinturas deles. Dominic sentou-se no banco, de frente as urnas e chorou. Até estranhou, pois não se lembrava de algum dia ter chorado.
— Pai, mãe, o que eu faço? A filha do assassino de vocês é minha companheira. É graças a ela que posso chorar por vocês, agora, mas me entristeço, pois prometi matar todos os caçadores. Se eu matá-la, matarei a mim mesmo.
Ele gritou, sentindo-se estraçalhar por dentro, não controlando o desespero por seu infortúnio. O que faria com ela? O sangue dela é tão gostoso, mas é poluído e como tolerará beber dele? Gritou e a dor não deixou que percebesse que sua verdadeira aparência maligna, veio a tona e Donna chegou neste momento.
O grito dela foi agudo e desesperado, fazendo com que ele se virasse para ela e guinchasse, como o monstro que é.
— O que quer aqui? — Indagou ele, com a voz grossa e vinda do profundo de sua garganta.
— Senti a sua dor e segui seu rastro.
— Foi o maior erro de sua vida.
O monstro a agarrou, mordeu seu pescoço, rasgando sua jugular e sugou com força, mas o gosto doce, lembrou ao monstro de quem era o sangue, então, largou-a e saiu, deixando-a caída no chão, desmaiada. Havia fechado a ferida, mas trancou-a ali e saiu voando, batendo suas asas e sumindo na escuridão.
Morgana sentiu a transformação de Dominic e correu para onde sentiu que ele estava, na cripta de seus pais. Chegou a vê-lo sair e fechar a porta, em sua forma demoníaca e correu para tentar impedi-lo de ir embora, mas não conseguiu. Aproximou-se da porta e sentiu o cheiro do sangue de Donna e abriu a porta do sepulcro.
Avistou o corpo no chão e correu para socorrê-la. Com sua força lupina, pegou-a no colo e caminhou com ela no colo até o casarão. Levou-a para o quarto de Dominic e a pousou na cama, foi até a geladeira e pegou uma bolsa de sangue, aqueceu no microondas e injetou em sua veia.
Ficou ao lado dela, aguardando que acordasse. A noite passou e chegando a madrugada, Donna acordou assustada, sem saber onde estava. Avistou Morgana e perguntou:
— O que aconteceu?
— Eu é quem pergunto, o que aconteceu que fez vir à tona, o monstro que tem dentro dele?
Donna se sentiu segura com Morgana, para se abrir:
— Ele descobriu, o que eu só descobri recentemente: sou descendente de um caçador.
— Oh, cruz credo, menina! Foram os caçadores que mataram os pais dele. — disse Morgana, entendendo o porque da fúria de Dominic.
— Pelo ataque que ele teve, deve ter sido o meu pai. E agora, o que vai acontecer? — perguntou Donna, apavorada, lembrando da figura pavorosa do vampiro.
— Na verdade, eu não sei. É uma situação bem complicada. Ele está completamente descontrolado e só saberemos o que vai ser, quando ele voltar.
— Eu não queria nada disso, Morgana. Eu vivia como uma escrava, cuidando do casal de patrões da minha mãe e só depois que morreram, descobri que ele era meu pai. Estava feliz, achando que seria feliz, quando …
— Quando ele a tomou à força.
— Exatamente. Ele quase me matou, sugou meu sangue quase todo, descontrolado. Eu percebia tudo, mas não conseguia me mexer ou falar nada.
— Ele usou seu poder de indução. Geralmente, as vítimas não sentem nada, mas você, por ter sangue de caçador, não deve ter sido totalmente dominada.
— Acho que é isso. Estou melhor, vou embora, antes que ele chegue e me mate de uma vez.
— Talvez fosse melhor você esperar, pode ser pior para você, se ele te encontrar lá fora.
— Ele me pegou desprevenida, sei bem como me defender e sou forte.
— Cuidado menina, você não sabe o que está enfrentando. — Morgana ajudou a tirar o cateter e levou tudo para fora.
Donna levantou-se, sentindo um cansaço que não costumava sentir e não resistiu, deitou e dormiu.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Elenita Ferreira
Em outras histórias que já li, vampiros não engravidam com tanta facilidade!!Será que com Donna, vai ser diferente???
2025-03-14
1
Joelma Oliveira
será q ele vai conseguir ouvi-la?? os filhos não são culpados dos erros dos pais.
2025-04-21
0
Elenita Ferreira
Será que ela engravidou de tanto dar??🤣🤣🤣🙄🙄
2025-03-14
1