Era uma manhã fresca em Belénopolis. Victória saiu apressada de casa, carregando sua bolsa cheia de tecidos e croquis. O coração batia acelerado com a expectativa do encontro com Bruna, sua melhor amiga, e o avanço nos preparativos para a semana cultural. Na praça central, onde o sol iluminava as árvores e o som dos pássaros preenchia o ar, Bruna já a esperava.
— Até que enfim, Vic! Pensei que tivesse esquecido de mim. — Bruna brincou, abraçando a amiga.
— Esquecer você? Nem se quisesse! Mas meu pai me prendeu com outro sermão sobre não deixar o trabalho atrapalhar os estudos. — Victória revirou os olhos, arrancando risadas de Bruna.
As duas seguiram para a faculdade, onde passariam a manhã em uma sala improvisada, cheia de cores e ideias. O projeto que estavam criando juntas era ousado: Bruna, com seu talento para pintura, ajudava Victória a transformar tecidos simples em obras de arte.
— Eu estava pensando... — disse Bruna, mergulhando um pincel em tinta vermelha. — E se adicionarmos detalhes florais aqui? Vai dar um toque romântico e moderno.
Victória olhou atentamente para o tecido.
— É uma ideia ótima, Bru! Mas precisamos pensar na costura. Se sobrecarregarmos o tecido, pode ficar pesado.
— É por isso que você é a mente prática, e eu, a artista maluca. — Bruna sorriu.
Enquanto trabalhavam, uma notícia começou a circular pela faculdade: Chang havia chegado à cidade e estava visitando o Hotel Y, sua nova propriedade.
— O quê? Ele já está aqui? — Victória perguntou, surpresa, quando um colega passou pela sala comentando sobre a novidade.
— Parece que sim. E ouvi dizer que ele vai participar da semana cultural. Talvez ele esteja procurando talentos para investir. — O colega respondeu, deixando Victória ainda mais nervosa.
No intervalo, Victória e Bruna foram ao refeitório e encontraram Beto, que estava entregando uma encomenda de bolos de chocolate que preparara no hotel.
— Beto, é verdade que o Chang está no hotel? — Victória perguntou, tentando soar casual.
— É verdade. Ele chegou ontem à noite. Parece que está reorganizando tudo e quer conhecer cada detalhe. — Beto respondeu, enquanto Bruna roubava um pedaço de bolo.
— Ele é tão sério assim? Pensei que o Chang fosse mais... descontraído. — Victória disse, lembrando-se do garoto sorridente que conhecera na infância.
— O tempo muda as pessoas, Vic. Mas uma coisa eu posso garantir: ele não para de falar de você.
Victória ficou sem palavras. O que Chang poderia querer com ela?
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Enquanto isso, Allan também sentia os ventos da mudança. Durante sua aula noturna de administração, ele recebeu uma mensagem inesperada de seu chefe, Nawaki:
"Precisamos conversar amanhã cedo. É urgente."
O tom sério da mensagem o deixou apreensivo. Estaria prestes a perder o emprego? Ou seria algo relacionado ao cliente misterioso que visitara a empresa naquela semana?
De volta à faculdade, Victória terminou o dia sentindo-se exausta, mas realizada. Ela e Bruna haviam feito grandes progressos no projeto.
— Você vai ver, Vic. Esse desfile vai ser incrível, e o Chang vai ficar sem palavras. — Bruna disse, abraçando a amiga antes de irem embora.
Victória sorriu, mas, no fundo, ainda sentia um frio na barriga. A presença de Chang parecia trazer algo mais do que nostalgia. Era como se um capítulo importante de sua vida estivesse prestes a começar.
Enquanto caminhava para casa, o céu tingido de laranja pelo pôr do sol, Victória viu um carro de luxo parar na frente do Hotel Y. Ela não conseguiu enxergar o rosto do motorista, mas sabia, instintivamente, que Chang estava ali, observando-a de longe.
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Atualizado até capítulo 31
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