O escritório de Felipe era cheio de livros e como tal possui algumas obras de arte, tais obras retratavam o seu gosto peculiar e intelectualidade móveis feitos de mogno escuro, vários e vários manuscritos para serem lidos catalogados e assinados estavam sobre a mesa, Felipe sentou encheu a sua pena com tinta e aguardou esperando que o homem vulgo Radasky falasse algo. O mesmo sentou em outra cadeira próxima da sua mesa, vislumbrando, olhando tudo, como uma criança que acabara de entrar numa loja de brinquedos. Foi então que o silêncio foi interrompido pelo protesto do conselheiro real ele não aguentava mais ver aquele homem parado, decidiu então questioná-lo:
— Pode-me dizer exatamente o porquê de estar aqui? E como exatamente você sabe que o filho do rei é uma menina?
O sábio senhor sorriu para o conselheiro olhando diretamente nos seus olhos, ele então respondeu num tom de ousadia:
— Como disse o grande senhor, eu vim aqui com o pretexto de ensinar a criança, é óbvio claro que nos seus primeiros anos ela não será educada por mim, mas creio que assim que ela aprender a andar será de suma importância que eu ajude na esgrima, na arte, na poesia, e porque não, nas matérias importantes como matemática e linguagem bom você sabe muito bem não é mesmo?
O conselheiro ficou perplexo, mas, ao mesmo tempo, desconfiado com a fala do sábio, era bom demais para ser verdade que um sábio versado em diversas artes pudesse ser tão subserviente, tudo era bom demais para ser verdade e o seu tino com os negócios ensinar-lhe que não existe caridade, tudo na vida era uma transação comercial para Felipe, é a questão mais profunda era compreender qual o valor ele deveria pagar e o que seria feito com isso.
Então após olhar as suas contas, no seu livro caixa, num relance rápido com os olhos ele tem uma ideia e responde para o sábio a sua frente:
— Muito bem eu vou acertar todos os detalhes, mas antes eu preciso ter certeza que você está apto para a função, proponho então um teste, mas antes desse teste quero perguntar como o senhor quer ser pago?
O homem simplesmente deu de ombros e fez uma cara como se não tivesse pensado nisso, fazendo o Felipe ficar ainda mais corado de raiva, afinal como alguém vai até o rei, senhor dessas terras, oferece um serviço e não tem valor para ele, percebendo isso o andarilho fala:
— Certo bom se quer me pagar por isso, é muito simples, eu quero comida, uma cama quente e de preferência gostaria de ter acesso à biblioteca real para ler e buscar alguns livros para ensinar a criança, isso é um pagamento justo não é?
O conselheiro responde contra, argumentando o homem:
— Mas você não deseja o ouro ou algo do tipo, para mim, está bom demais uma pessoa trabalhar e não receber nenhuma moeda, por isso, serei franco penso que isso está suspeito.
O homem agora confronta Radasky olhando nos seus olhos procurando desesperadamente algo que pudesse usar contra o espadachim, ele então responde:
— Muito bem! Compreendo senhor Felipe que estou sendo muito humilde, mas a verdade é muito simples, não é de ouro que preciso, e sim de prestígio, eu sou uma pessoa que ao longo da minha vida tive posses, porém as perdi por ser inexperiente, portanto aceitarei o seu teste de bom grado e espero ter sido convincente, quanto a sua suspeita se ainda assim tiver suspeita sobre mim, fique à vontade para julgar-me e até me expulsar do palácio.
