Capitulo 6

O dia foi passando até escurecer novamente.

Na hora do almoço, eles entregaram uma marmita que ela nem comeu.

O fato de ficar presa naquele quarto a estava deixando louca e tirou totalmente seu apetite.

Não tinha nada para fazer, fora a tensão de que a qualquer momento, aquele homem poderia entrar lá querendo matá-la.

Pior do que morrer do nada, é simplesmente morrer sem nem saber o porquê.

Suspirando, ela olha suas roupas sujas. Estava louca por um banho e iria tentar negociar isso. Só tinha um pequeno banheiro ali, mas sem chuveiro.

“Sei que é bobagem minha pensar em um banho nessas circunstâncias, mas já que vou morrer, pelo menos quero morrer limpa! ”

Assim que ela pensou, soltou uma risadinha de si mesma e a porta se abre entrando aquele homem dos olhos negros como a noite.

Ela se levanta e se encosta na parede.

― Vejo que não comeu. ― Raviel fala olhando a marmita intacta na mesa. ― Acha que é legal desperdiçar comida?

Ivy não aguenta e ri do que ele fala.

― Me admira estar preocupado com desperdício, quando se sequestra pessoas!

― Uma coisa não tem nada a ver com a outra.

Ela engole em seco com o tom suave que ele falou.

Então ela fica tensa quando ele se aproxima ficando a centímetros dela.

― Onde está Carlo? ― Raviel pergunta direto e reto.

― Carlo? Quem é Carlo? ― Ela pergunta confusa e Raviel se irrita.

― Não se faça de boba! Ou não sabe o nome do seu Don?

― Don? Mas do que está falando?? Eu... eu não entendo o que quer de mim!

Raviel se irrita com ela e a pega pelos braços apertando.

― Você acha que terei pena de você por ser mulher??? ― Ele a sacode com força. ― Está muito enganada! Você é ainda pior que ele!

Raviel à solta com tudo e ela acaba caindo e batendo as costas na quina da parede.

Ivy sente o ar faltar e sente uma ardência enorme nas costas arrancando um gemido de dor.

Raviel olha para ela franzindo o rosto se sentindo mal pelo o que fez e estende a mão para pegá-la, mas ela levanta o braço colocando em frente ao rosto como se fosse em defesa e aquilo o faz se sentir ainda mais culpado.

― Eu...

Sem dizer mais nada, ele se vira e sai do quarto batendo a porta com força.

Ivy que estava tremendo de medo, tira a mão do rosto aos poucos e vê que estava sozinha.

Ela então, se permite relaxar esticando as pernas e sentindo as costelas doerem.

“Essa foi por pouco... provavelmente ele iria me matar! ”

Ivy estremece com o pensamento e lágrimas de raiva começam a cair.

Ela se sentia uma adolescente novamente de quando apanhava dos garotos mais velhos do orfanato.

Com o tempo ela aprendeu a revidar, mas com esse homem ela tinha medo de que revidar, só a fizesse sofrer mais.

“Por favor, alguém me tira daqui...”

Ela se encolhe no canto do quarto e abraça as pernas se sentindo ainda mais sozinha do que quando estava no orfanato.

...******************...

― Ravi, por que fez isso?? Assustou a garota! ― Dexter reprova a atitude do chefe que viu tudo pelas câmeras. ― Você ia bater nela mesmo??

― Claro que não! Você sabe que não faço isso!

― Não foi o que pareceu!

― Eu... eu não sei o que deu em mim! Ela se fez de idiota e eu perdi a paciência, mas não iria bater nela!

Dexter suspira e coloca as mãos na cintura.

― Vou ver se o estrago foi grande.

Dizendo isso, ele sai e vai para o quarto da prisioneira.

Raviel se senta pesadamente na cadeira se sentindo um cretino e nem sabia o porquê. Ele não batia em mulher, exceto quando tentavam matá-lo, claro.

“Preciso fazer alguma coisa...”

...**************...

Ivy se levanta com dificuldade e assustada, quando ouve a porta se abrir.

Ela fica aliviada ao ver que é Dexter, mas logo seu alívio diminui ao ver a cara séria dele.

― Eu disse para não irritar o chefe. Ele vira outra pessoa quando é contrariado.

― Mas eu não fiz nada! ― Ela se defende sentando na cama e depois dá um suspiro de frustração. ― Eu... eu não sei o que querem de mim! Por favor, me deixa ir embora!

― Se me contar quem é você, posso pensar em te deixar ir.

― Mas porque querem saber quem sou? Vocês por acaso sequestram pessoas aleatórias é?

― Quero que fale com a sua boca quem é você e nos conte o que sabe sobre seu Don.

― Mas que merd@ de Don é esse? É alguma espécie de milagre é isso? Se for já adianto que o único dom que tenho é o de arrumar confusão!

Ela dispara com raiva e Dexter se segura para não rir.

― Realmente mocinha, você gosta de arrumar confusão rs.

Ivy suspira e pensa novamente em um bom banho.

“Se não pode com eles, junte-se a eles! ”

― Dexter... eu... eu conto tudo o que sei se me deixar ao menos tomar um banho.

Dexter levanta a sobrancelha surpreso.

“Ela está disposta a falar em troca de um banho? Só pode ser sacan@gem!”

― Vai me falar tudo? ― Ele insiste para ver se era isso mesmo.

― Sim! Já faz mais de 24hs que não sei o que é isso. Por favor...

Ele vê aqueles olhos pidões e suspira.

“Raviel não vai gostar disso, mas se ela está disposta a falar...”

― Tudo bem. Eu te deixo tomar um banho em troca de informações. ― Ela sorri aliviada. ― Porém, se você estiver me enganando, juro que vai conhecer meu pior lado e posso te garantir que não vai gostar nada.

Ela engole em seco e não duvida mesmo que ele seria capaz disso.

Sendo assim, ela apenas assente e se levanta pronta para seu banho de rendição.

― Espere aqui. Vou ver se tem alguma roupa disponível para você usar.

― Está bem. Obrigada! ― Na felicidade de um banho, ela acaba abraçando Dexter.

Ele fica paralisado, mas sorri com o gesto inocente dela.

― Já volto.

Ele sai do quarto e ela fica esperando ansiosa.

...********************...

Raviel olha a cena dos dois se abraçando e não gosta nada disso.

Ele não permitiria que Dexter a tocasse, mesmo que fosse sua inimiga. Só de imaginar ela se deitando com ele ou qualquer outro o deixava maluco.

Ele franze o rosto ao pensar nisso.

“Mas por que eu me importaria com isso? Esse tipo de mulher não passa de lixo! Não posso estar querendo ela para mim.... Isso seria loucura! Ou... não...”

Raviel fica pensando nisso.

“O que mais poderia deixar um Don possesso do que ter sua garota violada por outro? ”

― Já que ela não quer falar, vou começar a desfrutar do que ela pode dar...

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