lSalvatore Martinelli 🎭
Fechei a porta e permaneci imóvel por alguns segundos, com um sorriso idiota no rosto.
Por que estou feliz?
Antes que eu comece a criar teorias sobre esse sentimento esquisito, decido sair dali. Não quero que ela abra a porta e me encontre parado, parecendo um completo imbecil.
Apago o sorriso e me viro, seguindo pelo corredor. A porta do quarto da Samantha está entreaberta e o som da TV preenche o ambiente. Dou passos curtos até lá e encontro Vincenzo rindo, os olhos grudados na tela.
— Está se divertindo, Vince? — perguntei, me aproximando dele.
— Sim, mas não entendo quase nada do que eles falam. — Ele deu de ombros, rindo de novo.
Ri da resposta.
— Você vai aprender, não se preocupe. É muito inteligente, logo vai falar italiano melhor do que eu.
Ele concordou com um sorriso orgulhoso.
— Vou trabalhar agora. Se precisar de alguma coisa ou ficar com fome, chame a Leonor, a Aysha ou a minha mãe, certo?
— Tá bom. Boa sorte, Salvatore.
Dei um passo, mas parei no meio do caminho.
— Esqueci de te perguntar: como você sabe que sou o Salvatore?
Vincenzo franziu o cenho, como se a resposta fosse óbvia.
— O tio Stefano não tem a sobrancelha cortada.
— Só por isso?
— E você é mais engraçado.
Soltei um riso baixo.
— Não deixe o Stefano saber disso. — Pisquei para ele antes de sair.
Esse Vincenzo é uma graça.
Desci as escadas sem pressa e fui até o escritório do Heitor para revisar alguns papéis. Estava me acomodando quando ouvi a voz da minha mãe:
— Salvatore?
— Sim? — respondi, levantando o olhar.
— E então? Ela vai ficar?
— Sim. Prometi que não a trataria mais daquele jeito e ela mudou de ideia. — Vi um sorriso se formar no rosto dela.
— Espero que cumpra sua promessa.
— Vou cumprir, não se preocupe.
Ela assentiu e virei de costas, entrando na sala.
A mesa estava coberta de documentos. Suspirei, desanimado, e me sentei, começando a revisar a papelada.
[...]
Depois de um tempo, tomei um gole de uísque e analisei o último papel — o mais importante. Era o documento que consolidava a soma da herança e a parte que cabia a cada um de nós. Reli várias vezes para ter certeza e só então assinei. Organizei tudo em ordem alfabética e guardei nas gavetas.
Levantei-me e fui até a parede que escondia a sala de armas do Heitor. Digitei a senha no painel e escaneei meus olhos. A luz verde acendeu, e a parede deslizou, revelando a entrada secreta.
Desci as escadas rapidamente, avaliando o estoque de munição. A quantidade estava abaixo do ideal — teria que fazer um novo pedido. Sentei-me no chão e comecei a inspecionar as lâminas e adagas.
— Droga! — murmurei, quando acabei espetando o dedo em uma delas.
Passei o dedo em cada lâmina, testando o fio. As que não me cortaram, coloquei em uma caixa para afiar depois. As afiadas voltaram para o lugar. Organizei tudo antes de sair, e a parede se fechou atrás de mim, voltando a parecer normal.
O pôr do sol já tingia o céu quando olhei pela janela. Depois de me certificar de que estava tudo em ordem, subi para o meu quarto e vesti o uniforme de treino.
Me encarei no espelho e gostei do que vi. Apaguei as luzes e fui para o local de treinamento.
— Bom dia, senhor. — cumprimentou um dos meus homens.
— Bom dia. Preparado? — perguntei, assumindo a postura de combate.
Ele assentiu, firme. Esperamos o disparo no céu — o sinal para começar a luta. Assim que o som ecoou, avancei contra ele.
Aysha Carther Ferraz 🥀
— Aaaah! — gritei, me enfiando debaixo da mesa e tapando os olhos com as mãos.
