Tentação

Já era quase meio-dia e Marina ainda não tinha se levantado. Ela não trancava a porta por questão de segurança, e Enrico foi checar se estava tudo bem duas vezes. Ele estava com fome, mas não sabia nem fritar um ovo. Resolveu descer e ir até à padaria que tinha na esquina do prédio. Quando voltou, notou um envelope no capacho da porta. Não tinha nada escrito. Abriu, era uma ameaça para Marina parar de postar no seu “blog”. Ele escondeu o envelope, e decidiu que não contaria a ela, mas ficou preocupado. Não tinha se ausentado nem cinco minutos. Definitivamente ela desagradou alguém, ele não a deixaria sozinha nem por um segundo.

Marina acordou numa preguiça enorme. Comeram sanduíches e saíram.

De repente estava eufórica para ir fazer compras, apesar das olheiras. Era nítido que não dormiu bem. Mas ela amava fazer compras. No caminho, ela ligou para alguém e disse:

— Estou a caminho. Preciso que separe roupas masculinas de todos os estilos para um homem de 1,90 m, aproximadamente 100 quilos.

Que olhar clínico ela tinha!

De repente Enrico a ouviu gargalhar e com o seu olhar curioso, ela leu a matéria em voz alta.

"Alguém parece ter perfurado o escudo de Marina Peirgot, a nossa musa gastronômica foi vista com o seu namorado Enrico, ainda não se sabe muito sobre ele, mas com certeza ela tem bom gosto, o par está a altura da nossa querida estrela".

Enrico riu.

— Então estou namorando é? Realmente é uma notícia bombástica, muitas mulheres devem estar a chorar agora.

— É mesmo senhor garanhão? A concorrência vai ser mais difícil agora, dei um “upgrade” pra a sua carreira de pegador. Precisamos resolver algumas questões antes de posar de namorado.

Pararam numa rua estreita, onde mal se enxergava o nome da galeria. Enrico ficou muito surpreso quando entrou no local, e viu que a fachada simples não combinava nada com o seu interior. A loja era muito elegante. Um homem chamado Gael, os aguardava. Gael era dono da galeria, vestia-se de modo afeminado, era “gay” assumido e espalhafatoso. Não havia mais nenhum cliente. Gael foi logo puxando Enrico pelas mãos, mostrando um provador. A cada troca de roupa, Gael reagia com pulinhos, batendo palmas, o que deixava Enrico encabulado e arrancado risos de Marina. Saíram de lá com mais de vinte sacolas.

— Isso é mesmo necessário?

— Claro Enri, agora você está preparado para me acompanhar em qualquer ocasião... não reclama vai!

Quando ele julgou que finalmente acabaram, percebe Marina dando mais um telefonema. Ela agendou hora no salão.

— Está de sacanagem?

— Querido, se já falam horrores da minha pessoa sem eu dar motivo, imagina se eu der brecha! Desculpa, agora é uma pessoa pública! Barba, cabelo, bigode e unhas, já!

A agenda de Marina estava livre. De bom grado, resolveram ir para casa, mas antes ela quis passar no mercado, iria mostrar-lhe seus dotes culinários. Feliz por ela não inventar mais nada relacionado a sua aparência, melhorou o seu humor na hora. Odiava ir às compras!

Quando chegaram, ela foi direto para a cozinha, colocou uma música, abriu uma garrafa de vinho, fez um rabo de cavalo, pegou seu avental e começou-se mágica. Enrico ficou sentado no balcão que dividia a sala da cozinha observando encantado com a desenvoltura dela, e como era sexy!

Marina serviu para ele salmão grelhado ao molho de maracujá, estava simplesmente divino, digno de um restaurante cinco estrelas!

Quando acabaram de comer, ele se adiantou e retirou a mesa, lavando a louça.

— Preciso pagar a conta madame! Aproveita pra relaxar um pouco, vai escolhendo um filme!

Ela obedeceu sem hesitar. Procurou algo para assistir por uma hora, não podia ser romance, não queria nada violento ou assustador, até que optou por uma comédia. Enri era uma ótima companhia, ele não era exigente e acabavam as escolhas dela de bom grado. Riam bastante, como dois amigos inocentes assistindo um filme.

De repente, entrou uma cena bem picante, pegando os dois de surpresa, que tentaram manter a naturalidade. Mas a cena foi ficando mais quente e intensa do que podiam suportar.

Marina que já não conseguia parar quieta. Enrico pigarreou e disse que precisa ir ao banheiro, mas quando ia levantar, sentiu a mão de Marina puxar a sua camisa, fazendo-o ficar bem próximo dela. Encarou-a por alguns instantes, para ter certeza de que ela queria, e passando a mão na sua nuca, a beijou.

Marina se perdeu no beijo de Enrico. Sentiu o seu corpo inteiro arrepiar. Os dois estavam ofegantes, e Enrico avançava os beijos no seu pescoço e orelha, fazendo-a revirar os olhos! Parecia que ele já conhecia o seu corpo, aonde tocar, como tocar. Estava perdendo o controle, e de repente o afastou, como se despertasse de um transe.

— Desculpa Enri, me deixei levar pelo momento, não sei... eu não queria... eu não posso...

— Não pode porquê?

— Porque não vai ser bom para nossa relação profissional, e... não quero que nada atrapalhe, você é perfeito para o...

Ele calou-a com um beijo mais intenso e urgente, sem dar chance para que ela o rejeitasse. Ouviu o que precisava, ela o queria, só estava com medo!

— Não se preocupe, eu sei separar as coisas. Mas acho melhor irmos para a cama, antes que eu perca o autocontrole.

Marina concordou com a cabeça, e cada um foi para seu quarto.

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Comments

🌼🌼🌼

🌼🌼🌼

uiii como assim
quem consegue dormir com lateijo lá Mule se entrega kkkk
amando tudo

2023-05-02

3

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