capítulo 4

Os sonhos tornaram-se cada vez mais frequentes. Agora acredito que estou a enlouquecer, até mesmo acordada a voz dela chama-me. Não entendo, mesmo que queira.

Finalmente livrei-me de tudo o que não prestava mais, o quintal estava limpo, não havia ficado mais nada. Mas adivinhem como sempre para não perder o costume já não tenho mais comida em casa. Percebi isso enquanto limpava os armários, já fazem dois dias. Mas tenho ovos, os últimos dois que vou comer agora. As contas chegaram já tem três dias. Não tenho como adiar a minha saída de casa. Enquanto caminho percebo não haver muito movimento. Apenas alguns cachorros na rua, que ficam enlouquecidos a latir para mim. Pago as contas e vou ao mercado. Pego chá, café, pão, ovos, sal, arroz, carne, manteiga, leite, batatas, tomate, óleo, e alguns produtos de higiene e limpeza. Vou passar as compras, o senhor Billy chama o rapaz que faz as entregas.

— Coloque as coisas da menina numa caixa e deixe na casa dela. — Eu não vou entregar nada para ela, é uma bruxa. — Se fosse bruxa não viria ao mercado, estaria se alimentando de pessoas burras como você. Agora faz o que mandei.

O rapaz contrariado fez o que ele havia mandado, saiu com as minhas coisas antes mesmo que eu pagasse. Agradeci ao senhor Billy e sai.

Quando volto para casa, a caixa com as minhas coisas estavam na porta. Pelo menos não precisei carregar aquilo tudo. Abro a porta, pego a caixa e entro. Coloco sobre a mesa. Dessa vez separo as coisas, para não colocar o sabão na geladeira novamente. Guardo tudo e sento-me. Não há muito o que fazer agora. Sozinha, sem ninguém para conversar. Isso não me incomoda, Blair falava pouco, mas estava presente. Escuto uma batida na porta. Isso sim! É estranho, ninguém bate a nossa porta. Ou melhor, a minha porta. Levanto e vou até lá. Tem um papel em baixo da porta. Olho pela janela e não vejo ninguém. Olho para o papel, e está escrito.

"Precisa vim, está na hora. O perigo se aproxima, venha. "

É cada coisa. Essas crianças não têm mais o que fazer? O perigo se aproxima, isso é piada. Vai haver o fim do mundo agora.

Fecho a porta e quando me viro, vejo uma sombra passar para o quarto. Só pode ser algum bicho que entrou. Vou até lá e não vejo nada. Volto para a cozinha, e coloco o papel no lixo. Ponho a água no fogo, um chá vai ser bom. Chá é sempre bom. Enquanto preparo o meu chá, uma porta bate. Isso faz com que eu queime a minha mão. Lavei na água fria, e sequei. Mais uma batida, e vou até lá. A porta do quarto estava aberta. Vou até lá fechar. Quando me aproximo os meus desenhos estão espalhados pelo quarto. Isso era impossível, eles estavam numa pasta no guarda-roupa. Alguém entrou no quarto só pode. Arrumo eles novamente, mas percebo que falta um. Onde está o desenho que fiz dela? Procuro em baixo da cama, olho em todos os cantos e não encontro. Por que alguém pegaria um desenho? Arrumo eles na pasta, e fecho a janela do quarto. Volto para a cozinha e tomo o meu chá. Pego um livro para ler, mas o fato de alguém ter entrado na minha casa e mexido nas minhas coisas, não me deixa muito a vontade.

As horas pareciam passar lentamente, resolvi caminhar um pouco. E que lugar melhor que a floresta. Ninguém anda por lá, e evito os olhares das pessoas. Fecho toda a minha casa, e saio. Atravesso a rua e adentro a floresta. Conforme adentrava senti um ar mais pesado. Tudo parecia estranho, mesmo acostumada a caminhar por ali. Escutei um barulho e isso chamou a minha atenção. Fui na direção do som, não parecia estar longe. Senti um cheiro estranho, como se houvesse algum animal morto por ali. Quanto mais me aproximava pior era. Eu vi um cervo morto, me aproximei e ele estava estraçalhado. Algum animal atacou ele. Mas que tipo de animal faria aquilo? Suas entranhas estavam para fora, mas algo conseguiu quebrar as costelas dele. Saio daquele local o cheiro estava forte demais. Sigo caminhando, e conforme caminho parece que alguém me segue. Eu escuto os barulhos e me viro para ver. Mas não enxergo ninguém, sigo em frente. Sai da floresta, e o vizinho me observava da janela. Não sei o motivo de ficar me observando. Entro em casa e tiro o tênis. Vou ao banheiro e lavo as mãos. Preparo algo para comer, janto e vou me deitar.

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Comments

Margarete Gaya

Margarete Gaya

tomara que quem está seguindo ela seja o que avó disse que ela podia confiar.

2024-01-08

3

Margarete Gaya

Margarete Gaya

sai daí Luna antes que aconteça o pior .

2024-01-08

1

Angela Valentim Amv

Angela Valentim Amv

Eu hein já teria ido embora logo , e ir conhecer a minha avó .

2023-11-24

4

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