Catherine foi até a prisão, pontualmente, se apresentou para o segurança da prisão, ele puxou um rápido relatório, um policial buscou Sandro na cela, o levou para o vestuário e o guiou até a saída. Sandro ao sair, sentiu um alivio, sentiu a nostalgia da primeira vez que foi solto, Catherine também havia ido te buscar daquela vez, impulsivo se aproximou e tentou a beijar. Ela se afastou e perguntou:
— Enlouqueceu?
— Na última vez você tinha me recebido com um beijo.
— Na última vez eu ainda era meio que sua namorada, agora entra no carro e seja um bom amigo — ela disse indo para o lado do motorista.
— É um belo carro, é por isso que está com ele? — Sandro a provocou entrando no carro.
— Meu pai é rico, não preciso ficar com ninguém por interesse — ela rebateu dando a partida.
— Desculpa, eu estou sendo idiota.
— Está mesmo — ela riu.
— Obrigado Cat.
— Está tudo bem, mas você me deve explicações — pediu com um leve sorriso.
— Eu fiz merda, a maior merda da minha vida.
— Está falando como se nunca tivesse roubado um carro antes...
— Cat, eu posso confiar que jamais vai contar para alguém, certo?
— Estou ficando preocupada, desembucha!
— Eu me meti com Renan.
— O Rei da máfia? — perguntou Catherine indignada, Renan já foi namorado da mãe de Sandro quando eram adolescentes, conhecia bem a fama dele e diversas histórias.
— Isso... Ele me usou, fui enganado pelo diabo, ele me levou por uma quantia alta de dinheiro, queria que eu fizesse uma corrida....
— Não foi só uma corrida, foi? — perguntou Catherine sentindo seu coração disparar.
— Era uma fuga, ele assassinou um ricão que devia para ele, não só o homem, mas os trabalhadores da casa, precisava de alguém que o tirasse de lá antes da polícia chegar — Sandro finalmente confessou seu pecado deitando a cabeça no banco e confessou — Cat, não deve contar isso para ninguém.
— Sandro, sua mãe milhares de vezes te avisou quem era esse homem, por que depois de ter se aposentado caiu nessa armadilha? Não é de hoje que ele tenta se aproximar de você.
— Era um bom dinheiro e um bom carro, fui inocente, me perdoe.
— Estou com medo que corra perigo.
— Isso não, eu fui preso pelo roubo do carro, não disse uma palavra sobre Renan, ele deve me deixar em paz.
— Espero que esteja certo.
— Cat, eu só estou te contando para tirar isso do peito, se alguém perguntar, o que fiz foi só um roubo.
— Claro...
— Cat, eu nunca te esqueci — ele disse a olhando dirigir e toda admiração invadia seu peito.
— Não pode falar isso, eu estou aqui como sua amiga!
— Eu não consigo mentir ou esconder coisas de você, por mais que faça anos.
— Nós vamos comer algo decente, sei que a comida cadeia é péssima e lá vou te contar uma coisa.
— Por que não me conta agora?
— Porque nós vamos escutar nossas músicas preferidas — ela disse ligando o rádio.
Sandro ficou um pouco preocupado com o que ela quis dizer, mas não demorou para escutar rock pesado com ela e relaxar. Catherine o levou para a hamburgueria e sorveteria que tinham ido na última vez que o buscou na cadeia, assim que desceu do carro recebeu uma mensagem de Natanael:
— Por que parou?
— Eu só quero fazer um lanchinho, e já o levo para a oficina.
— Seja rápida, por favor, amor.
— Não se preocupe.
Sandro notou que ela mexeu no celular um pouco tensa e perguntou:
— Está tudo bem?
— Claro, vamos entrar.
Os dois entraram na lanchonete, sentaram em uma mesa de dois próximos a janela, a garçonete se prontificou em atendê-los e perguntou:
— Sabem o que pedir?
— Um x-salada e suco de laranja com amora.
— Só temos suco de laranja.
— Pode ser.
— Eu quero o hamburguer especial e refrigerante — escolheu Sandro com um leve sorriso, e assim que a garçonete saiu perguntou rindo — Laranja com amora?
— Depois que experimentei essa mistura nunca mais consegui parar de pedir.
— Estranho, mas falando em coisas estranhas, que mistério tem para me contar?
— Quero que leve a sério que somos amigos, e que estou bem namorando Natanael.
— Isso você meio que já disse durante o trajeto todo — ele disse dando de ombros.
— Eu vou cuidar de uma criança.
— Eu não estou te entendo, está falando da filha da Roberta? — perguntou Sandro inclinando para frente e apoiou os braços sobre as mesas.
— Não, eu vou ter um bebê.
— Está grávida?
— Isso!
— Uau – ele disse surpreso e se calou assim que viu a garçonete chegando com os pedidos.
— Obrigada — Catherine agradeceu pelos pedidos.
