Já estando noite, Theodore traz Benjamim de volta para casa e diz a Eliza estando na sala, que iriam ter alguns dias que prolongaria o horário. Mas afirma que seria o mais pontual possível.
Elisa já vendo o filho, pergunta:
- Como foi lá filho? Deu conta do trabalho?
- Sim mamãe, inclusive ganhei elogio.
Ela o abraça por estar orgulhosa do filho. Não vendo o pai pergunta:
- Cadê o papai?
- Hoje ele sairá mais tarde do trabalho porque ficou de resolver assuntos importantes com alguns deputados.
Benjamim compreende com a cabeça afirmando:
- Mamãe comi bastante no almoço com Theodore, vou apenas para o meu quarto agora. Boa noite.
- Está bem meu amor. Vá dormir, quando Matthew chegar digo a ele que você se saiu muito bem. Mas chegou cansado.
Benjamim quando se aproxima para entrar no quarto vê Sophia na porta.
- E essa cara maninha ?
- Você não vai acreditar na doidera que aconteceu hoje! Vem logo entra.
Sophia já diz o puxando pelo braço, fechando a porta. Benjamim sem entender nada questiona surpreso:
- O que foi? Conta logo.
- Bem... --- Sophia toma um pouco de ar --- O
Sebastian veio aqui hoje te procurar, acontece que ofereci a ele os biscoitos que eu fiz. Quando eu peguei o celular dele prestes a cair comigo junto, ele acabou entrando no meio. Fez com que eu caísse por cima na intenção de não me machucar, mas acontece que...
- Vamos, desenrola!
- Bem, meus lábios se toparam nos dele dando um beijo não esperado.
- Eu sabia que uma hora ou outra isso ocorreria. Você gostou?
- Sim, apesar de ser a minha primeira vez.
- Se você ficar com ele, vai dar um casal muito fofo.
Sophia se desconcentra de Sebastian e focaliza no irmão dando um olhar bem tentador que ele já conhecia.
- E você com Theodore como anda?
- Bom, hoje ele me elogiou quando eu preparei o café que pediu para mim fazer e almoçamos fora.
- Nossa! Você gosta tanto dele que até conseguiu fazer café?
- Bem, não esperava por essa. Mas aconteceu.
- Vou te dar um dica, finge que tropeça em algo e cai por cima dele pondo sua boca na dele. Depois da alguma desculpa esfarrapada.
- Tá doida ? Mal tenho coragem de pegar na mão dele.
Benjamim se levanta da cama por ficar surpreso. Sophia apenas o ver com olhar desafiador. Porém ele conclui que não irá tentar fazer uma coisa dessas. Antes que esqueça diz:
- Ele irá viajar amanhã para Boston visitar os pais.
- Há que bom. Depois desejo uma boa viagem a ele.
Sophia apenas o deixa no próprio quarto e vai para o seu, não queria tentar forçar ninguém a fazer nada.
Benjamim pega a toalha no gancho de pendurar assessórios e tira toda a roupa indo ao banheiro que tinha no próprio quarto.
Entra debaixo do chuveiro na água morna, não gostava nem um pouco do frio. Fica pensando em realizar algumas atividades depois do trabalho se sobrar tempo, ou nos domingos.
Escova os dentes e então acaba pensando no rosto de Theodore e no que Sophia disse. “ Como é a sensação de se beijar uma pessoa que gosta? Sendo ao menos um encontro dos lábios?” Pensa.
Benjamim até os dezessete anos nunca havia beijado nem sequer uma mulher. Apesar de ser bem extrovertido nunca tomava iniciativa, e muitas das vezes acabava fugindo por medo. Nunca havia encontrado ninguém que roubasse sua atenção como Theodore.
Como não sabia da vida pessoal dele, tem medo de se abrir com ele. Acha muito difícil conversar com alguém que nem ao menos conhece direito. Só havia uma solução, perguntar a Eliza só por saber mesmo sem demonstrar interesse, para ela não achar estranho.
Uma das coisas que Sophia não sabia sobre Benjamim, é que ele tinha trauma. Medo de ser rejeitado, por isso nunca deu espaço para ninguém nos relacionamentos. Principalmente por ser rico e as pessoas aproveitarem dele por ter bastante dinheiro.
Mas Benjamim sentia que Theodore poderia ser diferente dos demais, que valeria a pena se arriscar por ele, apesar de ser quase impossível por envolver os pais no meio se descobrirem. Nem tanto pela questão do namoro, mas sim pela descoberta gay que Matthew e Eliza detestavam.
