^^^“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, ^^^
^^^para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" — João 3:16^^^
^^^Florianópolis, 23 de junho de 2020.^^^
^^^Três meses depois^^^
^^^Giovanna Rinaldi^^^
Como que em três meses nossa vida pode mudar de um jeito que jamais pensamos, não é? Eu, por exemplo, acabei ficando noiva de um cara que conheci em menos de 24 horas, uma tremenda loucura, mas as coisas são assim na família, além de ser um casamento arranjado, você só pode conhecer o noivo no dia do noivado.
Em contrapartida desse meu drama familiar, uma coisa boa é que eu estou amando preparar o casamento e não nego que estou ansiosa, esses meses foram essenciais para que Lorenzo e eu nos conhecêssemos, ele está sendo atencioso, e sempre que possível nós saímos para almoçar, jantar ou apenas para ficarmos juntos. Fomos à praia, ao shopping e vários outros lugares como casais normais, assim que eu voltar da lua de mel, irei ocupar a presidência junto do Lorenzo, com o nosso casamento, a minha família e a dele passam a deter a maior parte da empresa, ou seja, ninguém terá mais decisões lá dentro do que nós. A situação entre mim e Antonella estava pior a cada dia e com cada briga, eu tinha certeza que essa mulher era completamente louca, ela fala com tanta veemência que eu não sou filha dela que eu realmente chego a questionar se ela está dizendo a verdade, meu pai finge que nada acontece, parece que a paz reina na nossa casa quanto é totalmente ao contrário.
….
Estou esperando Lorenzo aqui na sala, a casa estava vazia, pela glória do Senhor, hoje eu não encontrei com aquela filhote de lombriga, o mulherzinha intragável. Pietro está no colégio, meu pai e meus irmãos trabalhando, minhas cunhadas com certeza no shopping com Enzo, e Matteo deve estar no colégio, a relação da Elena com o Renzo é muito estranha, por diversas vezes já a vi com algum roxo no corpo, ela sempre inventa a mesma desculpa se dizendo ser distraída e que se machuca fácil, não consigo acreditar que o Renzo faça algo de ruim com ela, mas os fatos já falam por si só, eu não sou nem um tipo de salvadora da pátria, mas se realmente estiver acontecendo algo, irei ajudar a Elena e irei proteger ela do meu irmão.
Fiquei tão distraída pensando no quanto Elena poderia estar sofrendo que demorei a perceber que a campainha estava tocando, me levantei e abri a porta, encontrei um Lorenzo sorridente e com um belo buquê de rosas vermelhas.
— Oi! — disse ao atender a porta
— Oi, como você está? São para você, nesse meio tempo, aprendi que você é apaixonada por flores. — perguntou e sorriu
— Ah muito obrigada, são lindas, vou colocar em um jarro, entra e espera um pouco que eu já volto. — respondo sorrindo.
Corro até a cozinha e coloco as flores no jarro de vidro que por um acaso estava na bancada, hoje é dia de fazer compras, então as empregadas também estão fora. Volto para sala e o encontro sentado no sofá, me sento ao seu lado, ele me dá um singelo beijo na testa e sorri:
— Pensei de ficar aqui hoje, eu volto para a Itália amanhã, então pensei em ficarmos aqui e conversar, se conhecer um pouco mais, além de que eu preciso te contar algo.
— Por mim, está ótimo. Não estou muito afim de sair. — concordo com ele. — Eu nunca lhe disse que você fala tão bem português que até parece brasileiro, exceto pelo forte sotaque italiano.
— Aprendi quando ainda era criança, falo inglês, espanhol, português, francês e alemão fluentemente, além do meu amado italiano, você fala quantas línguas?
— Um pouquinho de tudo, algumas línguas eu sei uma palavra ou outra, mas sou fluente em italiano, espanhol, francês, inglês, alemão, eu consigo conversar em árabe também, mas não consigo manter por muito tempo.
— Árabe? Onde aprendeu? — perguntou interessado
— Aprendi quando fui para Arábia Saudita, meus pais, eles tem muitos amigos. Nossa viagem foi para comemorar um contrato importantíssimo para as empresas Rinaldi, lá eu conheci a filha do mais novo sócio do meu pai e ela me ensinou um pouco do árabe, como ficamos duas semanas lá consegui aprender bastante coisa.
— Incrível, você é incrível. — Senti sinceridade nas palavras dele, estou radiante, é doido pensar que eu não queria esse casamento, mas Lorenzo está se mostrando uma pessoa totalmente impecável, ouso dizer que está sendo tudo perfeito até agora.
— Obrigada, você também é.
— Não sou, eu tento, você é perfeita, fala cinco línguas, sabe cozinhar, bordar, é ótima conselheira, você é o que eu chamaria de esposa perfeita.
— Eu fui criada para ser a esposa perfeita, embora, mesmo eu não gostando disso. Não sou perfeita, o único perfeito que existe é o Criador, sou cheia de imperfeições Lorenzo, não existe ser humano perfeito.
— Tem razão, ninguém é perfeito, como você sou que queria fazer administração?
— Eu não queria, meu sonho era medicina, mas Antonella não queria que eu fizesse faculdade, porém eu bati o pé e fiz, mesmo que administração não fosse o curso que eu almejava.
— Fez certo em estudar, não tem coisa melhor do que aprender. Tenho certeza que se dará muito bem na Companhia. — falou
empolgado.
— Tenho certeza que sim, meu otimismo é grande. — perguntei.
— Giovanna, nosso casamento acontecerá em um mês e precisamos ser totalmente sinceros um com o outro. — A conversa mudou de descontraída para séria.
— Concordo, sinceridade é uma das minhas qualidades. Não pense que eu te acho um príncipe que veio me salvar da minha mãe malvada, eu sei da sua fama de mulherengo, o que me surpreende é você ter aceitado esse casamento.
— Não aceitei assim tão fácil não, realmente eu era tudo isso que você falou, mas eu mudei, afinal irei me casar, mas não é sobre isso que quero conversar.
— E sobre o que você quer falar?
— Acho justo falarmos do passado, porque o meu passado é uma das herdeiras da Companhia.
— Você se relacionou com a Lorena?
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