02.

Os dias se passaram com rapidez que logo virou semanas, e assim com a chegada repentina da família de Vampiros a rotina do clã mágico inteiro mudou; barreiras de proteção haviam sido instaladas ao redor da aldeia, amuletos de proteção contra os intrusos foram utilizado na casa de todos e os homens andavam com um amuleto no pescoço e como Willian Snazan era o único homem a morar junto às bruxas, as mulheres bem como suas filhas estavam proibidas de saírem de casa por ordem de Freya, todo cuidado com os bebedores de sangue era necessário. Ainda assim, tudo aquilo não bastou para deixar a jovem Arianna longe de apuros, com um sorriso doce e fala mansa ela sempre conseguia com que sua mãe se dobrasse a sua vontade o que deixava sua irmã mais velha, Grace, furiosa.

Deitada sob a grama em frente ao jardim que havia feito nos fundos de sua casa, Arianna olhava para o céu admirando as aves que voavam livremente, no fundo ela desejava não viver com tamanho segredo e gostaria de ser livre também. O som de um galho seco se quebrando logo a sua frente fez com a morena se colocasse sentada na grama olhando assustada para a floresta.

— Te assustei? — uma voz masculina era escutada por de trás de uma árvore logo acompanhada da silhueta masculina de Jonathan. Um sorriso surgia em seus lábios enquanto olhava para Arianna ali sentada, se recompondo do susto.

— E porque me assustaria com um homem, surgindo assim do nada no meio da floresta? — ela retrucou enquanto se colocava em pé ajeitando suas vestes.

— Verdade, estava passando aqui perto e senti o cheiro de tulipas. — respondeu Jhonatan ao apontar para as flores no jardim.

— Faz tempo que não vejo tulipas, ainda mais nessas cores... Roxas e Azuis. — conforme falava, movia-se cauteloso em direção a ela, porém logo foi detido pela barreira. A verdade é que ele precisava saber até onde poderia chegar.

Arianna por sua vez parou ao lado das flores enquanto olhava para o homem até então desconhecido.

— Me chamo Jonathan Crawford e você seria? —

— Arianna Zartovick, diria que é um prazer conhecê-lo.... Mas vamos ver não é mesmo. — ela esboçou um sorriso gentil enquanto o olhava com atenção. O som de barulhos vindo de dentro da casa, a fizeram olhar assustada para trás, afinal de contas não poderia estar falando com estranho, quando se virou novamente ele já não estava mais parado à sua frente, o mesmo havia sumido deixando o leve ar de mistério.

— Arianna entre, está quase na hora. — A voz cansada de sua mãe a chamava. Naquela noite todo o clã iria participar do ritual do sacrifício, pois um novo sifão havia chegado a idade de dez anos, e Arianna assistiria pela primeira vez o que acontece com as crianças nascidas sifão assim como ela.

{...}

— Tulipas, é sério? — a voz debochada de Ralf surgia atrás dos ombros de Jhonatan.

— Precisamos mudar nossa rotina, as bruxas tem barreiras em toda a aldeia... Não encontrei nenhuma brecha sequer.... — a voz de Jonathan era um tanto de desapontamento. Ralf sem entender se colocou à sua frente olhando-o fixamente.

— O que você quer com essas bruxas? — Ralf perguntou.

— Nada, por enquanto. — Jonathan naquele momento ficou misterioso.

— Avise a Melissa e Meredith, sem mortes desnecessárias. A barreira das bruxas precisa cair e para isso temos que como família passar por aqui de forma invisível... — O mistério que Jonathan estava fazendo, deixava Ralf irritado e ao mesmo tempo preocupado; nunca tiveram segredos entre irmãos. Naquele momento a voz de Albert ecoava na mente de Ralf sobre o motivo de eles terem ido justamente para aquele lugar no mapa. O seu irmão Jonathan escondia algo.

A família Crawford morava em uma casa de madeira de dois andares, enquanto os irmãos Crawford saiam da floresta em direção a casa deles, na varanda estava a Meredith sentada no beiral e atrás dela se encontrava Albert com uma feição séria.

