Breno Narrando
Fui de encontro a Matheus e o acompanhei até o portão.
Eu sabia ter algo de errado com ele, vi e ouvi pelas câmeras toda a conversa que eles tiveram e imediatamente fui ao encontro deles.
— Matheus — o chamei antes do portão se fechar — Fique longe da Valentina, todo o mundo percebe o quão incomodada ela fica na sua presença, menos você. Só deixe que ela viva a sua vida, pois ela não é um objeto ou um cachorro que tem dono, ela tem a própria vida.
— Não sei do que está falando, mas não acho certo o patrão se meter na vida de uma funcionária, também não acha?
— Não me provoque, ou só Deus sabe o que poderei fazer com você. — fechei o portão e continuei — e deixe Valentina em paz, ela merece pessoa melhor com ela e qualquer um é melhor que você.
Observei o desgraç.ado do Matheus se virar e ir embora. Quando me virei para entrar, Valentina ainda estava parada no mesmo lugar que estavam conversando. Aproximei-me e percebi que ela estava chorando, parecia que estava horas assim.
— Vamos entrar? — perguntei
— Preciso de ar fresco — concordei com a cabeça e segurei a sua mão
— Vem comigo? Tem um lugar que vai amar conhecer
Ela veio, ainda calada. Demos a volta na mansão e chegamos na área da piscina, onde o que iluminava era as luzes que vinham da água.
— Senta aqui — apontei para a borda da piscina enquanto me sentava e colocava os pés na água meio gelada. Ela se sentou do meu lado e colocou as mãos no seu colo, ficou fitando as mesmas enquanto ainda fungava pelo choro que tinha-lhe consumido. — Ele... não é o seu namorado, né? — relutei em perguntar.
— Não... — ela suspirou — Ele era. Tínhamos uma química boa no início, ele era divertido e carinhoso. Até que... — ela da uma pausa e limpa as suas lágrimas — que ele mudou. Me bateu quando sai com umas amigas sem avisar e depois disso ficou cada vez pior. Até que um dia, ele disse que se eu o amasse, eu deveria ir para cama com ele. — Ela me olhou com uma cara de "desculpa te contar isso" — eu falei que o amava, só não estava pronta comigo mesma para isso. — as suas lágrimas caíram de vez, ela voltou a soluçar e eu entendi o porquê.
— Ele te forçou? — perguntei sabendo a resposta
— sim. — a sua voz saiu num sussurro — mais de uma vez.
— Por isso... você ficou mal quando te beijei?
— Sim. Eu não estou preparada — ela olhou para mim, limpei as suas lágrimas com o meu dedão e a olhei — ele está atrás de mim há muito tempo, pensei que saindo da casa da minha tia e indo para qualquer outro lugar ele não me encontraria.
— fica tranquila, aqui dentro ele nunca vai te incomodar. Já informei os seguranças sobre ele. — digo e a abraço, ela encosta a cabeça no meu peito e tenta se acalmar
— Obrigada, eu nem sei como agradecer por isso. — ela retribui o abraço e se aninha nos meus braços.
— Não precisa agradecer, é o mínimo que alguém faria
Ficamos ali por um tempo, acredito que cerca de meia hora até entrarmos na casa. Marta informou que Diana já comeu e foi dormir, fico mais tranquilo, não seria bom ela ver a nova babá nesse estado.
Subi com Valentina para o seu quarto e informei que Judith para fazer uma sopa caprichada para ela. Ela precisava descansar, então falei para ela tomar um banho que logo voltaria para ver como ela estava.
Meia hora depois, fui na cozinha e a sopa estava sendo servida pela Judith. Peguei a tigela e levei para o quarto de Valentina, a porta já estava aberta, vi que a mesma está deitada na sua cama lendo um livro e somente quando entrei no quarto que ela tirou os olhos do livro e os fixou em mim.
— Espero que goste de sopa. - disse mostrando a tigela para ela - Judith acabou de fazer.
— Eu amo, e o cheiro está delicioso
Entreguei a tigela para ela e sentei na beirada da cama
- Você está melhor?
- Estou - ela deu uma colherada na sopa e murmurou, mostrando como a sopa estava boa - Obrigada por tudo, Breno.
- Já falei que não precisa agradecer - ela deu um sorriso - mas pode dar mais sorrisos como este que é uma ótima forma de agradecimento - o seu sorriso alargou mais ainda
Ela termina a sopa em silêncio e coloca a tigela no criado mudo ao lado da cama. Me levantei, peguei a tigela e fui na direção da saída do quarto.
- Boa noite - disse enquanto fechava a porta e ouvi seu murmuro desejando boa noite para mim.
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Atualizado até capítulo 32
Comments
marlene cardoso dos santos
muito bom
2023-10-18
1
Cassiele Silva Viana
estou amandoooooooooooo
2023-06-30
3