Valentina Narrando
Ele estava próximo demais, os seus lábios saíram do meu ouvido e foram beijando a minha bochecha até chegar no canto da minha boca.
Dro.ga!
Eu estava hipnotizada. O seu rosto se afastou do meu, não muito, mas o suficiente para eu sentir falta dele.
Ele encarou-me, olhava-me com um olhar cheio de desejo, mas também com muito carinho.
Por.ra!
Os seus lábios foram ao encontro dos meus, lentamente. Como se estivesse em Câmera lenta.
Ouvi os anjos gritando um "Aleluia" quando finalmente os nossos lábios se encontraram.
Um selinho, poderia ser um simples selinho. Obviamente não foi!
Os lábios dele pediram espaço, e eu dei. Automaticamente a minha mão foi parar na sua nuca e o puxou mais para perto, como se eu necessitasse dele como nunca.
Um beijo calmo e cheio de desejo, era simplesmente isso.
A sua mão escorada na parede ao lado do meu rosto foi ao encontro da minha cintura e me puxou com vontade de me ter. E no momento em que a sua mão fez menção de descer,
Por.ra. O erro que eu cometi!
Afastei-me não querendo, mas era muito errado o que estávamos fazendo.
— Sr. Kanon — pedi afastando os meus lábios dos seus — Isso é errado.
— Não quando nós dois queremos, Valentina — ele falou num sussurro mais baixo que a minha voz anterior.
— Eu sou a Babá da sua filha, acabamos de nos conhecer. — ele me olha com um olhar sério de desculpas — Não deveríamos nos envolver, e não podemos.
— Somos adultos, Valentina. O que nos impede? Por que não podemos? — tantas perguntas e eu não queria responder.
- Eu não posso - dro.ga, ele me olha como se me lançasse mil perguntas e todas na minha cabeça não tinham respostas.
- Por quê?
- Eu sou mais complicada do que você imagina, muito mais - minha voz saiu fraca.
- deixa eu te descomplicar, te descobrir. - ele se aproxima novamente.
- Não dá! - digo um pouco alterada - Me deixa sozinha, por favor?
- Valentina, deixa eu... - olhou me implorando desculpas
- Só me deixa sozinha, só peço isso. Por favor, Sr. Kanon
- É só Breno, por favor - falou abaixando a cabeça antes de se virar e sair do meu quarto.
Lágrimas, elas invadiram o meu rosto assim que a porta se fechou. Lágrimas rolaram os meus olhos molhando o meu rosto e eu não quis mais segura-las.
Eu já estava mal pelas coisas que a minha tia disse a mim, por minha vida mudar do nada e isso já acontecer. É só o meu primeiro dia aqui.
Fiquei no quarto por horas, não sei quando parei de chorar, mas a tristeza ainda estava no meu rosto.
— Valentina? — escuto a voz de Marta enquanto a mesma bate na porta.
— entre — informei e ouvi a porta ser aberta.
— Um rapaz chamado Matheus está lá em baixo lhe esperando, falou ser urgente e que não vai embora sem falar com você.
Que mer.da ele veio fazer aqui???
— avisa que já estou descendo, por favor — falei limpando meu rosto e indo em direção ao banheiro que se encontrava no quarto.
- Minha querida, aconteceu alguma coisa? O Sr. Breno fez algo?
— Não se preocupe, não é com ele, é só como a minha vida se encontra — forcei um sorriso antes de entrar no banheiro
Após lavar o meu rosto não sei quantas vezes para disfarçar a cara de choro, eu estou descendo as escadas e o vejo sentado no sofá. As lágrimas que achava ter acabado queriam voltar, e mais fortes que antes.
— Matheus, podemos conversar lá fora? — falo indo em direção a porta da frente que dá visão do jardim
— Vamos — falou vindo atrás de mim e quando a sua mão encostou no meu ombro eu senti um arrepio que não queria nunca mais sentir na vida.
— O que você tá fazendo aqui? Está maluco? Esse é o meu novo local de trabalho, vou recomeçar aqui. — falei assim que a porta se fechou e enquanto caminhava para mais longe da entrada da casa para que ninguém pudesse ouvir. — E como você descobriu que eu estava aqui? Eu não falei para você que vim para cá.
— Valentina, tão ingênua. — falou indo para a minha frente e passando a mão pelo meu rosto — eu não sou bur.ro sabia? Ou pensa que é fácil se esconder de mim?
— não encosta em mim — peguei a sua mão que estava no meu rosto e tirei ela dali — só me deixa em paz! Já não ficou claro que eu não quero mais nada com você?
E assim as lágrimas começaram a escapar. Uma a uma.
— Você é minha, entendeu? Não é de mais ninguém. Eu mando em você e você já sabe o que acontece quando me desobedece. — ele voltou com a sua mão no meu rosto, mas dessa vez segurou o meu queixo com brutalidade me obrigando a encara-lo.
— Eu não sou sua, por favor. Só me solta e não me procura mais, eu já estou cansada disso — choro mais ainda e ele me solta quando a porta da frente é aberta.
— Está tudo bem? — fiquei em silêncio e de cabeça baixa, não queria que soubessem o que estava acontecendo. — Valentina?
— Está tudo mil maravilhas, Sr.? — Matheus que responde
— Kanon — Breno completa e escuto os seus passos para mais perto e o meu corpo congela quando sinto a sua mão tocar o meu ombro — Valentina?
Olho-lhe com o olhar marejado sabendo que viriam mil perguntas.
— Está tudo bem, Matheus já está de saída — desvio o olhar de Breno para Matheus e o olho com um olhar de "por favor, faz o que eu falei".
— Claro, eu já vou indo — ele se aproxima de mim, encosta o rosto no meu e fala no meu ouvido — mas eu volto qualquer dia, não vai conseguir fugir de mim
Ele se afasta forçando um sorriso e vira de encontro a saída, mas Breno fez questão de acompanhá-lo até o portão.
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Janete Dos Santos
como que esse cara soube aonde ela estava ?? E quem é ele???
2023-08-03
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