Ana da dois passos para trás enquanto se coloca na frente de Valmon a medida que diz:
- Como conseguiu entrar aqui e de onde me conhece?!
- Te conheço desde a sua infância, Ana. Sempre estive ao seu lado. Quando seu pai morreu, eu estive com você para te consola.
Modu se levanta do sofá e caminha lentamente na direção dos dois.
- Eu não sei quem te contou isso, mas com toda certeza eu não conheço você!
- Como eu havia dito, meu nome é Modu. Sou um desses deuses que causou a destruição e as mortes na terra.
Ao ouvir isso, Ana rapidamente segura a mão de Valmon e corre com ele para a cozinha. Logo em seguida, ela pega uma faça que estava na gaveta de talheres e aponta na direção de Modu que ainda estava na sala e começa a caminhar em direção a cozinha.
- Melhor se afastar de mim e do meu filho!
- Mãe, está tudo bem! Modu não vai nos machucar. Ele até me ajudou bastante consertando a lua que eu acabei quebrando.
- Você fez o que?!
- Seu filho é a reencarnação de algum deus antigo. No entanto, os poderes dele só despertaram agora. Para ele não ter lembranças de sua vida anterior, acredito que ele tenha usado a habilidade de reencarnar enquanto estava em suas últimas reservas de poder. Esse é uma das consequências em usar a reencarnação da maneira errada.
- Isso é sério? - Pergunta Valmon.
- É claro. Isso pode acontecer com qualquer um.
- Valmon! Pare de falar com esse demônio! Ele está querendo corromper você!
- Ana, eu fui um dos culpados pelas mortes e destruição no passado, eu assumo isso. Mas nós estávamos tentando proteger a terra da escuridão.
- Escuridão? - Pergunta Valmon.
- Sim. Eu e o Levi conseguimos aprisionar essa escuridão em uma dimensão isolada do mundo onde não existe meios de saída. Mas infelizmente Levi morreu como resultado da difícil luta. Só que antes de ir, ele passou sua função para uma garota humana muito próxima dele.
- Você não me disse nada sobre existir uma garota humana que também tem poderes assim como eu.
- Não achei que fosse relevante dizer naquele momento. Inclusive, ela não está aqui na terra também.
Ana continua apontando a faca na direção de Modu e assim que ele estende sua mão na direção dela, Ana imediatamente tenta esfaquea-lo. Mas como esperado, a faca não penetra a mão de Modu e entorta.
- Ana, não estou aqui para matar ninguém. Quero esclarecer suas dúvidas.
- Então eu quero uma prova de que está falando a verdade.
Modu toca na testa de Ana onde a mesma emite um brilho verde em seus olhos. Lembranças desconhecidas começam a aparecer na mente dela. Lembranças de um amigo de infância que sempre esteve ao seu lado.
- Por que...?
Lágrimas começam a escorrer dos olhos de Ana a medida que Modu olha para ela com uma expressão triste.
- Eu tive meus motivos...
- E quais foram esses motivos, Modu?! O que te fez querer apagar minha infância com você?!
- Olha, depois te explico tudo, mas agora temos coisas mais importantes a discutir.
- Não. Acho que você deveria primeiro dar uma explicação a minha mãe - Disse Valmon que olha para Modu com uma expressão séria.
- Você não entende. Os vizinhos já ligaram para a polícia e eles estão vindo atrás de você, Valmon. Agora você é visto como uma ameaça para a humanidade depois daquela transmissão - Disse Modu a medida que aponta para a televisão.
- Isso é um problema. E se eu apagar meu rosto da mente de todas as pessoas que me viram? Talvez isso resolveria o problema, né?
- Não exatamente. Seu rosto ainda poderá ser encontrado em páginas e sites da internet. Sem falar que são bilhões de pessoas. Essa notícia com certeza deve estar em todos os cantos já que foi uma catástrofe global na época.
- Acha que ele não consegue fazer isso? - Pergunta Ana.