— Quando você iria nos contar? — a voz de Meredith era grave, estava claro que a mesma tomava a rédeas da situação para que Albert não perdesse a paciência.

— Contar o que? — perguntou de forma debochada Jonathan.

Aquele tom de voz de Jonathan foi o que faltava para que Albert pulasse em seu pescoço. Os humanos brigam de forma simples, um soco no rosto e alguns pontapés e tudo se resolvia, no entanto, os vampiros quando brigavam era algo mais sangrento. Quando Ralf e Meredith pensaram em separar os dois, estava Albert com as mãos dentro do peito de Jonathan segurando seu coração.

— Por Deus vocês dois querem parar?! — gritou Meredith enquanto segurava o braço de Albert para que o mesmo não fizesse nenhum movimento drástico, e Ralf segurava Jhon pelos ombros.

— Seu querido irmão, nos enganou. Ele quis vir para cá pois foi chamado por um estranho, para seduzir e matar a jovem bruxa do clã Zartovick. — Albert cuspia as palavras de forma raivosa enquanto Ralf soltava Jonathan e caminhava em direção a casa.

— Por quem? Jonathan, sabe que não sou conhecido por minha paciência... É melhor contar tudo que sabe, ou irá passar o próximo século enterrado. — Aquela foi a primeira vez em que Ralf o olhava com certo desdém. Quando Albert soltou o coração e tirou a mão de dentro do peito de Jonathan, o sangue respingou no chão e ele caiu sobre os próprios joelhos ao chão, parecia triste, mas apenas por ter sido descoberto.

— O pai dela, Willian Snazan me chamou. Ele desconfia que a filha não deveria estar viva, e me chamou para descobrir, em troca ele me daria um feitiço que criaria objetos a qual eu poderia usar magia novamente... — o som de algo se quebrando fora ensurdecedor e fez com que Albert e Ralf se espantasse, afinal até minutos atrás Meredith estava defendendo o Jonathan e agora a mesma quebrava seu nariz com um soco.

— Como pode? Você sabe melhor que ninguém o que é ser rejeitado, caçado e morto por um pai. Alguém que deveria lhe proteger e amar... E tudo isso pra quê? Para se sentir um bruxo novamente... Ninguém te obrigou a se transformar, você escolheu abrir mão da magia... Você escolheu... — Jonathan começou a rir a fazendo ficar mais furiosa do que nunca.

Toda família tinha problemas, mas os Crawfords eram o próprio problema encarnado. Transformados em vampiros por meio da magia mais sombria que existiu na terra, eles não escolheram viver ou morrer. Muitos já tinham acesso à magia quando seu próprio pai decidiu que os mesmos seriam imortais e com a ajuda de uma poderosa bruxa assim foi entretanto quando o pai deles viram a monstruosa criação e que não conseguia controlá-los decidiu que deveria matá-los. Sendo assim, eles passaram anos fugindo do homem que os criou e nesse meio tempo eles criaram outros iguais a eles, vampiros.

— Não sei porque estão nervosos.... É uma bruxa qualquer, e além do mais não cumpri minha parte do acordo então ele vai agir por conta própria. — protestou Jonathan.

A porta da casa se abriu e por ela passou a irmã mais nova deles, Melissa; seu olhar estava fixo nas expressões de Jhonatan e em seus lábios um sorriso angelical surgia ao se colocar ao lado de Ralf segurando a mão do mesmo.

— Não, ele não vai. Vamos salvá-la, custe o que custar. Não viemos até este vilarejo para matar mais bruxas, já não basta as que nosso pai massacrou apenas por nos esconderem? — Era a primeira vez que Melissa se envolveu na discussão de seus irmãos.

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Comments

Denise Lima

Denise Lima

Como ele passou pelas barreiras de proteção ??? 🤔🤔🤔

2024-03-17

1

ATPLine 🗝🧚🏼‍♀️

ATPLine 🗝🧚🏼‍♀️

isso Melissa...

2023-08-22

2

ATPLine 🗝🧚🏼‍♀️

ATPLine 🗝🧚🏼‍♀️

que cretino....

2023-08-22

1

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