Assim que a garçonete se retirou, Sandro disse sério:
— Eu não ligo que essa criança não seja minha, ainda quero estar com você, até mesmo posso o registrar como meu.
— Acho que você está maluco Sam, isso não vai acontecer.
— Você é quem sabe, aliás parabéns, seu bebê terá a melhor mãe do mundo — Sandro parabenizou com um sorriso sincero.
— Obrigada Sam, e agora me promete que vai fugir de qualquer encrenca, quero que essa criança te conheça, que vocês sejam amigos.
— Eu prometo, e vou ensinar tudo sobre carro.
— Claro que vai.
Os dois conversaram naturalmente, comeram e deram boas risadas, depois de quase uma hora voltaram para o carro, e Catherine mandou mensagem para Natanael que estava indo para a oficina, mas ele não pode ver naquele exato momento, por estar na reunião com seu pai.
Próximo a oficina, Catherine olhando para os retrovisores perguntou:
— Sam, nós estamos sendo seguidos?
Sandro sentiu um frio na espinha, olhou para trás, notou que havia dois carros e cinco motos os seguindo, Catherine notou que quando uma moto os ultrapassou, a pessoa que estava atrás mirava uma arma para eles, atenta mandou:
— Se segura!
Catherine jogou o carro na contramão, escapou dos primeiros disparos, ela entrou no encostamento em alta velocidade, os carros ficaram para trás, mas haviam motoqueiros também os seguindo e desses eles não despistaram, Sandro preocupado gritou:
— Cat você está sem cinto!
— Sandro qual caminho eu pego?
— Vira a próxima à direita são curva perigosas, e a última rua vai ser estreita, vamos sair atrás da oficina.
Catherine tinha participado de rachadinhas com Sandro, acima da velocidade permitida, ela conseguiu fazer a primeira curva, e mandou:
— Abra a sua porta!
Uma moto que estava perto capotou, foi pego desprevenido, o motoqueiro que vinha em seguida não conseguiu fazer as curvas e caiu, mas três motoqueiros seguiam persistentes apontando suas armas.
Natanael quando encerrou a reunião, pode olhar o celular, o veículo de Catherine emitia dois alertas, um de alta velocidade e outro de tiro do vidro traseiro. Preocupado ele tentou ligar, mas Catherine não pode atender, e na cintura o celular vibrava bastante.
Ao sair na rua estreita, Catherine não teve tempo de frear, o carro chocou contra os dois carros que tinham dado a volta os perseguindo, Sandro colocou seu braço a frente do peito de Catherine, sabia que o carro iria capotar, e assim foi, a cabeça dela bateu no volante e perdeu a consciência. A equipe de Vicente estava a postos, assim que as sirenes foram ligadas, as pessoas que tinham a ordem de executarem Sandro que não estavam feridas, fugiram.
Sandro notou o corpo de Catherine estava escorregando para o teto do carro capotado, apressado tirou os cintos e se assustou com a explosão que aconteceu do seu lado, era a sua oficina que estava incendiando, estava perto do carro, por isso se apressou para sair, seu olhar cruzou com o de Odete que mandou:
— Se afasta do carro!
— Preciso tirar ela do carro! — ele gritou apavorado indo para o lado do motorista.
— Eu tiro — avisou Vicente abrindo a porta do motorista, no início da carreira havia sido socorrista, sabia como a tirar com cuidado.
A ambulância estava logo atrás, quando Vicente notou a perseguição havia chamado a emergência, Catherine foi a primeira entrar na ambulância, zonzo Sandro perguntou olhando para a ambulância sair:
— Ela estava respirando?
— Sua namorada vai viver — respondeu Vicente apontando para o braço que estava quebrado — Acho que a salvou.
— Precisa entrar na ambulância — disse Nilton que o acompanharia.
— Ai... — resmungou Sandro notando que o seu braço estava quebrado.
Nilton no caminho começou a interrogação:
— Se lembra em qual rua começou a perseguição?
— Assim que entramos no bairro, foi na praça perto do posto de saúde, eu estou indo para o mesmo hospital que ela?
— Quem ela era?
— Catherine.
— Sua namorada foi te buscar?
— Ela não é a minha namorada, é a minha amiga, estou indo para o mesmo hospital? — ele perguntou preocupado ansioso para se certificar se ela estava bem.
— Está, quantos eram te perseguindo?
— Dois carros e cinco motos.
— Você viu algo na oficina?
— Só o fogo, mais nada.
Catherine no hospital, não demorou para acordar, percebeu que estava recebendo ponto na testa e perguntou:
— Onde estou?
— No hospital.
— E Sandro? — perguntou Catherine sentindo vontade de vomitar.
— Ele acabou de chegar.
— Vivo?
— Sim, senhora — respondeu o médico checando suas pupilas.
— E o meu bebê?
— A senhora está grávida?
— Estou.
