...• Thomas Milles...
Palestras na sua grande maioria costumam ser tediosas, as mesmas perguntas, a mesma euforia, se torna algo automático.
Esperei a cada vez que a tal garota que parecia estar tendo um orgasmo apenas por me ouvir levantasse a mão e fizesse uma pergunta.
Não foi o que aconteceu, e isso só me deixou mais intrigado.
A palestra encerrou, e antes de ser sufocado fui levado até uma copa, onde serviam um coffee-break.
— Doutor Milles, acho que nunca vi os alunos tão empolgados. — Diz ele tão empolgado quanto os tais acadêmicos, já que havia suor em suas têmporas e certa euforia em sua voz.
— Já tem os resultados dos escolhidos para fazer a residência?
— Tenho, são os melhores de todas as turmas. — Diz um tanto convicto, enquanto se serve café.
— Pode me passar a lista? — Queria confirmar o que eu ja sabia, certamente aquela garota loira estará na minha equipe. Como eu sei? Eu ja disse ser observador é muito vantajoso, posso afirmar que com a sede que ela me ouvia e segurando a tentação de levantar a mão quando eu permiti as perguntas no auditório ela só pode estar entre os melhores. Morgan me passa a lista e eu olho, dez alunos com notas entre 96,8 e apenas dois com cem por cento de aprovação. — Senhor Morgan, gostaria que reunisse os alunos aprovados para que eu os parabenize.
— Com certeza senhor Milles. - É engraçado perceber o fato de que o senhor Morgan estava com todas as forças tentando manter a calma, meu pedido certamente foi incomum, mas não consigo evitar. — Eu vou chama-los.
Coloco uma xícara de café preto, meu paladar é um tanto sensitivo, bem como o meu ofalto que começa a se incomodar com fragrância amadeirada do perfume da esposa do reitor, que sentou-se bem a minha frente com as pernas cruzadas numa tentativa falha de sensualidade, é patético.
Mantenho minha atenção nas folhas a minha frente com os nomes dos novos residentes,
enquanto aguardo os felizardos, por assim dizer, não sei como estarão quando começarem a trabalhar comigo, sou exigente e intransigente, e não aceito nada menos do que o melhor. É o que eles vão descobrir, detesto pessoas medíocres, cujo contentamento é de que se tudo na sua vida for mediano já estão no lucro.
Algum tempo depois o senhor Morgan retorna com os futuros residentes, e como eu imaginei a loira estava entre eles.
Oh, assim que meus olhos caíram nela, foi inevitável não lembrar das suas expressões de prazer enquanto me ouvia falar sobre algumas das minhas intervenções cirúrgicas mais complexas e bem sucedidas. Ela realmente conseguiu prender minha atenção.
Eles entram alguns demonstram confiança, outros ficam ansiosos, se escondendo atrás dos mais confiantes, típico comportamento humano. Mas ela não.
E isso é intrigante. Ela não esconde, mas também não assume uma postura esnobe como alguns. Certamente ela é o tipo de pessoa que não se escora nos outros. Será? É o que pretendo descobrir.
— Talvez alguns de vocês estejam se questionando a razão de estar aqui, quero parabeniza-los por essa nova etapa. Espero que a sua residência seja um tempo de muito crescimento para vocês.
A tensão se torna celebração, alguns de forma arrogante apertam as mãos uns dos outros como se esperassem por aquilo tecem elogios.
— Isso foi inesperado. Sei que estavam esperando o e-mail de confirmação, mas não é todo o dia que se recebe Thomas Milles. Parabéns a todos vocês. Mia Brown, e Joseph Kent, venham aqui.
É interessante como apenas uma pessoa despertou o meu interesse de observação nessa sala.
Mia Brown.
Ela aguça e atiça completamente o meu sentido visual, andando calmamente e tentando reprimir um vulcão que se formava dentro dela, os seus lábios estão entrabertos, e seus olhos piscam menos do que deveriam, ela esta extasiada.
— Esses são nossos alunos com as maiores notas. Inclusive a tese de Mia foi baseada em um dos seus artigos.
— Interessante. Os meus parabéns a vocês.
