Samuel
Não entendo sua fúria desde a hora em que cheguei à sala, e fui arrumar meus pertences da mesa, Maíra não olhou aos meus olhos. Ela estava linda, a roupa ficou perfeita nela, a camiseta que hoje modificou bastante, marcou todo o seu corpo na medida certa, seu busto ficou desenhado, confesso que foi difícil desviar o olhar da sua direção, me concentrei bastante para que eu não ficasse olhando os seus seios e achar assim que eu sou um pervertido, não sou nada disso, o que acontece é que fiquei a noite toda, e todos esses dias de intervalo que eu não dava aula, pensando nela. Toda minha mente puxava a imagem de Maíra de algum modo, eu queria ela para mim, eu precisava dela para mim, algo nela me chamava atenção, era como magnetismo, eu queria ser um imã para puxá-la e beijar seus lábios.
Por um segundo eu me culpei por isso, não é certo um professor se apaixonar por sua aluna, nunca olhei para ninguém com maldade, não é do meu feitio fazer isso, só que alguma coisa aconteceu entre a gente, quando os nossos olhares se cruzaram na primeira aula, algo aconteceu, um sentimento que eu não sei explicar, a única coisa que tenho certeza é que eu a quero perto de mim.
-Porque está me tratando assim?
-Eu não sei do que o senhor está falando, eu não tenho que te tratar de algum modo, é meu professor não meu amigo.
-Não, não é disso que estou falando, digo pelo modo grosseiro, naquele dia que nós conversamos aqui sobre suas notas, sobre o reforço você foi muito gentil comigo por que hoje está desse modo?
-Eu não vou com a cara de pessoas que tem duas faces, naquele dia você sorriu para mim, eu vi, eu até retribuir, hoje você estava de papo com Iara, acha mesmo que eu deveria falar normal com você depois disso, azando duas alunas e depois querendo impôr amizade.
-Eu não tenho nada com ela, na verdade eu não tenho nem nada com você, enfim, eu não quero brigar nem discutir, caramba eu tenho tentado ser um bom professor desde a hora que eu cheguei aqui, tá certo que essa é somente a nossa segunda aula, mas poxa, não precisava ter me julgado tão mal, eu só respondi todas as vezes que ela levantou a mão e pediu minha ajuda, não agi como um homem que está interessado em uma mulher, agi como um professor que está dando aula para uma sala cheia de alunos necessitados, inclusive você.
-Eu não precisei da sua ajuda.
-Ah claro, você com certeza deve ter sido saído muito bem sem a minha ajuda hoje. Ande, deixe-me ver seu caderno. Me dê para que eu possa corrigir.
-Eu não vou te dar meu caderno, a aula já acabou.
-Independente se é aula ou não, eu continuo sendo seu professor, peço que por favor, com toda a gentileza, você me dê o seu caderno para que eu possa dar uma analisada, corrigir para ver se tá certo. Como você não precisou da minha ajuda nem um só momento hoje, quero saber se foi bem sozinha.
-Após longos minutos, mesmo estando bastante contrariada, ergue o caderno para que eu possa corrigir. Coloco meus óculos. De canto de olho vejo que ela repassa o peso de uma perna para outra. Não posso negar que está muito sexy com essa bota, é a garota mais linda que eu já vi na minha vida, apesar de estar com raiva de mim, continua sendo a menina que me apaixonei pelo primeiro dia de aula. Bom, vamos ver se ela foi bem nos números. Olho cautelosamente, calculo tudo mentalmente, conta por conta, não deixando passar nenhum só resquício de dúvidas. Em um dado momento a inspetora abre a porta. Ela me pega corrigindo o caderno, a encaro, está me vendo a fazer alguma coisa de errada aqui? Xspa da minha sala. Falo em pensamento.
-Com licença. Me desculpe Professor, senti sua falta na sala dos professores e vim verificar se ainda estava aqui. Bom, Desculpe ter entrado sem avisar Pelo que vejo ainda está trabalhando, todos os alunos desse período já foram embora, vocês têm mais ou menos 40 minutos para acabar aí, com licença. Me desculpe mais uma vez, bom trabalho professor.
-Volto a corrigir seu caderno. Assim que acabo eu dou para que ela possa ver quantas contas acertou. Ainda coloco a nota a qual provavelmente vai ser sua no final do bimestre.
-Não tenho muito o que fazer, se continuar assim vai ser muito complicado.
-Zero professor. Abre a boca minimamente bastante espantada com sua nota. Realmente é de se surpreender, dentre algumas equações fáceis e outras difíceis ela conseguiu errar todas.
-Sim. Olha Maíra, eu vou ser bem sincero com você, de 0 a 10 a sua chance de passar é zero. Como eu te falei você precisa de um professor que te ajude a entender essa matéria você conseguiu algum?
-Não, eu até cheguei a pegar os números de alguns, só que eu não tive coragem de ligar.
-Como assim você não teve coragem de ligar. Não estou brincando com você, estou falando sério quando eu digo que precisa urgentemente dessa ajuda, daqui a pouco as provas estão aí batendo na porta, como vai se virar para fazer todas as provas inclusive de matemática que não vai ser fácil. Me diga, porque não ligou para o professor, lembro-me que em uma dessas vezes que nos encontramos no corredor eu cheguei até te dar uma folha com todos os nomes de algumas professoras e professores particulares que eu conheço, cheguei até colocar o preço ao lado, não era difícil, era só você pegar seu celular, ou pedir o celular de alguém para quem pudesse ligar para eles, me diga Maíra por que não ligou para eles? Eu quero uma desculpa real, sincera.
Respira fundo e fala.
-A verdade é que eu não tenho dinheiro.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Berê
Professor Samuel cuidando da aluna, na qual está interessado. Preocupação pedagógica já mudando de foco... Sigamos!
2023-06-14
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