Depois que Teresa, a governanta, indicou a Sofia onde era o quarto dela, ela ficou um pouco perdida sem saber o que fazer. Sem dar muitos detalhes, Teresa se recolheu deixando Sofia sozinha para fazer o que quisesse. Ela era praticamente uma hospede ali e sua única tarefa era ser acompanhante de Marco, o mesmo que não queria sua companhia.
Na casa moravam a governanta, duas empregadas e mais duas enfermeiras que se revezavam 24 horas por dia nos cuidados com Marco. Além dos seguranças, que Sofia observou com bastante atenção para quem sabe, uma tentativa de fuga futura. Andando pelo jardim, sem ter muito o que fazer, Sofia seguiu em direção a praia, local que ela tinha achado tão belo visto do helicóptero e que agora, mais próximo, era realmente divino.
Lembrando do seu primeiro encontro com Marco, ela não pode deixar de perceber o quanto ele era bonito e atraente, mesmo preso a uma cadeira de rodas. Não sabia o que tinha acontecido com aquele rapaz, mas agora entendia melhor a zombaria de Jonas. Pelo menos, fisicamente, ela não seria agredida ali.
Completamente irritado pela presença daquela jovem na Villa, Marco subiu para sua suíte principal, onde ele passava maior parte do tempo. O ambiente era enorme e tinha sido reformado especialmente para sua condição recente de cadeirante. Nenhum empregado entrava naquela suíte a não ser que Marco permitisse e por conta disso ninguém tinha ideia do que ele estava aprontando ali dentro.
Há mais de uma semana, nenhuma das empregadas entrava no cômodo para fazer a limpeza e vários itens, comprados via internet, estavam chegando endereçados a Marco.
“A chegada dessa moça não vai me impedir de fazer o que eu quero. Já está tudo pronto.” Pensou Marco ao finalizar a montagem de um item que ele estava confeccionando. Formado em engenharia e administração, ele era um homem extremamente inteligente e habilidoso.
“Qual a intenção de papai em mandar essa jovem aqui? Passar na minha cara minha condição de inválido?” Quanto mais Marco pensava na presença de Sofia na casa mais ele tinha certeza do que queria fazer.
Era por volta das oito horas da noite, quando Sofia tomou um banho e resolveu bisbilhotar pela casa. Se não fosse pelo estado de plena limpeza e organização da casa, ela juraria que ninguém morava ali. Durante seu passeio, mais cedo, ela observou diversos seguranças na parte externa, mas internamente a casa estava praticamente vazia.
Ninguém tinha chamado ela para jantar e Sofia resolveu procurar pelo ambiente da cozinha, pois estava com bastante fome. Teresa tinha desaparecido após mostrar onde era o quarto dela e não deu detalhe nenhum sobre suas refeições. Obviamente que Sofia não se incomodava em cozinhar sua própria comida, mas ela gostaria de mais orientações para não arrumar problemas.
Não foi difícil de localizar aquele ambiente. A cozinha era enorme e ficava próxima à entrada que ela chegou com Fernando. No mesmo estilo do restante da casa, o ambiente era moderno, com belíssimas bancadas branca e eletrodomésticos em inox. De fato, o senhor Gambino e seu filho eram extremamente ricos. Não bastava aquela mansão na cidade, eles também tinham essa Villa belíssima na praia. Pensou Sofia inocente, sem saber que aquelas duas propriedades faziam parte de uma lista extensa de propriedades que eles possuíam espalhadas pelo mundo.
Após comer um sanduíche e tomar um suco, Sofia resolveu subir de volta para seu quarto, mas uma porta dupla, enorme, localizada no final do corredor do primeiro andar lhe chamou atenção e ela resolveu ir até lá. Caminhando pé ante pé para não fazer barulho, ele colocou a mão na maçaneta da porta e girou lentamente.
Para sua surpresa a porta estava aberta e ela decidiu entrar no ambiente que estava escuro, somente uma penumbra de luz externa entrava pelas janelas, que estavam abertas, mostrando o mar e a lua brilhante no céu. Distraída momentaneamente com aquela bela vista, Sofia tomou um susto quando girou para o lado esquerdo e se deparou com Marco, desmaiado, com o corpo pendurado próximo ao teto e uma corda em seu pescoço.
— Meu Deus. — Ela falou com os olhos assustados sem saber o que fazer.
Provavelmente, ele estava morto e ela seria culpada daquilo. Tecnicamente, ela era acompanhante de Marco e deveria estar com ele o tempo todo. Rapidamente, Sofia correu em direção a ele para tentar soltar a corda que mantinha seu corpo erguido. Um sistema de polias tinha sido confeccionado por alguém com aquele intuito, mas de forma inteligente Sofia conseguiu soltar a corda, fazendo com que o corpo de Marco caísse no chão e a corda que asfixiava sem pescoço folgasse, permitindo que ele voltasse a respirar.
Percebendo que ele ainda estava vivo, Sofia ficou mais calma. Como ele tinha construído todo aquele sistema de uma forca, dentro daquele quarto, sem que ninguém da casa tivesse conhecimento, ela não sabia.
Pouco a pouco, Marco foi recobrando a consciência e ficou extremamente nervoso ao abrir os olhos e dar de cara com Sofia ao seu lado.
— O que você faz aqui?! — Ele gritou tentando se afastar de Sofia, sem sucesso. — Sua empregada intrometida. Ninguém lhe avisou que não poderia entrar no meu quarto!
— Eu... eu... — Sofia ficou sem saber o que responder, nervosa e bastante assustada. Ela tinha acabado de salvar a vida de Marco e ele lhe tratava dessa forma. — Eu não sabia que aqui era seu quarto. — Ela concluiu por fim e tentou ajudar Marco a se levantar.
Completamente fora de si, por ter seus planos estragados por aquela garota tola, Marco desferiu um tapa em seu rosto, fazendo com que Sofia recuasse.
— Não me toque, sua vagabunda! Eu não sei de que prostíbulo meu pai tirou você, mas não quero você próxima a mim! — Marco tinha raiva do olhar de inocência de Sofia, pois sabia que ela era uma fingida. Para estar naquela casa, em sua companhia, boa coisa ela não era.
Por conta do barulho que o corpo de Marco fez ao cair no chão e dos subsequentes gritos, vários seguranças entraram no quarto dele naquele momento para ver o que tinha acontecido.
— O que aconteceu, senhor Marco? — Indagou o chefe da segurança, observando tudo com atenção e tirando rapidamente suas próprias conclusões.
— Levem essa mulher daqui. Eu não quero vê-la na minha frente. — Marco falou com um olhar ameaçador para Sofia, enquanto dois seguranças a puxavam pelo braço.
— Eu não fiz nada. Me solte. — Sofia exigiu. — Ele tentou se matar, ninguém está vendo isso?!
— Cale a boca, sua cretina. — Gritou, mais uma vez, Marco.
— O que devemos fazer com ela, senhor? A jovem foi enviada pelo seu pai. Não podemos simplesmente dar um sumiço nela.
Ao ouvir aquilo, os olhos de Sofia se encheram de lágrimas e ela ficou em pânico. Marco pretendia tirar sua vida? Era isso?
— Droga! Só tirem ela da minha frente e arrume toda essa bagunça. — Ele falou por fim, vendo as lágrimas de Sofia escorrerem pelo seu rosto.
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Atualizado até capítulo 108
Comments
Silvaneide Ágatha
tadinha dela 😕
2024-12-01
0
Silvaneide Ágatha
🤬🤬🤬🤬🤬
2024-12-01
0
Silvaneide Ágatha
😭😭😭😭😭😭
2024-12-01
0