Da vez que Benjamim quando mais novo, entrou nesses assuntos com os pais principalmente de duas pessoas do mesmo sexo, eles piraram. Obrigaram Benjamim a nunca cortar para essas bandas, pois era inapropriado.
Admitiram que pessoas assim são asquerosas, nojentas e que não mereciam viver. Inclusive propôs uma ameaça, que se Benjamim fosse se relacionar com alguém do mesmo sexo, a coisa ficaria bem feia.
Porém assim que Benjamim foi crescendo, descobriu que gosta de homens. Mas pelo que os pais falaram sobre isso, teve total pânico de demonstrar ou contar a alguém. Mesmo assim também nunca teve a ideia de tentar com garotas, não sentia vontade.
Podia ter a mulher mais gostosa e bonita do mundo, em Benjamim não fazia efeito. Ele fazia questão de dar a outra pessoa.
Afasta qualquer pensamento no momento e acaba dormindo.
Em casa Theodore pensa “ Há algo de errado naquele garoto que eu não estou sabendo familiarizar o que possa ser. O café que estou tomando que eu fiz, não tem o mesmo gosto do que ele fez. Mas tem algo nele que não pareça ser uma simples coisa, vou ficar apenas observando os movimentos que ele irá fazer.” Theodore também é um dos que até os vinte e sete anos nunca havia namorado.
Mantinha-se bastante ocupado com o trabalho que nem pensava qual era o sentimento que as pessoas sentiam em namorar. A sensação de estar com alguém.
Depois que ficou órfão dos pais aos treze anos, por razão da mãe não aceita-lo e do pai morrer em um acidente de carro ficou sob os cuidados da tia. Cuidou muito bem dele, mas não teve aqueles gestos de afeto com ele. Abraçar, beijar na bochecha e fazer carinho.
Assim que completou os dezoito anos, fez faculdade de direito e seguiu a carreira de advogado. Se tornando um dos mais conhecidos por sua inteligência.
Se passaram duas semanas que Benjamim trabalha para Theodore que sempre ficava observando cada movimento dele. Mas não conseguiu descobrir nada, então confirmou que era apenas alguma suposição de sua cabeça.
Theodore antes de levar Benjamim a tarde para sua casa diz a Eliza que pegou um dia de folga:
- Eliza acontece que apareceu várias pessoas de última hora e Benjamim será liberado bem tarde.
- Entendo. Mas para evitar de você dirigir no meio da noite ele pode dormir na sua casa?
Benjamim que estava comendo um biscoito engasga e pergunta:
- Como mãe?
Theodore tornou pegar na suspeita novamente pela reação que ele fez, então talvez estava começando a entender o que poderia ser. Não estava enojado e nem zangado, mas nem pensava nessa possibilidade. Entra no meio e conclui:
- Sim, ele pode dormir em casa.
- Eu sabia que poderia contar com você. Cuide bem do meu bebê.
- Está bem. Até amanhã então.
Benjamim fica sem chão, olha para os dois ao mesmo tempo e sai andando quando Theodore o chama.
Estando na casa, ele já fala para Benjamim preparar o café e aguarda na sentado na mesa da sala. Seu pensamento é “ Bom, vou ver que cara ou desculpa ele fará quando eu disser que descobri sua sexualidade. Mas para isso terei que pisar um pouco a frente. Mas porque sinto-me um pouco estranho? "
Na cozinha Benjamim anda de um lado para o outro, fica totalmente nervoso em dormir na casa da pessoa por quem acabou tendo afeição. Pensa “ Por que logo minha mãe deduziu isso? Acho que é porque ela pensa que sou hétero, então seria super normal eu dormir na casa de outro homem, ainda mais sendo amigo da família.”
De tão nervoso, Benjamim não levou sequer uma peça de roupa. Afasta os pensamentos por hora e se concentra apenas no café. Por estar agitado, coloca açúcar ao ponto de ficar doce sem perceber. Põe na xícara e leva para Theodore.
Theodore já fica no aguardo quando vê Benjamim trazendo a xícara de café na mão. Encosta perto da mesa colocando o café próximo de Theodore que diz dando impressão de chateado:
- Você está com medo de mim?
- Não porque?
- Mão encostou perto para por a xícara próxima a mim.
Benjamim cora mais responde:
- Não é isso, apenas não quero incomoda-lo.
