A manhã começou agitada na casa dos Souza. Allan saiu cedo para o trabalho, carregando consigo a habitual marmita e uma dose extra de café. Victória, ainda imersa em seu próprio mundo criativo, aproveitou a tranquilidade da casa para ajustar os últimos detalhes do vestido que planejava apresentar na semana cultural.
Na empresa de transporte onde Allan trabalhava, a movimentação era intensa. Ele tinha um bom relacionamento com os colegas, mas seu chefe, Nawaki, era conhecido por ser rígido e exigente.
— Allan, preciso que você faça essa entrega pessoalmente. É para um cliente importante, e não quero erros! — ordenou Nawaki com o tom firme de sempre, entregando um envelope lacrado.
— Claro, senhor. Pode deixar comigo. — Allan respondeu, tentando ignorar o peso da pressão.
O endereço o levou até a Puro e Forte, uma renomada empresa de comércio de café que Nawaki administrava com habilidade. Ao chegar, Allan notou a atmosfera sofisticada do local. Ele entregou o envelope e, ao sair, sentiu o cheiro marcante de café fresco no ar. Esse aroma lhe trouxe lembranças do passado — de momentos simples e felizes ao lado da mulher que amara, antes de ela desaparecer sem explicações.
Enquanto isso, Victória aproveitou o dia para se encontrar com Bruna. Elas decidiram ir ao Hotel Y, onde Beto, namorado de Bruna, trabalhava como chef. Era a desculpa perfeita para experimentar uma de suas famosas lasanhas, algo que Bruna nunca recusava.
— Vocês estão aqui de novo, hein? Não sei se vêm por minha causa ou pela comida. — Beto brincou, colocando o prato fumegante na mesa delas.
— Pela comida, claro! Mas sua companhia é um bônus. — Bruna respondeu, arrancando risadas de todos.
Enquanto saboreavam o almoço, Victória comentou sobre a semana cultural e como estava nervosa para apresentar seu vestido.
— Vai dar tudo certo, Vic. Aliás, ouvi uns boatos de que o Chang comprou o Hotel Y. — Beto disse casualmente.
Victória engasgou com a bebida.
— O quê? Como assim?
— É sério. O antigo dono, Seu Carlos, decidiu se aposentar, e Chang comprou tudo. Ele deve chegar à cidade esta semana. — Beto explicou enquanto voltava para a cozinha.
Victória tentou disfarçar a ansiedade. Chang, seu amigo de infância, agora era um bilionário que investia em tecnologia. O que ele estaria fazendo em Belénopolis? E por que ela sentia o coração bater mais rápido só de pensar nele?
De volta ao trabalho, Allan foi chamado ao escritório de Nawaki. O chefe parecia mais sério do que o normal.
— Allan, eu confio muito em você, mas preciso que saiba que a empresa está passando por dificuldades. Dependemos de clientes como o de hoje para manter as coisas funcionando. — Nawaki fez uma pausa. — Estou contando com você.
Allan saiu do escritório com a cabeça cheia. Ele sabia que precisava se esforçar ainda mais, não apenas para manter o emprego, mas também para dar a Victória a chance de realizar seus sonhos.
Naquela noite, enquanto Allan preparava o jantar e Victória o ajudava a cortar os vegetais, ela decidiu contar sobre a conversa com Bruna.
— Pai, sabia que o Chang está voltando para Belénopolis? Ele comprou o Hotel Y.
Allan parou por um momento, segurando a faca no ar.
— Chang... aquele menino que vivia aqui quando você era pequena?
— Sim. Parece que ele ficou rico e está investindo na cidade. — Victória tentou soar indiferente, mas Allan percebeu o brilho em seus olhos.
— Bem, se ele está de volta, talvez seja uma boa oportunidade para você. Amigos assim podem abrir portas, mas cuidado, filha. O dinheiro muda as pessoas.
Victória sabia que seu pai queria protegê-la, mas, no fundo, ela estava curiosa. Quem era o Chang agora? E o que sua volta significaria para sua vida?
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No silêncio da noite, enquanto Allan revivia as memórias do passado e Victória sonhava com o futuro, Belénopolis se preparava para receber um visitante que mudaria tudo.
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Atualizado até capítulo 31
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