Foi preciso uma semana para Helena pegar o jeito de toda a parte administrativa, e com a faculdade ela tinha certeza que conseguiria melhorar muita coisa e trazer resultados ainda melhores para a cafeteria.
A rotina dela e de Bia já estava entrando no eixo. Elas se mudaram para um locais mais próximo do trabalho de Helena e Bia ficou bem empolgada em fazer novos amigos na nova escolinha.
Beatriz: Mamãe, eu estou muito animada para ir na escola nova amanhã!
Helena: Que legal, filha! Por que você está tão animada?
Beatriz: Porque a tia Ana disse que vou aprender muitas coisas novas, brincar com novos amiguinhos e fazer muitas atividades legais!
Helena: Que bacana, filha! Fico feliz que esteja empolgada. Você já conheceu a professora?
Beatriz: Não, mamãe. Mas acho que ela deve ser legal.
Helena: Tenho certeza que ela é muito legal, filha. E você vai fazer muitos amigos novos também.
Beatriz: Eu espero, mamãe! Vou tentar ser amiga de todo mundo.
Helena: Isso mesmo, filha. Ser amiga de todo mundo é muito importante. E você já escolheu a sua roupa para a escola amanhã?
Beatriz: Sim, mamãe! Eu quero usar o meu vestido novo rosa que você me deu. Eu acho que a professora vai gostar.
Helena: Tenho certeza que você vai ficar linda com o seu vestido rosa, filha. E agora é hora de dormir, para acordar bem cedo amanhã para a escola.
Beatriz: Tudo bem, mamãe. Boa noite!
Helena: Boa noite, filha. Durma bem e sonhe com a sua nova escola!
Helena Apaga luz e encosta a porta do quarto de Beatriz e vai para a sala arrumar algumas coisas. A casa nova é um pouco maior que a que elas moravam, mas o aluguel é um pouco mais caro por ser perto do centro. Ainda assim foi a única opção viável para ela conseguir trabalhar e deixa Bia na escola sem tomar tanto tempo do seu dia já que entrar em um carro estava fora de cogitação.
Desde o acidente ela nunca mais conseguiu entrar em um veículo sequer com medo de morrer e deixar Bia sozinha nesse mundo. É verdade que a nova casa ficava longe da faculdade, mas tinha linha direta pelo metrô que ela pegaria até lá.
Ela não contou à Bia, mas ela também estava bastante empolgada pelo início das aulas. Helena não podia acreditar que no meio de tanta dor ainda pudesse ficar feliz assim.
Arrumou as compras que tinha feito então e se preparou para dormir, com a certeza de que amanhã tudo em sua vida estaria quase perfeito.
...-No dia seguinte-...
Mas ela não conseguiu dormir. A ansiedade e a expectativa a deixaram com os olhos abertos a noite toda. E se ela fizesse papel de boba na sala de aula? E se ninguém quisesse fazer grupo com ela por ser mais velha e mãe solteira? E se ela fosse burra a ponto de passar vergonha?…
Pensamentos como esse a fizeram se revirar na cama a noite toda e quando ela decidiu levantar estava com olheiras imensas.
Helena: [Falando consigo mesma no espelho] Pelo menos eu terei tempo de consertar essa cara de derrotada.
E colocou as mãos à obra. Tomou um banho, preparou o café da manhã e a lancheira de Beatriz. Se maquiou e ajeitou os cabelos, só iria se vestir depois de arrumar a filha para não correr o risco de se sujar com nenhum cereal voador.
Helena: [Entrando no quarto da filha e acendendo a luz] Bom dia, minha princesa! Hoje é o seu primeiro dia de escola.
Beatriz: [Sonolenta] Bom dia, mamãe. Já? Eu não quero ir para a escola.
Helena sabia que isso ia acontecer.
Helena: [Sentando-se na cama ao lado da filha] Eu sei que você está um pouco nervosa, mas a escola é um lugar muito legal. Você vai conhecer novos amigos e aprender muitas coisas novas.
Beatriz: [Sentando-se na cama] Mas e se eu não gostar dos meus amigos?
Tem certeza que não é minha filha biológica? Pensou Helena.
Helena: [Sorrindo] Não se preocupe, meu amor. Tenho certeza que você vai adorar todos eles. E se por acaso não gostar, a mamãe sempre estará aqui para você.
Beatriz: [Suspirando] Tudo bem, mamãe. Eu vou para a escola.
Helena: [Abraçando a filha] É isso aí, minha corajosa! Agora vamos tomar café da manhã e se arrumar.
Beatriz: [Sorrindo] Ok, mamãe.
Helena: [Pegando a mão da filha e caminhando até a cozinha] Eu preparei pão de queijo para gente comer.
Beatriz: [Sorrindo] Eu adoro pão de queijo.
Helena: [Colocando um babador em Bia] E eu adoro você, minha princesa.
Beatriz: [Abraçando a mãe] Eu também te amo, mamãe.
Helena: [Retribuindo o abraço] Agora coma rápido para podermos nos arrumar.
Beatriz: [Comendo apressadamente] Eu estou com fome, mamãe.
Helena: [Sorrindo] Eu sei, meu amor. Mas logo você estará na escola e poderá almoçar com seus novos amigos.
Beatriz: [Terminando o café da manhã e pegando a mão da mãe] Vamos, mamãe. Quero conhecer a minha escola nova.
Helena: [Caminhando até o quarto da filha] Claro, minha corajosa! Vamos escolher a sua roupa para o primeiro dia de aula.