Quando Benjamim da a volta na intenção de voltar a cozinha Theodore diz com certeza:
- Eu acabei descobrindo que você é gay.
Benjamim acaba parando no caminho virando uma estátua sem conseguir olhar para trás. Fica perplexo ao saber que a pessoa por quem admira acaba descobrindo seu segredo. Tenta desfaçar:
- Eu acho que você se enganou. Vou para a cozinha arrumar os pratos.
Theodore levanta e inesperadamente o abraça pelas costas:
- Não minta para mim. Tudo bem se você for gay ou qualquer outra coisa, não me importo.
Benjamim sente um leve conforto na forma como essa palavras foram ditas, e está gostando a forma que Theodore está o abraçando. Ele se vira ficando rosto a rosto com Theodore:
- Isso é um sonho? Se for não quero acordar.
- Não, não é. Sou real e está de tarde.
Ele encosta a cabeça no peito de Theodore em que o coração batia em vezes continuadas. Benjamim fala:
- Eu queria te conhecer melhor.
- Podemos nos conhecer da forma que você preferir.
Benjamim pega na mão de Theodore indo em direção ao sofá. Os dois se sentam juntinhos um do lado do outro.
Benjamim pergunta:
- O seu cabelo é branco de nascença?
- Sim --- Theodore rir --- tenho apenas vinte e sete anos.
- Seus pais moram aonde? Acho que nunca os vi.
- Você tem razão. Fiquei órfão aos treze anos, minha mãe me abandonou e o meu pai morreu em um acidente. Passei a morar com minha tia que cuidou muito bem de mim.
Benjamim faz cara de estar chateado consigo mesmo por entrar em um assunto delicado:
- Eu sinto muito por entrar em um assunto que possa te fazer relembrar o passado.
- Não tem problema. Ao menos você acaba de me conhecer um pouco e entende porque sou desse jeito.
- Assim como? Benjamim fica surpreso.
- Com cara de ser muito sério.
- Quer que eu te faça sorrir?
- Como?
Benjamim tira o óculos de Theodore e começa a passar as mãos com os dedos na barriga e cintura dele em forma de cosquinha. Ele não aguenta e acaba rindo, tenta fazer Benjamim parar mas não consegue.
Até que os dois caem no chão um encima do outro. Theodore por baixo e Benjamim por cima, ficam olhando um nos olhos do outro por vários segundos. Theodore pensa “ Só agora estou percebendo o tanto que ele é fofo e bonito, sem contar que é um pouco leve. Já faz tantos anos que ninguém chega tão perto de mim como ele acaba de fazer.”
Benjamim olhando o rosto todinho de Theodore pensa “ Assim de perto, ele é muito mais bonito e seu rosto está indicando que está pensando também nesse momento. Parece que o plano de Sophia saiu como esperado ou melhor. Mas o beijo... Acho difícil agora.” Theodore corta os pensamentos de Benjamim quando puxa ele o abraçando daquele jeito e passando a mão na cabeça dele atrás.
Benjamim pode conseguir sentir a reação de Theodore naquele momento então pensa “ Esse tal “ beijo “ pode esperar, só quero ficar assim com ele. Nada me importa mais. Acho que estou começando a amar esse homem. Só não quero me arrepender de pela primeira vez eu abrir o meu coração.”
Se apartam desse momento quando já estava anoitecendo. Benjamim fica igual gato rocerando a cabeça no peito de Theodore em forma manhosa.
Ele se assustar por já estar de noite, esqueceu totalmente o restante do trabalho.
- Ei Benjamim se levanta já é noite.
- Me desculpa --- Levanta assustado --- Nem vi as horas passando. Agora tenho certeza que é verdade. Estou com vergonha, vou ao banheiro.
- Espere. Não fique com vergonha, não é para tanto!
Assim que olha para Theodore dando um sorriso fica mais calmo e pergunta:
- E o jantar?
- Vamos comer fora.
- Como?
- Vou apenas guardar esses papéis aqui e vou pegar a chave do carro no meu escritório.
Benjamim sente uma leve felicidade. Nunca jantou fora com ninguém, seria a primeira vez.
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Atualizado até capítulo 52
Comments
Clesiane Paulino
maravilhoso... amando cada capítulo 😍
2025-02-17
0
Myllena Freire
apaixonada pela história /Smile/
2024-01-26
1
Deva Fatima
muita boa espero que termine a história 🥰👏
2024-01-13
2