- Não é questão de achar ou não. Só estou dizendo que não é uma boa ideia. Ele é capaz? Claro que é. Só que isso pode atrair mais problemas no futuro.
- E qual é a sua sugestão? Meu filho ser visto por todos como um demônio?!
- Minha sugestão é que nós deveríamos mostrar para todos que estamos do mesmo lado. Também seria bom formar uma equipe de defensores para proteger a terra. Só para que nenhuma tragédia como aquela de 30 anos atrás volte a acontecer.
- Gostei da sugestão! E a equipe será formada apenas por nós dois ou a garota que você mencionou também vai participar?
- Tentarei me comunicar com ela, mas é pouco provável que aceite tão facilmente. É mais fácil que a Kiruta Hagayomi aceite.
- Kiruta Hagayomi? Parece nome japonês - Disse Valmon.
- É um nome japonês e ela é japonesa.
- É sério?! Que irado! Sempre quis conhecer uma pessoa japonesa!
- Sério? Algum motivo especial?
- Você assiste animes?
Modu fica confuso com a pergunta de Valmon.
- O que é um anime?
Valmon fica calado por alguns segundos enquanto olha para Modu com um olhar vazio.
- Enfim, eu quero muito conhecer uma pessoa do Japão pessoalmente.
- Eu não entendi o que uma coisa tem haver com a outra, mas tudo bem. Vamos lá.
- De jeito nenhum! Valmon não vai para o Japão! - Disse Ana.
- Mãe!
- Sem insistência, Valmon! Você não vai e pronto!
- Deixa de ser rabugenta! Vamos lá, Valmon.
- Ei--!
Antes que pudesse falar qualquer coisa, Modu e Valmon são teleportados dali e aparecem instantaneamente dentro de uma casa tradicional japonesa.
- Minha mãe vai me matar depois que eu voltar, mas com certeza valeu a pena! Estou no Japão! Melhor ainda, em uma casa japonesa! O que estamos esperando?! Vamos conhecer a cidade e--
Valmon começa a andar em direção a cozinha da casa, mas é segurado no ombro por Modu que diz:
- Você é algum explorador por acaso, garoto? Não foi para isso que eu te trouxe aqui. Podemos fazer isso uma outra horo.
- Fala de minha mãe mas também é um pé no saco.
- Do que você está reclamando? Estamos na casa da Kiruta que uma garota japonesa, então isso conta, não é?
- O que faz aqui?
De repente, uma voz feminina é ouvida por Modu e Valmon.
Uma garota japonesa de cabelos longos e pretos, olhos azuis e vestindo um pijama de kung fuu aparece no meio da sala que fica entre a cozinha e o quarto da casa. Ela não parecia estar nada contente com a presença dos dois ali. Quanto a isso, Modu apenas sorri e retira sua mão do ombro de Valmon enquanto caminha na direção da garota.
- Já faz muito tempo que não nos vemos não é, Kiruta?
- E desde quando 3 dias é muito tempo?
- Disse Kiruta que olha sério para Modu a medida que cruza dos braços.
Ao ver Kiruta pessoalmente, Valmon fica surpreso e começa a ficar agitado.
- Espera, essa é a Kiruta que você falou e ela fala meu idioma?! Isso ta melhor do que eu pensei! Por favor, me deixa te dar um abraço!
Valmon anda na direção da garota de braços abertos e com um sorriso no rosto na intenção de abraçá-la. O que ele não sabia é que Kiruta odeia abraços.
Evitando facilmente o abraço de Valmon, Kiruta desfere um cruzado de direito em seu queixo que o faz atravessar o teto da casa e voar para acima das nuvens.
Kiruta recompôs sua postura e voltou seu olhar para Modu que estava olhando para o buraco no teto.
- Esse idiota aí é seu amigo?
- É sim. E pelo visto vocês vão se dar muito bem.
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Atualizado até capítulo 36
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