— É uma honra senhor Milles. — Um puxa saco detectado, um cavalheiro jamais atropelaria uma dama, como ele acabou de fazer. Ele fala, fala e fala, mas meus olhos estão nela.
Ela no entanto não diz nada, não por medo, ou por que estava paralisada, ela ainda estava assimilando aquilo tudo, o que me faz pensar que mesmo tendo as melhores notas ela ainda tinha dúvida dos resultados, e isso é proveniente de alguem que não é medíocre. Esta sempre se esforçando para ser o melhor. E eu gosto disso.
Morgan decide finalmente ser útil e encerrar a autopromoção do tal Joseph, liberando todos os que ainda estavam ali.
— O quanto você quer isso? — Pergunto, ela já estava virada, prontamente ela fica de frente, e não há nenhuma hesitação ou confusã, ela prontamente responde. Mais do que tudo. Não preciso dizer que ouvir esse mais que tudo prendeu a minha total atenção nela. Até onde ela iria por esse mais que tudo?
Mais do que tudo. Certamente eu me lembrarei disso. Pois se você quer algo mais que tudo, também esta disposto a fazer qualquer coisa para garantir o seu mais que tudo.
Involuntariamente ela morde os seus lábios inferiores, denotando a excitação de estar na minha presença.
E isso me faz querer jogar.
Eu a observo até que ela desaparece do meu campo de visão.
Mais do que tudo.
É uma frase pequena, com uma extraordinária gama de possibilidades.
E isso não deveria ter sido dito em voz alta.
Não para mim.
Sabe o grande mal de pessoas prepotentes? Elas tem certa previsibilidade do futuro. Não por dom ou nada sobrenatural. Mas por que sabem como fazer as pessoas se dobrarem a sua vontade.
Talvez o nome disso seja tirania. Eu não me importo.
Mia Brown se tornou o objeto da minha observação. Uma perigosa linha tênue entre minha ética profissional e meu desejo.
Demasiadamente perigosa.
Nunca me envolvi com enfermeiras, médicas ou residentes no hospital. Gosto de fazer separação entre essas duas coisas. Mas quando o desejo começa a aflorar, é letal.
Não que eu perca a racionalidade, mas é quase impossível não pensar no que me atrai, talvez seja o lado negativo de ser a porra de um voyeur. Mas não vou admitir com a minha própria boca.
Se ela sentiu prazer apenas ao me ouvir falar, imagina quando ela descobrir o que eu posso fazer, não consigo parar de pensar naqueles olhos cintilantes revirando de prazer.
Eu não deveria, mas é tarde demais para conter meus impulsos.
De volta ao meu apartamento entro com contato com o meu advogado, algo necessário para alguém com interesses tão excêntricos como os meus.
— Doutor Wilson, quero que redija um contrato para mim. Com aqueles mesmos termos, deixe tudo pronto para quando eu precisar.
— Sim senhor Milles. Fico no aguardo.
Eu já disse, se alguém quer algo mais do que tudo, certamente fará tudo o que for preciso para conseguir aquilo que quer, ou pelo menos pode ser levado a pensar que precisa. E para isso eu estou aqui.
É uma lei básica.
E eu sei ser muito convincente. Aliás eu sei ser muitas coisas.
Presciência, prepotência, ou arrogância. Dê o nome que preferir.
Ah Mia Brown se você soubesse como a sua vida esta prestes a mudar. Ou posso ousar dizer que já mudou?
— Mia Brown.
O seu nome dança na ponta da minha língua, junto a uma boa dose de uísque.
◇◇◇◇◇◇
Senhor Milles eu quero mais que tudo ver o que o senhor pode fazer 🔥🔥🔥🔥
Quem mais quer?
Pedido da autora: Curtam, comentem. Eu amo interagir com vocês ♡
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Atualizado até capítulo 79
Comments
Antonia Teófilo
ele transa com suas vítimas ou só fica observando, olhando a vítima tendo prazer autora?
2024-07-26
0
FBJ💞
Tensa para ver o que vem a ser esse voyeur.
2024-06-20
0
Anabela Alves
Mais que tudo??? Hummm
2024-06-06
0