Capítulo 8: Acordo Mortal

O clima do local começa a mudar até ficar completamente nublado. Nada ao redor pode ser visto além dos quatro seres que estavam no pé do vulcão.

Modu encara Morte enquanto Valmon e Kiruta ficam surpresos e em silêncio com sua presença ali.

- Tava torcendo para que fosse apenas uma brincadeira sem graça do Valmon... O que eu faço agora? - Disse Modu em pensamento.

- Intimidei vocês? Me desculpe, não era essa a minha intenção.

Modu se irritar com as palavras de Morte e logo responde:

- intimidar? Não seja convencido! E é claro que nós não vamos--

- Eu aceito - Disse Valmon.

- Eu também - Concordou Kiruta.

Modu olha para Valmon e Kiruta com uma expressão de surpresa enquanto diz:

- Há?! Por acaso vocês ficaram loucos de vez?! Isso é suicídio!

- São dois contra um. O jogo vai acontecer quer você goste ou não - Disse Morte.

- Que droga... Tudo isso para que a Kiruta faça parte da nossa equipe? Isso com certeza não vale nossas vidas - Disse Modu em pensamento.

- Para que depois não digam que o jogo é injusto, não usarei minha Veragnis e nem estarei lutando em minha verdadeiro forma.

- E que tipo de jogo vai ser? - Pergunta Kiruta.

- O jogo se chama pega pega. Certamente vocês já sabem do que se trata.

- Pega pega? - Perguntam Kiruta, Modu e Valmon ao mesmo tempo enquanto ficam surpresos.

- Isso mesmo. Vocês terão 1 minuto para correr de mim. Caso sejam pegos, suas almas serão minha. No entanto, se ficarem mais de 1 minuto sem serem trocados, vocês vencem e eu trago os pais da garota de volta ao plano mortal.

- Tudo bem - Responde Kiruta.

- Não! Não está nada bem! Você não pode decidir as coisas por conta própria, Kiruta! Tem ideia de quão egoísta está sendo agora?! - Pergunta Modu com um tom de voz alto.

- Qual é, Modu?! Por acaso está com medo de morrer aqui?! - Pergunta Kiruta no mesmo tom de voz.

- Mais é claro que estou! É contra a Morte que vamos jogar, idiota! Me desculpe se eu não sou insano como vocês!

Valmon intervém na discussão de Modu e Kiruta que estavam prestes a se enfrentar ali mesmo. Colocando a mão sobre o peito de ambos e os afastando um do outro, Valmon diz:

- Será que vocês poderiam por favor manter a calma?! Temos formas melhores de resolvermos isso.

- Por exemplo?! - Pergunta Modu.

Valmon olha para Morte e logo começa a caminhar em sua direção enquanto pergunta:

- O que acontece se apenas dois de nós formos tocado nesse intervalo de tempo?

- Que pergunta idiota, hein? É claro que nós vencemos - Disse Kiruta com um sorriso convencido.

- Ela está certa, se um de vocês conseguir passar de 1 minuto sem ser tocado por mim, vocês vencem do mesmo jeito.

Valmon sorri para Morte a medida que se vira para trás e olha para Modu enquanto diz:

- O que acha agora?

Modu fica em silêncio por alguns segundos enquanto olha para Valmon com uma expressão séria.

- Você é convencido, sabia?

- Beleza, parece que todos os lados estão de acordo. Vamos começar? - Pergunta Valmon.

- Tenho uma última condição. O jogo ocorrerá em um dos meus domínios e não na terra.

Valmon e Kiruta ficam surpresos com a última condição de Morte. Antes que pudessem dizer qualquer coisa, Modu pergunta:

- Por que logo no seu domínio?

- Lá podemos atingir nossos picos de velocidade livremente. Se vocês querem sair vivos dessa precisam parar de se conter. E você sabe que nesse mundo frágil não podemos fazer um único movimento em falso que já é suficiente para ameaçar toda a vida existente aqui.

Modu fica pensativo por um instante, mas logo responde:

- Tudo bem, faremos do seu jeito se você encurtar o tempo do jogo.

- Apenas metade do tempo - Responde Morte.

- Perfeito - Disse Modu.

- Por mim tudo bem. Kiruta?

- Só começa logo com isso.

- Muito bem.

No momento em que Morte diz isso, todo o cenário nublado ao redor muda completamente para a forma de seu domínio. Um lugar onde a luz quase não existe. Seu solo é inteiramente feito de ossos humanos enquanto o céu possui uma cor negra e cinzas caem como neve do céu.

- Meu Deus... - Disse Kiruta.

- Esse lugar... - Sussurra Valmon.

Olhando para cima os três vêem milhares de nuvens vermelhas cobrindo quase todo o céu negro.

- Esse lugar é muito sinistro - Disse Modu enquanto olha para as nuvens vermelhas no céu negro.

- Esse é meu domínio, Drahanzu. Todas as almas que perdem suas cascas vagam pelo mundo sem rumo. Minha função é coletar cada uma dessas almas e trazê-las para o meu reino onde permanecerão aqui até o dia da Ordem Final.

- Ordem Final? - Pergunta Valmon.

- Essas almas serão julgadas pelo Senhor Absoluto desse território. Ele decidirá quais almas vão acender para o Reino Iluminado e quais se perderão no Abismo - Disse Morte.

- É impressão minha ou essas nuvens vermelhas são feitas de almas? - Pergunta Modu.

