Capítulo 3

Bato na porta daquela humilde casa. Uma velha de cabelos brancos e baixa estatura aparece lá de dentro.

— Bom Dia senhora. — Tiro os óculos escuros para dizer olá.

— Bom Dia. — A mulher responde, um pouco cética.

— Você é Madame Rosse?

— Para que você quer saber isso? — Ela responde ainda com a porta entreaberta, revelando apenas metade do corpo.

— Meu nome é Angela. — Estendo a mão para ela, mas ela permanece cética e tento esconder meu nervosismo.

— Quem é  mãe? — Uma voz feminina pergunta de dentro da casa.

— Uma garotinha que vem procurar saber se consegue pegar um protagonista. — A essas palavras retiro a mão sabendo que você não tem interesse em me conhecer, e se só de me ver conclui isso, acho que estou perdendo meu tempo. Penso em sair, mas a porta se abre completamente revelando uma mulher muito bonita de cerca de trinta e cinco anos, alta, olhos verdes e cabelos loiros, dona de um lindo sorriso. Ela pega a velha pelos ombros e fala com ela afetuosamente.

— Mãe, eu já te falei que você deve tratar as pessoas com respeito, sabia? Acho que os peixes precisam ser alimentados, você poderia me ajudar com isso?

— Meu peixe? Aquelas crianças comem tanto... — A velha muda o olhar para um de ternura e vai embora.

— Sinto muito, ela era uma mulher cheia de amor, mas os anos afetaram sua cabeça.

— Não se preocupe, mas então temo que você não consiga me ajudar. — digo a ela com um sorriso de compreensão. —Eu precisava que ela lesse meu tarô. — A mulher sorriu.

— Então acho que na verdade você está procurando por mim e não pela minha mãe. Prazer em conhecê-la, sou Madame Rosse.

— É você? — Pergunto um tanto surpresa ao receber sua mão.

— Sim, vá em frente.

— Meu nome é...

— Angela de la Torre... e não pense que sou bruxa ou vidente, não há ninguém no país que não conheça sua família.

— Quanto a isso... — falo enquanto a sigo.

— Não se preocupe, a discrição faz parte do meu trabalho, e quanto à minha mãe, já deve ter esquecido que a conheceu há alguns minutos. Sente-se por favor. — Ao procurar um lugar onde se lesse o tarô pensei que encontraria algo arrepiante, mas nada poderia estar mais longe da verdade. A mulher tem uma sala perfeitamente adequada com muita luz, pinturas da Via Láctea, alinhamento dos planetas e muitos livros. Nada de plantas, velas ou cruzes na cabeça.

Ela se senta e eu faço o mesmo na frente dela.

— Antes de começar quero esclarecer que só posso fornecer as informações que me são mostradas nas cartas, não espere nada de extraordinário, o tarô é uma ciência, não uma feitiçaria, não tenho poderes sobre os humanos. Se você ainda estiver interessada em meus serviços, podemos começar.

— Por favor. — É a minha resposta para ela. A mulher não perde tempo e começa a embaralhar as cartas.

— Pegue uma carta. — Ela diz depois de colocá-os sobre a mesa.— A imperatriz. No seu caso fala-nos de um nascimento, mas não de um nascimento natal, é um novo começo, uma nova oportunidade. Você enfrentou um evento traumático, mas isso a ajuda a se reerguer. Pegue outro cartão. — Faço o que ela manda e ela continua. — Espadas. Há uma traição que está sendo orquestrada contra você e vem de pessoas que você ama.

— Pessoas? Quem é esse?

— Pegue outra carta... — Ela permanece em silêncio por um momento. — Um homem e uma mulher, como já te falei, não posso te dar nomes, mas você deve ficar atento aos sinais. — Ela acena para mim com a mão e eu pego mais uma carta. — A morte de um amor, aquele que você pensava que não teria fim, as cartas nos dizem que sim. — Pego outra carta. — Esse homem te ama, mas seu orgulho e ciúme são mais fortes que seu amor. — Meu rosto franze a testa e por um momento penso que é puro charlatanismo, Camilo nunca teve motivos para ter ciúmes de mim. Pego outro cartão e observo enquanto ela fala novamente. — Essa é a carta da morte... pegue outra... A morte é sua guardiã? — Ela pergunta em vez de afirmar, obviamente surpresa.

Sinto muito, o que as cartas me mostram não é coerente.

— Por favor, continue, o que mais dizem as cartas?

— Não posso, já te falei, nunca vi nada parecido, talvez eu esteja interpretando errado.

— Por favor continue. Preciso.

— Desculpe, é melhor você voltar outro dia. — Tiro dinheiro da carteira e entrego para ela.

— Não é necessário, fiz uma má interpretação das cartas.

— Eu não acredito. — Deixo o dinheiro na mesa e caminho em direção à saída.

Me despeço dela que me segue e volto para o meu carro.

Dirijo sem rumo pela cidade, paro em frente ao calçadão de Barranquilla onde olho o rio. O sol está forte a esta hora do dia, quando são quase 12 horas, mas a brisa prevalece, acalmando a sensação de queimação. minha pele.

O que devo fazer? Devo ir a um sociólogo? Enfrento Camilo? E se eu fizer isso, o que vou dizer a ele? O que devo assumir sobre as consequências dos meus sonhos? Isso é um absurdo, vou até um banco debaixo de uma árvore tentando Espero que Deus me ilumine.

Já se passaram três dias e embora meus alarmes ainda estejam ligados, não consegui descobrir nada que me fizesse suspeitar que Camilo queira fazer algo contra mim. Quanto à festa na casa de Sam para a qual Magdalena me convidou, decidi não comparecer., se a sequência das coisas deveria ter acontecido como no meu sonho, numa teoria maluca acho que consegui mudar o destino, ou assim espero.

Camilo me pediu para buscá-lo no aeroporto e aqui estou; com o sorriso mais radiante tentando continuar com minha vida. Assim que ele me vê à distância, ele sorri para mim e meu coração estremece. É impossível que o homem que daria tudo por mim fosse capaz de fazer algo tão atroz comigo.

— Amor, você não imagina o quanto senti sua falta. —Ele deixa as malas de lado e me pega no colo enquanto me beija. É esse lindo amor ao qual estou acostumada e que se recusa a duvidar dele.

Assim que ele me coloca no chão e eu me viro para caminhar ao lado dele, um homem alto e corpulento esbarra em mim.

— Desculpe. — Ele diz sem olhar para mim, deixando cair uma pequena flor vermelha.

Nota do autor.

É a primeira vez que me aventuro num romance paranormal; Espero que gostem e eu também 😄 O que vocês podem ter certeza é que darei 100% como sempre.

E você já percebeu que temos uma música que representa essa nova história, então aproveite para ouvir “11 Kisses, de Morat”.

Beijos, até amanhã.

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Comments

Rosária 234 Fonseca

Rosária 234 Fonseca

Caraca espero que ela não se deixe levar pelo engano desse cara

2023-10-30

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