— Vamos checar — avisou o médico notando que ela ficar muito preocupada.
— Eu preciso que falem com meu namorado.
— Já disse que ele está bem.
— Não Sandro, meu namorado é Natanael.
— Ah, a enfermeira anota o número — pediu o médico olhando para a enfermeira.
Catherine falou o número, o médico ligou para ele, assim que terminou de encaminhar Catherine para a sala de exames:
— Senhor, Natanael?
— Quem fala?
— Eu sou Doutor Eduardo do Hospital Central, sua namorada Catherine pediu para te ligar.
— O que aconteceu com ela?
— Um acidente, mas está bem.
— Eu logo chego aí.
Natanael, assim que saiu da sala de reunião da empresa do seu pai, se deparou com Roberta e André que tinham ido visitar, desconfortável mandou:
— Venham comigo!
— Um “oi” primeiro seria ótimo — disse Roberta sendo sarcástica.
— Catherine está no hospital.
— O que aconteceu?
— Pelo estado do carro uma perseguição — respondeu Natanael que tinha acesso a todo carro que estava capotado próximo a oficina.
Os três correram para o estacionamento e foram para o hospital, Natanael preencheu a ficha correndo, foi para o quarto de Catherine, ele a viu, deitada na maca que estava inclinada, sua testa tinha um curativo, ela ficou envergonhada em vê-lo e disse:
— Oi Natan...
— Cat... Você está bem?
— Nós estamos — ela confirmou tocando em sua barriga.
— Ah meu Deus, você está grávida? — perguntou Roberta que tinha chegado assim que ela havia respondido.
— Estou.
— Puxa... Parabéns — disse André olhando para Catherine ser abraçada com cuidado por sua esposa.
— Natan, pode ir buscar água? — perguntou Catherine que estava com sede desde a hora que chegou.
Natanael não pensou duas vezes, e foi buscar a água, Sandro havia acabado de receber alta para ir para a delegacia acompanhado por Nilton, com o braço engessado, foi até o quarto de Catherine e perguntou:
— Tá tudo bem?
— Sim.
— E o bebê? — perguntou Sandro tocando na mão de Catherine.
— Também.
— O que você faz aqui? — perguntou Natanael alterado entregando a água para André.
— Eu só vim ver Cat.
Natanael deu um soco em seu rosto e gritou:
— Fica longe dela!
— Ei, ei, ei! — gritou o policial segurando o braço de Natanael.
— Está tudo bem — disse Sandro tocando em seu queixo — Tchau Cat — ele se despediu seguindo Nilton.
Catherine ficou totalmente calada, encarou Natanael, até Roberta tentar acalmar os nervos de todos:
— Querido, dê água para Cat.
— Claro — disse André que estava com os olhos esbugalhado encarando os dois.
Ela aceitou a água, bebeu e respirou fundo, Natanael tentando controlar a raiva disse:
— Eu sabia que era uma péssima ideia ter deixado você sozinha com aquele idiota.
— Você está agindo como um idiota!
— Catherine, eu só quero que fique segura, ainda mais agora.
— Eu estou segura Natan...
Ele se aproximou, acariciou seu rosto, a beijou e confessou:
— Eu amo você.
— Eu sei, eu também te amo.
— Se casa comigo? — ele pediu abrindo uma caixa pequena vermelha, revelando o belo anel de noivado.
Catherine bateu em sua mão, o anel escapou dos seus dedos e caiu no chão. André, tocou na cintura de Roberta para se retirarem da sala, e Natanael perguntou inseguro:
— Por que não?
— Não é o momento, estou no hospital!
— Eu queria que fosse no jantar.
— Só vamos para casa Natanael, depois conversamos sobre isso.
— Roberta nos convidou para jantar e dormir na casa deles, assim vemos Talitha.
— Pode ser, e me desculpa pelo carro — ela pediu o vendo pegar a aliança do chão.
— Ele não me importa — disse Natanael guardando o anel de volta na caixa e depois em seu bolso interno.
O médico logo entrou de volta na sala, e deu as instruções:
— Está de alta, deve manter repouso, se alimentar bem e caso tenha dores de cabeça precisa tomar só um comprimido, se tiver desmaios ou tonturas recorrentes, precisa voltar para o hospital.
— Eu me sinto ótima para sair daqui.
— Evitem fortes emoções — mandou o médico entregando a papelada para Natanael.
A enfermeira tirou os acessos de Catherine, a ajudou descer, Natanael levemente pousou sua mão em sua cintura, Roberta e André ficaram de pé assim que os viram sair do quarto, e a ruiva perguntou:
— Vocês ainda vão ver Talitha?
— Sim — respondeu Catherine com um leve sorriso.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 124
Comments
Tablet Sogra
Que explosão de adrenalina.
2023-11-25
1
Thayza Santana
ainda bem que ela não perdeu o bebê
2023-05-26
2