Agora Felipe sabia exatamente que o sábio poderia até ser um nobre, que por ironia do destino perdeu tudo e agora quer retomar o seu status, neste caso era muito simples, se a princesa fizesse alguma coisa de errado ou se a sua suspeita se tivesse sido confirmada e ele, na verdade é um mago disfarçado, ele poderia não apenas prender o homem como também matar a princesa, afinal usar magia é considerado um crime punível com a morte. Quanto ao teste o conselheiro teve uma ideia incrível ele levou o homem até o pátio principal do quartel de dentro do Castelo, depois falou com o guarda-chefe que reuniu os seus melhores homens incluindo o próprio oficial de treinamento dos soldados do rei, e nesse caso ele explicou para o professor, dizendo:
— Como você é simples mestre Radasky irei aplicar um teste ainda mais simples, aqui neste campo de treino eu tenho soldados que fazem a guarda e patrulha das imediações do Castelo e o meu lado esquerdo eu tenho o chefe da guarda e no meu lado direito eu tenho o instrutor dos seus soldados, que eu quero que você derrote cada um desses homens, se o que diz é verdade você possivelmente Conseguirá vence-los. Senhor consegue?
Foi neste momento em que um dos guardas joga-lhe uma das espadas de treino feita de madeira ambos os soldados formam um círculo, cercando o homem que coloca sobre o chão seu cajado e se desfaz das suas vestes revelando que ele estava com uma meia armadura escondida sob o manto a sua esquerda uma espada muito bonita embainhada, parecia ser uma espada digna de uma casa Nobre. A postura do mestre espadachim era firme e rígida ele intencionalmente aguardava o primeiro homem que fosse desferir o golpe, assim foi feito o primeiro soldado deu o que seria um golpe horizontal, que foi bloqueado pelo guerreiro, o segundo tentou atacar as suas costas e com mesmo no movimento gracioso aparou o seu golpe com sua lâmina mantendo os olhares para com o da frente, assim freneticamente um após o outro os soldados atacavam e ele mantinha-se defensivamente vitorioso, foi então que o instrutor aplica um golpe de oportunidade na qual ele não conseguiu se desviar, o atingido ele retomou a sua postura firme, a partir daí passou a aplicar golpes e esperar os golpes dos seus oponentes numa velocidade incrível, realizando o contra-ataque em ambos os soldados.
O instrutor como uma hiena, esperava um momento certo para atacar, enquanto os soldados faziam um escudo humano o protegendo, ainda assim o desafiante tinha técnica, e parecia ser versado em mais uma categoria de esgrima, era visível que possuía uma experiência nos campos de batalha. Foi desta forma que um após o outro, foram caindo como folhas no outono, diante do mestre, o combate que antes era de oito contra um, passou a ser um duelo entre o futuro professor de esgrima e o soldado experiente que treinavam os defensores do rei.
Nesse momento, o próprio rei Albert, que da sacada, observou a situação, ele é vagarosamente descendo para o pátio e como um trovão disse:
— O que está acontecendo? estou vendo que os meus homens parecem não ter sido educados corretamente nem na esgrima e tão pouco nos modos.
Um dos guardas diz que foi um teste criado pelo conselheiro para ver se este homem tem todas as qualidades para treinar a princesa na arte da esgrima.
o monarca com um olhar feroz encarou o seu conselheiro, e o mesmo respondeu, retrucando o homem:
— Bom de fato, meu senhor eu estou querendo confirmar se este homem tem capacidade de treinar a questão é que deixo sobre o seu julgamento se este homem vai de fato treinar a princesa na arte da guerra, afinal ela precisa aprender já que vai liderar este Reino.
O conselheiro Felipe falou para Albert num tom em que foi fácil interpretar, pois, ambos conectados com um laço de anos e anos de convivência, na verdade, tiveram a mesma ideia treinar Leona para que ela ficasse forte, assim bastava colocar ela numa campanha na qual ela não sobrevivesse, assim resolveria de uma vez por todas o problema com as suas maldições. O rei Albert olhou para Radasky e disse:
— Fico feliz guerreiro que tenha tanta habilidade e boa vontade para ajudar a minha filha com a sua educação, para mim, está claro que a esgrima corre por suas veias, se o meu conselheiro acredita que tem escolaridade para criar a minha herdeira então assim será.
Assim o guerreiro Radasky sorriu comemorando, enquanto os soldados saiam do pátio, ambos estavam sendo observados da janela do quarto do rei pela empregada e sua futura discípula, ela virou-se, colocou Leona no berço, foi até a escrivaninha e escreveu uma carta.
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Atualizado até capítulo 37
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