Beatriz: [Rodopiando] Tô linda mamãe.
Helena: [Rindo] Tá sim filha.
Beatriz: [Puxando Helena pela mão] Agora é a vez da mamãe, vamos se arrumar.
Helena ri achando graça que Beatriz queira fazer ela de boneca que nem ela faz com a filha, e se deixa ser levada até seu quarto.
Chegando lá as duas começam a escolher e descartar roupas e chegam juntas a um consenso, já que Helena se recusou a usar as orelhas de coelhinho que Bia queria tanto que ela usasse garantindo sucesso na certa.
Beatriz: [Batendo palmas] Ta linda mamãe!
Helena: Obrigada filha. Vamos lá então?
Beatriz: Oba! Vamos sim!
Levaram 5 minutos para chegar na creche e de lá Helena levou mais 10 para a cafeteria.
Juliana: [Debochada] Que é isso chefinha ainda vindo à pé? Parece que a promoção não foi tão vantajosa assim.
Carla: [Defendendo a amiga] Destilando veneno tão cedo Ju? Fique sabendo que quando se mora tão no centro quanto a Lena está morando, não precisa ficar se preocupando com vaga de carro a toa.
Helena: [Ignorando os comentários] Certo gente. Vamos cuidar que o dia ainda mal começou e temos muito trabalho a fazer.
Helena escutou juliana resmungar algo mas achou melhor deixar para lá, não valia a pena. Elas nunca se deram bem, não seria agora que se tornariam amigas, ela só espera que a outra não lhe cause problemas.
A manhã transcorre normalmente até que no início do turno do almoço, quando Helena estava conferindo tudo, uma funcionária começa a gritar e correr desesperada pelo salão.
Funcionária: [Desesperada] Socorro! Meu avental está pegando fogo!
Todos, clientes e funcionários, olham assustados, mas ninguém além de Helena consegue agir, gritando para o funcionário mais próximo enquanto se aproxima da funcionária para pará-la e não piorar a situação.
Helena: [Firme] traga o extintor, agora!
Ela alcança a funcionária e segura seus braços para que não corra. Enquanto isso os outros funcionários se juntam para ajudar Helena e quando o extintor chega conseguem apagar as chamas e em poucos segundos e o fogo é extinto.
Todos no salão aplaudem impressionados com o que acabou de acontecer e contentes por ninguém ter se ferido muito, exceto um cliente que estava bem na mira do extintor e ficou cheio de espuma.
Helena: [Falando com a funcionária] Meu Deus, você está bem?
Funcionária: [Com lágrimas nos olhos] Eu acho que queimei minha perna.
Helena: [Chamando outro funcionário] Vamos pegar gelo e um kit de primeiros socorros agora mesmo.
Cliente: Isso é um absurdo! Olha o estado em me deixaram. Entrou espuma até na minha boca!
Helena: [Firme o encarando] Senhor, sinto muito mas infelizmente não tínhamos condições de ter controle sob o jato do extintor quando nossa maior prioridade era salvar nossa funcionária. Agora deixe-nos cuidar dela.
Funcionário: [Voltando com o kit de primeiros socorros e gelo] Aqui está.
Helena: [Ajudando a funcionária a colocar gelo na perna] Vamos cuidar dessa queimadura e depois volto para ver o que posso fazer pelo senhor [Fala se dirigindo ao cliente].
O cliente nada fala e observa toda a comoção. Helena continuou cuidando da funcionária, aplicando gelo e oferecendo palavras de conforto até que ela se sentisse melhor.
Quando voltou para conversar com o cliente, ele já não estava mais lá. A equipe da cafeteria ficou impressionada com a atitude da nova gerente, que se mostrou protetora e cuidadosa com seus funcionários.
...—...
Rodrigo não esperava que sua visita ao café para ver como estava sendo a gestão da nova gerente lhe rendesse a perca de um de seus termos preferidos. Se ela soubesse que ele era um dos dos donos do lugar tinha certeza que seria tratado bem diferente.
Ele sempre visitou a cafeteria disfarçado, simplesmente odeia ser bajulado e é o que sempre acontece quando revela sua identidade. Ser famoso na área dos negócios só lhe trouxe puxa sacos.
Ele para ao lado do carro e o motorista abre a porta para que entre.
Rodrigo: [Irritado] Paulo, me leve imediatamente para casa.
Eles seguem viagem em silêncio. Paulo sempre sabe quando ele está de bom humor. E hoje não é um bom dia. Primeiro esse incidente, apesar da falta de sensibilidade da nova gerente ele ficou impressionado com a forma como ela lidou com tudo. Mas ela estragou o seu terno preferido e não pediu desculpas, isso o estava deixando mais irritado ainda.
Agora ele precisava escolher outra roupa para o programa da faculdade de administração que foi obrigado a patrocinar e se colocar como mentor de alguns poucos jovens que iam ficar enchendo ele de elogios vazios em vez de aprender qualquer coisa a que se prezem.
Rodrigo: [Falando com ele mesmo] Bom, não adianta ficar reclamando. Se é para fazer, vamos acabar logo com isso.
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Atualizado até capítulo 50
Comments
💕Sonhadora💕
comecei agora a ler e já estou bem curiosa com o desenrolar da história 27/02/24 as 12:29pm
2024-02-27
0
MARIA DE LOURDES SILVA
🤣🤣🤣🤣😂😂😂😂😂, AMO QUANDO ALGUÉM DA HISTÓRIA DÚVIDA DA REALIDADE
2023-04-12
1