- Não é impressão, todas as nuvens são formadas a partir das inúmeras almas que vem do de cada mundo.

- Olha, tenho que admitir que a estrutura do seu domínio é bastante interessante - Disse Modu.

Valmon, Kiruta e Modu continuam observando o local atentamente a medida que começam a caminhar sobre o chão de ossos.

- Vamos começar.

Aproveitando que todos estavam distraídos, Morte voa na direção de Modu que logo percebe seu movimento, mas não foi rápido o suficiente para evitar de ser tocado.

Algo que se assemelha a um vapor de cor verde sai do corpo de Modu e voa até a palma da mão de Morte que imediatamente absorve para dentro de si. Logo depois disso o corpo de Modu perde seu brilho verde e fica cinza a medida que cai no chão sem sinais de vida.

- Modu! - Grita Valmon ao ver Modu caindo no chão e ver que ele não respondia ao seu chamado e nem mesmo se mexia.

- Sua vez, Valmon - Disse Morte que se move em alta velocidade na direção de Kiruta que facilmente se esquiva de suas mãos e sorri enquanto diz:

- Boa tentativa.

Kiruta some da frente de Morte como um vulto e aparece através dele.

- Então você percebeu o meu plano, não é? Que garota esperta.

Morte se vira para trás e aumenta sua velocidade ainda mais na tentativa de conseguir tocar em Kiruta. No entanto, ela se esquiva de todos os seus movimentos sem nenhum dificuldade enquanto continua a falar:

- Não. Eu apenas vi você se mover em minha direção como uma criança pequena tentando correr. Se não quiser passar vergonha vai ter que dar tudo de si para pelo menos conseguir acompanhar meus movimentos.

- Isso é impossível! Como consegue evitar tudo mesmo no meu domínio?! Quem é você afinal?!

Morte levanta suas mãos para o alto e fecha seus punhos a medida que desce o braço em direção ao chão na tentativa de esmagar Kiruta que facilmente evita o golpe sumindo da visão de Morte e Valmon.

O golpe realizado foi forte o suficiente para tremer toda o domínio e abrir uma rachadura no chão que parece ter alcançado a extensão infinita desse lugar.

Kiruta que estava bastante confiante aparece atrás de Morte enquanto toca seu ombro e diz:

- Sou apenas uma garota que você nunca conseguirá alcançar.

- Cacete! - Disse Valmon que fica surpreso com a velocidade da Kiruta.

- Como consegue conter uma velocidade capaz de romper as barreiras metafísicas?

- Muita meditação, talvez?

- Se minhas tentativas contra você são inúteis vou tentar com outra pessoa.

Morte desiste de tentar tocar em Kiruta e se move em alta velocidade na direção de Valmon que não consegue se esquivar e é tocado por ele.

- O quê...?!

Mesmo sendo tocado nada parece ter acontecido com Valmon que apenas olha para Morte com uma expressão de surpresa.

- Como...?! Isso não deveria ser possível... Como estão fazendo isso?!

Kiruta fica surpresa com o fato de Valmon não ter sido afetado, mas logo muda sua expressão e esboça um sorriso convencido enquanto diz:

- É, parece que Modu realmente estava certo.

- Do que está falando?! - Pergunta Morte.

- Modu disse que meu trunfo é minha resistência. Deve ser por isso que não sou afetado pelo seu poder - Responde Valmon enquanto mostra um sorriso confiante para Morte.

- A resistência de um mortal não deveria ser capaz de aguentar o meu poder. Mesmo no meu reino você não pode ser morto? Isso não está certo.

Morte solta Valmon a medida que para de falar por um momento e fica pensativo.

- O que exatamente está errado aqui? - Pergunta Kiruta que se aproxima dos dois em super velocidade.

- Não queria acreditar que mesmo enfraquecido você ainda fosse capaz de resistir ao meu poder...

- Do que está falando? - Pergunta Valmon.

- Então você acredita que Valmon é a reencarnação de Abrunis? Eu pensei na mesma hipótese. Agora, como Abrunis tentaria uma reencarnação forçada? Sabemos que para um ser reencarnar sem suas lembranças ele precisa estar com seu poder quase que completamente esgotado, algo que eu não consigo imaginar acontecendo com um deus como ele.

Morte se vira lentamente para trás e encara Modu que estava parado atrás dele como se nada tivesse acontecido.

Valmon e Kiruta também ficam surpresos e sem palavras ao ver que Modu continua vivo depois do que aconteceu com ele.

- Tenho certeza que roubei sua--

Olhando através de Modu, Morte percebe que ainda existe uma alma ali dentro. É como se aquela alma nunca tivesse sido tirada de lá.

- Você possui duas almas...?! - Pergunta Morte.

- Duas? Não tenho apenas um corpo e uma alma, Morte. Eu existo em todos os mundos da criação ao mesmo tempo. Enquanto um único vegetal existir eu sempre viverei não importa o que aconteça.

Morte fica em silêncio enquanto olha para Modu.

- Nós Deuses Fundamentais não nos limitamos a alma ou mente para mantermos nossa existência. Se nosso conceito ainda existir ficaremos vivos independente do que aconteça. Mas é claro que você sabe disso, afinal, você também é um Deus Fundamental. Então por que está fingindo? Qual o seu objetivo?

- Fim do jogo, Modu. Eu perdi. É tudo que precisam saber.

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