Capítulo 4. Quarto Sequetro

Ela não notou ele se aproximar e foi abraçada e beijada com sofreguidão. Algo nela respondeu e ela passou os braços ao redor do pescoço dele e correspondeu ao beijo e quando menos esperava, já estavam na cama. Seu corpo estava curado, ele foi menos rude e se uniram profundamente, batendo um corpo no outro, até se desmancharem de prazer.

Dominick procurou o controle remoto para fechar as paredes, pois sentia o amanhecer chegando, mas não achou e voltou a realidade, percebendo que não estava em seu quarto.

— Precisamos ir, rápido, vamos!

— Ir para onde?

— Para casa, anda.

— Estou em casa.

Ele a pegou, colocou no ombro e correu, parecendo invisível de tão rápido. O sol nasceu e sentiu queimar a sua pele, mas conseguiu entrar rapidamente em casa e em seu quarto, fechando tudo. Pulou na banheira, que Morgana cuidou de encher e examinou sua companheira.

— Para, estou bem. — reclamou ela, expulsando suas mãos.

— Não se queimou?

— Não, sou uma vampira moderna, o sol não me queima.

A risada dele estrondou o local. Saiu da banheira, ainda se curando e levando-a consigo. Ele levou-a, no colo, para a cama e ela reclamou, pois enxergava perfeitamente e podia andar sozinha. Deitaram e dormiram o sono da morte, ou da vida, pois era durante o sono que rejuvenesciam.

Ela não estava acostumada com os horários trocados, dormiu apenas o suficiente para repor suas energias e mais uma vez, largou-o ali sozinho e foi para sua casa. Saiu pela porta da frente, vestida com as roupas que veio e o sol ainda não tinha se posto. 

— Que lindo entardecer! 

Desceu as escadas e dançou, rodopiando, sentindo a quentura morna do sol, na pele. Realmente, ela não queimava no sol e havia percebido isso no dia anterior, vendo ele desesperado e soltando fumaça, mas ela, continuava linda e fresca  Correu com sua super velocidade, até sua casa e continuou sua arrumação, agora, bem mais rápida.

Viu que ele havia esvaziado seu porão, devia estar querendo transformá-lo em um bunker igual ao dele. Não achou ruim e como agora tinha recursos, procurou uma empresa de reformas e contratou-a para fazer a reforma necessária. Quando chegaram, levou-os ao local e explicou sobre que queria e eles iniciaram o trabalho, imediatamente.

— Fiquem à vontade e só usem a porta dos fundos, por favor. Tem água e refrigerantes na geladeira.

— Obrigado, senhora. Terminaremos o mais rapidamente possível, inclusive, trabalharemos também, durante a noite.

— Agradeço muito, se terminarem até amanhã.

— Será apertado, mas daremos conta.

— Estou pagando para isso, mãos à obra.

Ela saiu e foi examinar melhor a casa, comparando as plantas no papel, com o espaço físico e notou uma discrepância. Examinou bem o espaco, dividido com uma parede de estante de madeira. Observou o chão e achou ranhuras antigas, que mostram a existência de uma porta.

Ela descobriu que uma porta se abria na estante e havia um quarto pequeno, com arquivos, muitos livros e certificados enquadrados, pendurados nas paredes.

— O quê é tudo isso? CAÇADORES DE VAMPIROS!

— Chamou, amor!

Ela se virou e arregalou os olhos ao ver o vampiro olhando tudo à sua volta.

— O que você está fazendo aqui? Não tem esse direito.

— Claro que tenho, você é minha vampiresa. Aliás, obrigada pela refeição. — se aproximou e beijou-a profundamente, aproveitando sua surpresa.

Ela se recuperou rapidamente e o empurrou, para sair correndo e conferir seus funcionários. Encontrou-os desmaiados, encostados nas paredes que tinham acabado de emboçar e teriam de fazer tudo de novo. Puxou-os pelos braços apoiando-os sobre as próprias pernas, mas a parede estava com a marca de suas costas.

— O que faço, agora? Não posso pedir outros funcionarios, pelo risco dos que foram sugados, serem demitidos. Ah, vampiro sem noção.

Correu até onde ele tinha ficado e pegou-o bisbilhotando tudo.

— Olha aqui, seu sem noção, você nocauteou meus funcionários e o quarto escuro, que você precisa para se proteger do sol. O que faço, agora, com os funcionários? — cutucou ele com o dedo.

— Mas…mas…espera, eu vou consertar isso.

Saiu como um flash e ela aproveitou para voltar a observar tudo. Havia um livro sobre a escrivaninha e ela abriu para ver o que era.

— Uau, eles registravam tudo e mataram muitos vampiros no mundo todo. Por quê será que pararam?

— Acho que foi quando dizimaram minha família, pensaram que não haviam sobreviventes e pararam. — disse Dominic, voltando silenciosamente.

— E você, como sobreviveu? — começava ela, a se acostumar com as chegadas repentinas, dele.

— Eu era muito novinho, os lobisomens me pouparam e Morgana foi minha babá. 

— Uau! Isso que é história, mas por hora, manterei tudo trancado, era dos meus antigos patrões. Cuidou dos funcionários?

— Sim, apliquei um levanta defunto e ordenei que ajeitassem tudo. Terminarão até mais rápido, você vai ver. — falou sorridente, por ter feito tudo tão rápido.

— Você consegue me tirar do sério, mas tudo bem. Vá embora, vou cuidar de mais algumas coisas e vou dormir.

— Mas ainda é cedo, não é nem meia noite, podemos dar uma volta, namorar e …

— Não sou como você, eu posso pegar sol e dormir à noite, como sempre fiz. Você tomou posse do meu corpo e tem tentado dominar minha vida, mas estou farta disso. Fui dominada a vida toda e agora, tudo que quero é ser livre, LIVRE, entendeu?

Dominic olhou para sua companheira, sem coragem de dizer que não podiam viver separados, agora que estavam unidos. O que ele fez foi cruel para com ela, mas não podia desfazer, agora. Estava muito ansioso para ter o que esperou por séculos e quase a matou. Como convencê-la agora?

— Que tal vermos como está a obra?

— Fugindo pela tangente? Não adianta, eu sou capaz de cuidar das minhas coisas, vá embora.

Ele olhou para ela tentando envolvê-la em sua hipnose, mas ela devolveu o olhar e foi uma guerra de quem conseguia controlar o outro e ele deu um guincho e sumiu, deixando ela inesperadamente sozinha. Ela desceu para ver a obra e estava tudo bem adiantado.

— Não posso negar que ele resolveu rápido a situação. 

— Boa noite, senhora, está tudo indo bem.

— Ok, obrigada.

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