Capítulo 4: Marlon, o Cara de “Negócios”

Para contextualizar, é necessário conhecer um pouco da história do Marlon. Visto que é um perfeito narcisista, deixo com ele as apresentações.

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Fala aí! Meu nome é Marlon, tenho 21 anos. Vou te contar a minha história sem enrolação. Não tô aqui para te convencer de nada, é só para te mostrar quem eu sou.

Trabalho com “negócios”, se é que me entende. Sou traficante, e um dos mais brabos. Mando ver no mercado das drogas, da favela até os bairros chiques. Tenho grana, respeito e mulheres. Tudo o que eu sempre quis!

Mas nem sempre foi assim, tá ligado? Vim de família pobre e bagunçada; comecei do zero mesmo.

Cresci em uma favela, sem pai e com uma mãe que estava sempre nos corres; não sobrava tempo para ficar comigo. A coroa ralava como empregada doméstica a semana toda.

Isso não me deixou na pior, me fortaleceu. Sei me virar sozinho. Era só as ruas e os meus manos; me criei na malandragem, sozinho.

Com meus parceiros era: bola, pipa e até umas frutinhas catadas por aí. Mas também a gente metia o louco, trocava soco com uns doidão, dava no pé da polícia e até usava droga.

Do nada, um chefão do tráfico me pagou para levar uns bagulhos de uma boca para outra. — Já era, cria! Sem balançar, topei. Era grana fácil para um zé-ninguém como eu; foi melzinho na chupeta… Eu tava liso, sacou?

E foi assim que conheci o tráfico. Na época, eu tinha 13 anos.

Entreguei o bagulho na boa, e o trafica curtiu. Aí me chamou para trabalhar com ele, ser tipo um “aviãozinho”. Aceitei na hora, de boa. Era a chance de subir na vida, ter mais respeito, mais moral.

Não demorou muito para eu chamar atenção no tráfico. Eu era rato, pilhado, sempre no corre. Peguei rápido como lidar com as drogas, os clientes, os rivais, os tira.

Eu queria mais, queria chegar no topo. Não me contentava em ser aviãozinho; queria ser gerente, dono, chefe. Fui subindo na hierarquia do tráfico, passando por cima de quem fosse preciso.

Fiz muitos amigos, mas também muitos inimigos. Dinheiro veio junto, mas também encheu minha mão de pepino. Tive altas aventuras, mas também corri uns perrengues.

Com a mulherada eu me dou bem, curto as minas. Mas não boto fé, não confio, não me apego, sacou?

Enfim, sou eu: o Marlon, o traficante e o chefe da tropa. Não tô na bad por nada que fiz, nem tô de tremedeira para o que vem por aí. Vivo forte, sem limites, sem treta.

A lei é da selva: ou mata, ou morre! Fiz o que precisava fazer para ter valor e para sobreviver nesse mundão. Sou filho das ruas e os frutos estão sendo gerados. Infância? Inocência? Não conheci essas paradas.

E você, qual é a tua? Acha que tem moral para entender meu rolê? Duvido que aguente a quebrada, que entenda meus sonhos.

Duvido que você seja alguém interessante, alguém diferente… Du-vi-do que você seja alguém!

Eu sou Marlon, o Cara de “Negócios”, e essa é minha história.

NOTAS SOBRE MARLON

Deu para notar que Marlon está imerso em suas ilusões grandiosas? Observe como ele se gaba, se vangloria, se elogia… Essa atitude é um show de autoafirmação, mostrando que ele se esforça para convencer as pessoas, e a si, sobre sua liderança.

Não tem como passar despercebida sua curiosa “carreira” como traficante de drogas. Uma profissão, no mínimo, incomum, não é mesmo? O sujeito se diverte ao falar sobre o seu “sucesso”, mesmo sabendo que isso pode prejudicar muitas pessoas.

Seu menosprezo pelas opiniões dos outros é questionável. Se esforça para manter a aparência de superioridade, enquanto pede para ser validado.

Os tristes fatos narrados de sua infância talvez movam uma dose de compaixão. Porém, não justificam suas decisões nocivas.

Obviamente, ele prefere manter a fachada, se passando por protagonista. Mas, na verdade, é lamentável como se encontra obcecado por sua imagem e posição, tendo a coragem de fazer qualquer coisa para ficar onde está.

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Marlon apresenta sinais de egocentrismo, comportamento imprudente e completa falta de empatia. A questão que fica é: como essa história vai se desenrolar? Será que Beatriz estará preparada para enfrentar o furacão que é a vida de Marlon?

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