Estava prestes a roubar mais um pedaço de bolo quando ouvi o som de um tiro. Um. Tiro.
— Ai, meu Deus, me ajuda! — sussurrei, em pânico. — Sou jovem, nem me casei ainda. Qual é, Jesus? Sou um neném! Não posso morrer agora… Please!
O coração batia tão rápido que parecia que eu tinha um tambor no peito. Ouvi passos se aproximando da cozinha e entrei em modo desespero total. Praticamente vi minha vida passando em câmera lenta.
A toalha da mesa foi levantada, e eu soltei um grito abafado, pronta para me despedir da existência.
— Aysha? O que faz aí embaixo? — Era a Bella, me olhando com uma expressão confusa.
— Rápido, Bella! Se esconde aqui também! — puxei o braço dela, trazendo-a para perto.
— Mas… o que está acontecendo?
— Shhh! Eles vão nos matar! — sussurrei, arregalando os olhos.
— Matar? Quem vai nos matar?
— Eu ouvi um tiro! Talvez… sei lá… uma invasão?! — minha voz saiu fina, quase histérica.
Bella piscou devagar, depois… começou a rir. Rir mesmo. Daquelas risadas que fazem até perder o ar.
— O que foi?! — perguntei, ofendida e apavorada ao mesmo tempo.
Ela saiu debaixo da mesa, ainda rindo, e estendeu a mão para me ajudar.
— Aysha, ninguém vai morrer. Esse é o sinal de que o treinamento começou.
— Treinamento? O do Salvatore?
— Sim. Nesse momento, ele deve estar treinando com os outros.
Fiquei em silêncio por dois segundos, processando a informação.
— E por que diabos ninguém me avisou sobre esse maldito sinal?! — falei, tentando parecer calma, mas minha voz tremia. — Eu sou nova aqui, tenho um coração frágil!
Bella riu ainda mais, limpando uma lágrima do canto do olho.
— Ai, Aysha… você é uma figura.
— Promete que não vai contar isso pra ninguém? Principalmente pro Salvatore. Ele vai me zoar até o fim da minha vida.
— Prometo.
— É sério, hein! Isso foi só… só um teatro. Sou modelo, lembra? Drama é meu forte.
Bella me encarou com uma expressão de "claro que foi", mas não discutiu.
— Vou lá ver o tal treino. — Ajeitei a saia, tentando recuperar a dignidade, e saí da cozinha, ouvindo a risada dela ecoando atrás de mim.
Que vergonha alheia…
Saí para o jardim, passando pelas rosas brancas, e caminhei até o local de treinamento. Uma multidão de pessoas lutava, vestindo uniformes de diferentes cores.
Me sentei na relva, observando Salvatore. Ele estava… meu Deus. Aquele uniforme de luta colado no corpo, destacando cada músculo.
Cruzei as pernas, porque, sinceramente, já começava a ficar quente.
— Para de ser tarada, Aysha — sussurrei para mim mesma.
E pensar que, minutos atrás, ele estava no meu quarto… Bem, vocês sabem.
Mas meu devaneio terminou rápido quando percebi que todo mundo estava me encarando. Levantei-me, desconcertada, e juntei as mãos, sem saber o que fazer.
Salvatore sorriu para mim — aquele sorriso que derrete até gelo do Ártico — e fez um gesto para que eu me aproximasse.
Engoli em seco e caminhei na direção deles, me sentindo o centro das atenções. Passei pelo corredor formado pelos lutadores e me posicionei ao lado do Salvatore.
— Achei que estivesse se escondendo debaixo da mesa — ele sussurrou, com um sorriso malicioso.
Revirei os olhos, bufando.
— Era só… uma estratégia de sobrevivência.
Ele riu baixinho, e eu tive que me concentrar muito para não sorrir de volta.
Maldito sorriso irresistível.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 85
Comments
Tatiane Silva
tô rindo até agora
2024-04-26
1
Sueli Silva
Morrendo de rir com a Aysha 🤣🤣🤣🤣🤣
2024-04-26
1
Drica
parabéns autora.
2024-03-22
3